FRANCISCO DE SEQUEIROS TEIXEIRA
Teixeira era espanhol, filho de João Maria Teixeira e de
Maria Tereza Teixeira. Foi o fundador de o "Gazeta de Guarará",
semanário de extrema qualidade editorial, criado em fins de 1897, na então
"Villa do Espirito Santo de Guarará". Este era um órgão republicano e
contrapunha-se abertamente aos conservadores. Sequeiros um habilidoso
estrategista dos "tipos", não media palavras para atacar aos que
considerava inimigos da causa pública.
Em 1898 ele vende o jornal ao Cel. José Ribeiro de Oliveira
e Silva, mas permanece à frente da folha como seu diretor e editor responsável
sendo que, no início de 1900, a gerência do jornal seria confiada a Afonso
Augusto Ferreira Leite. O jornal, desde sua fundação, se firmaria como um
audacioso órgão da situação política, que tinha, naquele período, o Cel. José
Ribeiro como seu maior representante.
Teixeira morre no dia 2 de setembro de 1901, às 8
horas da noite, aos 45 anos de idade. Ele era casado com dona Zulmira Maria
Teixeira e deixa cinco filhos:
Maria Teixeira (com 18 anos);
Helena Teixeira (com 17 anos);
Octávio Teixeira (com 15 anos);
Branca Teixeira (com 12 anos) e
Homero Teixeira (com 10 anos).
Dona Zulmira morre cinco anos depois, em 15 de julho de
1905, vitima de uma congestão cerebral. Ela estava se encontrava de passeio na
cidade, em visita ao Sr. Francisco Carneiro, quando foi acometida da
enfermidade que em menos de 24 horas ceifou-lhe a vida. (1)
CARTA DE F. S. TEIXEIRA ENVIADA AO JORNAL
O "PHAROL" DE JUIZ DE FORA
Ao sr. dr. chefe de policia
Do nosso colega
redator-proprietário da Gazeta de Guarará recebemos a seguinte circular, para a
qual chamamos, sem comentários, a atenção do sr. chefe de policia de Minas,
encarregado de velar pela boa ordem do Estado:
"À ilustrada
redação d'O Pharol. - F. S. Teixeira, redator proprietário da Gaveta de
Guarará, vendo-se sem garantia de vida e de propriedade, vivendo em continuo
sobressalto, esperando a cada momento um desenlace fatal, solicita vosso
valioso auxílio perante o honrado governo mineiro, intercedendo afim de enviar
um delegado militar, quanto antes, à sede do município de Guarará, como único
meio preventivo da efusão de sangue e injustiças clandestinas.
Esta situação deplorável em que se acha o redator da Gazeta de Guarará, é originada
pelos arrancos mórbidos de um partido agonizante, que deseja o seu extermínio,
na fútil esperança de salvação, das eleições municipais que se aproximam. Por
esta razão a autoridade policial não trepidou em por-se à frente no campo de
ação perseguidora, ostensivamente, da qual graves conseqüências resultarão se a
prudência de um delegado militar não vier a assumir a jurisdição do município.
Quem passasse por esta vila, no dia
15 do mês próximo passado, assustar-se-ia, do belicoso aparato com que alarmou
as famílias, o barão de Cattas Altas, que na qualidade de delegado, não teve
pejo de rodear-se de capangas, aquartelando-se no próprio recinto da câmara, de
onde enviou o destacamento em peso e um oficial de justiça, às oficinas da
Gazeta de Guarará, para levarem preso seu redator, no intuito covarde de o
desfeitearem e encarcerá-lo arbitrariedade esta, comum, nas mãos do Barão, não
o encontrando, felizmente.
Qualquer desacato que sofrermos
desde já responsabilizamos o barão de Cattas Altas, Alvaro Fernandes Dias e
Laudelino Rabello de Vasconcelos.
Assim, pois, de vosso patriotismo,
ilustração e amor às leis constituídas, espera merecer vosso beneplácito, a fim
de não deixar medrar a prepotência policial de aldeia, que tanto tem
desacreditado a sagrada constituição da república, este vosso humilde criado,
que desde já se confessa grato. - F. S. Teixeira. Guarará, (Minas) 7 julho do 1900." (2)
FONTES
1 - Jornal "O Pharol", ANNO XXXIX, Nº 177 - Juiz de Fora, sexta-feira, 21 de julho de 1905,
2 - Jornal "O Pharol", ANNO XXXIV, Nº 317 - Juiz de Fora, sexta-feira, 13 de julho de 1900.







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