POETA
QUE O TEMPO ESQUECEU...
Os
termos de nossa língua pátria "esquecido"
ou "lembrado"
guardam uma concordância imediata com o grau de importância de um
objeto, de um lugar, pessoa, ou ideia, até porque lembrar ou
esquecer são coisas subjetivas... Mas e em se tratando daquele que é
anônimo ou desconhecido? Como medir a importância?...
Bom,
esse é precisamente o caso do major Francisco
Batista de Alvarenga,
médico, cirurgião-mór do exército brasileiro e que aqui estava,
morava e cumpria as funções de delegado
de vacinação,
nomeado para o desempenho dessas funções no Espírito Santo do Mar
de Espanha (Guarará), seguramente entre os anos de de 1893 (1)
e 1896 (2),
onde consta os valores em moeda a ele dedicados como pagamento pelo
desempenho de suas funções.
Francisco era natural do Rio de Janeiro, onde nasceu em 1823. Era filho de João Batista de Alvarenga e de dona Mariana Batista de Alvarenga. Era filho da ilustre família a qual pertencia o marquês de Sapucaí, de quem era sobrinho e primo do renomado médico mineiro, o Dr. Luiz
José de Alvarenga, (que, por sua vez, era filho do Dr. Francisco de Paula e de Dona
Inácia Francisca de Alvarenga). (3)
Segundo Nicola Falabella, falando sobre a família Alvarenga, diz que é "...admissível que alguns de seus membros tenham participado, nos idos de 1820 ou 1830, da fundação do Arraial de Nossa Senhora das Mercês do Cágado..." e que dentre os cento e sete prédios existentes em 1856 na localidade, os pais de Francisco constam como proprietários de dois imóveis na Rua do Comércio (atualmente Estevão Pinto).
Emenda o historiador Falabella que "...Após a instalação do município Francisco tenente e depois capitão, é "tido e havido na comunidade como cidadão idôneo e esclarecido, é nomeado para o cargo federal de auxiliar do agente do Correio Souza Lima." e que o mesmo possuía, além da honestidade, um bom domínio das letras, era um bom conhecedor da cidade e seus moradores, além de deter algum prestígio político, já que, a um só tempo, acumulava os cargos de subdelegado de polícia e funcionário dos correios.
Pai e filho se ajustam de pronto à vida e costumes da nascente Mar de Espanha. o Alferes João Batista de Alvarenga, pai de Francisco, de ajudante de correios em 1852, proprietário de imóveis (casa de Ângelo Galo, ao lado da cadeia) em 1862 torna-se vereador em 1868. O filho, Francisco (tenente, capitão e depois major - residente nas imediações da Biquinha da Rua Nova), de subdelegado em 1853, médico homeopata em 1862, torna-se, tempos depois, cirurgião-mór da guarda Nacional sediada em mar de Espanha.(z)
Ao mesmo tempo em que serve ao exército ele presta clinica na mesma cidade tanto que em janeiro de 1892 (O Estado de Minas Ano III, N 272 Ouro Preto 9 de janeiro de 1892 e Gazeta de Noticias sábado 23 janeiro de 1892) ele é multado em 100$ pela inspectoria de higiene estudal pela pratica de curandeirismo. Obviamente pela prática não oficial da médicina, coisa que nada tem a ver com curandeirismo, até porque essa não era a sua formação.
Ele serve como capitão cirurgião-mór até os idos de 1889, aproximadamente e já para 1893 e nos anos seguintes, já com a patente de major, ele é delegado vacinador em Guarará.
Em 1897, no dia 9 de fevereiro ele é exonerado a pedido do cargo de subdelegado de polícia de Guarará e para seu cargo é nomeado Claudiano de Matos e João Dias Valadão, Carlos Antonio Friaça e José Luiz de Souza, como 1º, 2º e 3º suplentes de subdelegados da mesma delegacia (Jornal Minas Gerais ANNO VI, N 40 ouro Preto, 10 de fevereiro de 1897).
De aspectos outros de sua formação, além do fato de mostrar-se posteriormente como um literato de valor considerável e médico do exército, pouco é sabido. De outras funções que ocupa está que o Almanak da Província de Minas Gerais, para o ano de 1864 (pg 310), aponta-o como escrivão do distrito do Mar de Espanha. O mesmo Almanak para o ano de 1865 (pg. 440, 445, 446), aponta-o como tenente e cirurgião do exercito, servindo à companhia designada para Mar de Espanha e o mesmo Almanak para os anos de 1872/1873 (pg. 277, 278, 281), aponta-o ainda como cirurgião do exercito, a serviço do 58º Batalhão. (**)
Segundo Nicola Falabella, falando sobre a família Alvarenga, diz que é "...admissível que alguns de seus membros tenham participado, nos idos de 1820 ou 1830, da fundação do Arraial de Nossa Senhora das Mercês do Cágado..." e que dentre os cento e sete prédios existentes em 1856 na localidade, os pais de Francisco constam como proprietários de dois imóveis na Rua do Comércio (atualmente Estevão Pinto).
Emenda o historiador Falabella que "...Após a instalação do município Francisco tenente e depois capitão, é "tido e havido na comunidade como cidadão idôneo e esclarecido, é nomeado para o cargo federal de auxiliar do agente do Correio Souza Lima." e que o mesmo possuía, além da honestidade, um bom domínio das letras, era um bom conhecedor da cidade e seus moradores, além de deter algum prestígio político, já que, a um só tempo, acumulava os cargos de subdelegado de polícia e funcionário dos correios.
Pai e filho se ajustam de pronto à vida e costumes da nascente Mar de Espanha. o Alferes João Batista de Alvarenga, pai de Francisco, de ajudante de correios em 1852, proprietário de imóveis (casa de Ângelo Galo, ao lado da cadeia) em 1862 torna-se vereador em 1868. O filho, Francisco (tenente, capitão e depois major - residente nas imediações da Biquinha da Rua Nova), de subdelegado em 1853, médico homeopata em 1862, torna-se, tempos depois, cirurgião-mór da guarda Nacional sediada em mar de Espanha.(z)
Ao mesmo tempo em que serve ao exército ele presta clinica na mesma cidade tanto que em janeiro de 1892 (O Estado de Minas Ano III, N 272 Ouro Preto 9 de janeiro de 1892 e Gazeta de Noticias sábado 23 janeiro de 1892) ele é multado em 100$ pela inspectoria de higiene estudal pela pratica de curandeirismo. Obviamente pela prática não oficial da médicina, coisa que nada tem a ver com curandeirismo, até porque essa não era a sua formação.
Ele serve como capitão cirurgião-mór até os idos de 1889, aproximadamente e já para 1893 e nos anos seguintes, já com a patente de major, ele é delegado vacinador em Guarará.
Em 1897, no dia 9 de fevereiro ele é exonerado a pedido do cargo de subdelegado de polícia de Guarará e para seu cargo é nomeado Claudiano de Matos e João Dias Valadão, Carlos Antonio Friaça e José Luiz de Souza, como 1º, 2º e 3º suplentes de subdelegados da mesma delegacia (Jornal Minas Gerais ANNO VI, N 40 ouro Preto, 10 de fevereiro de 1897).
De aspectos outros de sua formação, além do fato de mostrar-se posteriormente como um literato de valor considerável e médico do exército, pouco é sabido. De outras funções que ocupa está que o Almanak da Província de Minas Gerais, para o ano de 1864 (pg 310), aponta-o como escrivão do distrito do Mar de Espanha. O mesmo Almanak para o ano de 1865 (pg. 440, 445, 446), aponta-o como tenente e cirurgião do exercito, servindo à companhia designada para Mar de Espanha e o mesmo Almanak para os anos de 1872/1873 (pg. 277, 278, 281), aponta-o ainda como cirurgião do exercito, a serviço do 58º Batalhão. (**)
Em Guarará ele exercerá vários cargos, como por exemplo em 24 de Junho de 1892, é um dos eleitos para a mesa eleitoral da 2ª secção, que atuaria nas eleições futuras como, por exemplo, a do dia 15 de novembro (de 1892), convocada para o preenchimento de uma vaga aberta com o morte do deputado Dr Francisco Correia Ferreira Rebelo.
No ano seguinte, em 17 de setembro de 1893, a intendência municipal indica o seu nome ao Diretor do Instituto Vacínico de Minas, pedindo sua nomeação como delegado vacinador para o Município.
Mas o que era um delegado vacinador ? Bem, o termo delegado não designa necessariamente uma autoridade policial; delegado vem de "delegar", de "delegação" ou "representação", ou seja "aquele que representa" ou está "incumbido de"... E mesmo se fosse policial, o termo policiar indica "vigiar", "por atenção", "investigar", "dar conta"... Assim, Delegado Vacinador era uma espécie de autoridade médica incumbida de atuar na imunização, erradicação de uma doença, epidemia, etc... Vigiar, controlar a saúde no local, basta dizer que o surto de varíola que acometera Bicas naqueles anos era um algo assustador. (7) Ele poderia ser o que chamamos hoje de agente de saúde, um pouco mais ampliadamente, ocupava as vezes de médico (em alguns casos até mesmo cirurgião), farmacêutico e, se necessário, até de dentista.
Até porque, na intenção de conter a epidemias, esta era uma função de extrema urgência em algumas localidade , sobretudo naquela época precisa. Em 15 de outubro de 1891, por exemplo a Câmara oficia ao Presidente do Estado de Minas Gerais nos seguintes termos: "...apesar de todos os esforços aplicados para a extinção da varíola neste Município, tem esta tomado proporções assustadoras nos distritos de Guarará e Maripá, onde acaba de falecer a esposa de um dos membros do Conselho, sendo felizmente limitado o numero de óbitos, em razão das providências tomadas. Tendo a epidemia se declarado há quase 2 meses e parecendo continuar em virtude de novos casos..." No ano seguinte, em 21 de agosto de 1892, oficia ao Inspetor Geral de Higiene Pública na Capital Federal e ao Dr Inspetor Geral de Higiene do Estado de Minas, nos seguintes termos: "Tendo-se propalado neste Município a epidemia da varíola e sendo grande a procura de vacinas, rogo-vos me mandeis com a máxima urgência mais alguns tubos de vacina, porquanto acham-se esgotados os que recebi; e conquanto pensou-se aproveitar a vacina humana é necessário que mos envieis." E depois, em 8 de maio de 1895, tendo a epidemia grassado em Bicas, é formada uma comissão composta pelos seguintes membros: Dr. José Telles de Menezes, Dr. Afonso Lobato, Dr. Emílio Luiz Rodrigues Horta, Dr. José Higino da Silveira, Dr. Belisário Monteiro de Castro, o Barão de Catas Altas e Francisco Ferreira Nunes de Assis, os quais teriam a função de "tratar de medidas enérgicas para debelar a epidemia em Bicas". Pouco depois focos epidêmicos atingem Pequeri, sendo extintos por volta de 1900. (7a)
No ano seguinte, em 17 de setembro de 1893, a intendência municipal indica o seu nome ao Diretor do Instituto Vacínico de Minas, pedindo sua nomeação como delegado vacinador para o Município.
Mas o que era um delegado vacinador ? Bem, o termo delegado não designa necessariamente uma autoridade policial; delegado vem de "delegar", de "delegação" ou "representação", ou seja "aquele que representa" ou está "incumbido de"... E mesmo se fosse policial, o termo policiar indica "vigiar", "por atenção", "investigar", "dar conta"... Assim, Delegado Vacinador era uma espécie de autoridade médica incumbida de atuar na imunização, erradicação de uma doença, epidemia, etc... Vigiar, controlar a saúde no local, basta dizer que o surto de varíola que acometera Bicas naqueles anos era um algo assustador. (7) Ele poderia ser o que chamamos hoje de agente de saúde, um pouco mais ampliadamente, ocupava as vezes de médico (em alguns casos até mesmo cirurgião), farmacêutico e, se necessário, até de dentista.
Até porque, na intenção de conter a epidemias, esta era uma função de extrema urgência em algumas localidade , sobretudo naquela época precisa. Em 15 de outubro de 1891, por exemplo a Câmara oficia ao Presidente do Estado de Minas Gerais nos seguintes termos: "...apesar de todos os esforços aplicados para a extinção da varíola neste Município, tem esta tomado proporções assustadoras nos distritos de Guarará e Maripá, onde acaba de falecer a esposa de um dos membros do Conselho, sendo felizmente limitado o numero de óbitos, em razão das providências tomadas. Tendo a epidemia se declarado há quase 2 meses e parecendo continuar em virtude de novos casos..." No ano seguinte, em 21 de agosto de 1892, oficia ao Inspetor Geral de Higiene Pública na Capital Federal e ao Dr Inspetor Geral de Higiene do Estado de Minas, nos seguintes termos: "Tendo-se propalado neste Município a epidemia da varíola e sendo grande a procura de vacinas, rogo-vos me mandeis com a máxima urgência mais alguns tubos de vacina, porquanto acham-se esgotados os que recebi; e conquanto pensou-se aproveitar a vacina humana é necessário que mos envieis." E depois, em 8 de maio de 1895, tendo a epidemia grassado em Bicas, é formada uma comissão composta pelos seguintes membros: Dr. José Telles de Menezes, Dr. Afonso Lobato, Dr. Emílio Luiz Rodrigues Horta, Dr. José Higino da Silveira, Dr. Belisário Monteiro de Castro, o Barão de Catas Altas e Francisco Ferreira Nunes de Assis, os quais teriam a função de "tratar de medidas enérgicas para debelar a epidemia em Bicas". Pouco depois focos epidêmicos atingem Pequeri, sendo extintos por volta de 1900. (7a)
*-*-*
O major Francisco Alvarenga teve outras funções, como por exemplo em 21 de abril de 1894 era um dos membros seccionais encarregados do alistamento federal (conforme art 48 da Lei de 26 de Janeiro de 1894.), é ele o delegado de vacinação neste período (conforme ofício de 25 de Outubro de 1894), etc.
*-*-*
A
esta festa recepção compareceram os ilustres homens da época: Dr.
Geraldo
Lima,
Dr. Francisco
Mercadante,
Camilo
Santos,
Gustavo
Pereira,
e José
Álvares Junior,
Virgílio
Mascarenhas,
José
Machado,
O.
Padilha,
Norberto
Carvalho,
o maestro Sr Fernandes
Januário,
encarregado de organizar a banda musical durante a marcha
comemorativa, o Sr. Frederico
Augusto Silva,
como orador oficial, e oradores outros como Marcelino
Barcelos
(ainda menino), Dr. Mercadante, Aurides
Rabelo
e Augusto
Clementino,
representante da colônia portuguesa, Firmin
François Alibert,
etc... e o Sr. capitão cirurgião-mór Francisco
Batista de Alvarenga,
que recitou de sua autoria um soneto, escrito para o homenageado, que
provocou aplausos esfuziantes aplausos entre os presentes. (4) (5)
*-*-*
Em 23 de março de 1889 o Espírito Santo do Mar de Espanha em grande comemoração, festeja, com todas as pompas necessárias e competentes, a comenda recebida pelo seu principal chefe político: ARTIGO COMPLETO DAS FESTIVIDADES AQUI NESTE LINK.
*-*-*
Francisco era casado com Maria Amélia Carolina Alvarenga. Ela morre em 08 de abril de 1859, aos dezoito anos de idade, deixando um filho de dois anos (Francisco Batista Alvarenga Júnior). Francisco, em segundas núpcias, casa-se com Cândida Amélia de Alvarenga (dona Candinha) (3e), filha de João Luciano Pereira. (3d) Ele morre aos 83 anos, no dia 4 de agosto de 1906, às três horas da tarde. Do seu segundo matrimônio ficou uma numerosa prole de nove filhos:
- Francisco Batista Alvarenga Júnior (1857-1918) - 49 anos (casado com Josina da Costa Ribeiro Alvarenga, filha do Coronel Caetano da Silva Ribeiro e Dona Januária Maria da Costa Ribeiro)
- Maria de Alvarenga - 42 anos
- Carmosina de Alvarenga Leite - 40 anos - (c. c. o Cel Afonso Leite.) (3b) (3c)
- Adelina de Alvarenga - 38 anos
- Judith de Alvarenga Passos - 28 anos (c. c. o Cap. João dos Passos), (*)
- Izabel Alvarenga de Assis (Beca) - 36 anos - (c. c. Theodolindo Ferreira de Assis)
- Cap. Apolinário Batista de Alvarenga. Nascido em 23 de julho de 1868 (38 anos à morte do pai)
- Manoel de Paula Alvarenga (1880-1942) - 26 anos (3a) (c. c. Aurora Pinto de Matos Alvarenga. Pais de Léa e Elza de Alvarennga) -
- Hespérides de Alvarenga - 15 anos
- Agenor de Alvarenga casado com Cantianília Ribeiro Alvarenga (Filha do primeiro casamento do Cap. Josino Ribeiro da Silva com Dona Maria Ribeiro Silva)
- Agenor de Alvarenga casado com Cantianília Ribeiro Alvarenga (Filha do primeiro casamento do Cap. Josino Ribeiro da Silva com Dona Maria Ribeiro Silva)
*-*-*
Muito,
ou quase tudo, sobre o major Francisco Batista de Alvarenga,
entretanto, é esparso, fragmentado ou desconhecido; sua vida,
descendência, feitos, obra literária. Percebe-se todavia, pelo pouco que é sabido de seus escritos, que tinha ele o esmero clássico de um poeta dedicado,
preciso e de linguagem ampla. Tinha as idéias claras e traçava de
um modo organizado e bem urdido suas linhas poéticas e que era bem
versado, ilustrado, douto e possuía uma perspicácia e um
refinamento dignos de elogio e apreciação.
Era,
declaradamente, um leitor de poetas clássicos, não o fosse não
teria a estatura criadora de uma produção tão distinta e bela. Ele
produzia textos poéticos em quantidade já que tinha uma produção
capaz de servir à edição de um livro.
O
pouco que é sabido do autor em referência ficou registrado em, não
muitas vezes, em alguns jornais da época, a exemplo de "O
Pharol",
conforme segue abaixo: (6)
"A
3 do corrente (agosto de 1906), pelas 2 horas da tarde, faleceu nesta
vila, contando cerca de 80 anos de idade, o estimadíssimo cavalheiro
major Francisco Batista de Alvarenga.
O
finado era cirurgião-mór do exército e exercia há muitos anos a
medicina, sendo muito bem quisto porque era extremamente caridoso.
Cultivava
a poesia e almejava publicar em volume as suas produções, o que não
conseguiu devido a dificuldades múltiplas. Morreu placidamente,
marcando os minutos de vida que lhe restavam e as suas ultimas
palavras foram um doloroso lamento "por morrer sem ver seu filho
Manoel formado e sem conseguir publicar o seu livro de poesias."
Era
um justo, um coração magnânimo, chefe extremosíssimo e amigo
dedicado.
O
seu enterro, efetuado no dia seguinte, foi bastante concorrido;
amigos dedicados prestaram-lhe a derradeira homenagem, acompanhando
os seus despojos à última morada. Paz à sua alma."
*-*-*
Embora
a insuficiência de dados não nos permita um conhecimento amplos,
podemos inferir sobre o caráter e do quão importante fora este
cidadão para com os seus.
Guarará,
agosto de 2012
F.T.Oliveira
Notas de rodapé:
1 - Jornal "Minas Gerais", ANNO II, N 303, Ouro Preto quarta feira 8 de novembro de 1893;
2 - Jornal "Minas Gerais", ANNO V, N 072, Ouro Preto, domingo 15 de março de 1896;
3 - BIOGRAFIAS DE MÉDICOS E JURISTAS - "Além de declarar o seu parentesco com o Dr. Francisco Batista de Alvarenga, o Dr. Luiz José de Alvarenga, explicitou em sua tese "Eplepsia", à Faculdade do Rio de Janeiro em 1874, que era sobrinho do Conselheiro de Estado e Senador do Império, o Marques de Sapucaí."; Fica claro que o major Francisco Batista era bisneto de José de Araujo da Cunha e de dona Úrsula Maria de Alvarenga. Neto de Manoel de Araújo Cunha Alvarenga e de dona Mariana Clara Viana, que tiveram três filhos:
- Cândido José de Araújo Viana, 1º marquês de Sapucaí * 15.09.1793
- Francisco de Paula Alvarenga (Ignácia Francisca de Alvarenga)
- Silvério Augusto de Araújo Viana (pai de Rita de Cássia Alvarenga)
O primeiro e o segundo eram sabidamente tios, resta saber se o terceiro era seu pai.
3a - Jornal "O Guarará", 14 de fevereiro de 1936 e "O Guarará" de 02 de fevereiro de 1941; Manoel de Paula Alvarenga alto funcionário do Tesouro Nacional, residia no Rio de Janeiro, capital federal. Ele era casado com Autora de Matos Alvarenga e pais de Léa Alvarenga;
3b - FALABELLA, Nicola. - Antes que a luz se apague, pg 101;
3c - Jornal "O Pharol", ANNO XXXIV, N. 270 - Juiz de Fora, sábado, 19 de maio de 1900.;
3d - Jornal "Gazeta de Notícias", quinta-feira, 17 de março de 1892;
3e - Jornal "O Guarará", ANNO III, N.º 15, de 19 de outubro de 1919, p3;
4 - Jornal "A Província de Minas", ANNO IX, N. 582, Ouro Preto, 8 de maio de 1889;
5 - Jornal "O Mar de Hespanha", 14 de abril de 1889 ;
6 - Jornal "O Pharol", ANNO XL - Juiz de Fora, sábado, 11 de agosto de 1906.
7 - Jornal "Minas Gerais", ANNO I, Nº. 116 de 19/08/1892; - ANNO I, Nº. 129 de 01/09/1892; - ANNO I, Nº. 130 de 02/09/1892; - ANNO I, Nº. 166 de 09/10/1892; - ANNO IV, Nº. 055 de 28/02/1895.
7a- O Pharol, sexta-feira, 14 de setembro de 1900;
8 - A Ordem da Rosa, instituída pelo Imperador Pedro I, foi maiormente distribuída no reinado de Pedro II, entre os anos em que o Brasil guerreava contra o Paraguai, ou seja, entre 1867 e 1870, eram os seguintes os seus graus: (1) Grão-Cruz; (2) Grande Dignatário; (3) Dignatário; (4) Comendador; (5) Oficial e (6) Cavaleiro.
9 - Comando superior do Mar de Espanha criado por decreto N. 1157 de 15 de abril de 1857.
10 - Não foi ainda possível precisar o grau de parentesco entre os dois. João Batista Alvarenga depois, segundo o Almanak da Província de Minas Gerais para o ano 1869/1870 (p. 344), vai servir como Juiz de Paz no Distrito dos Cristais, conservando ainda a função de partidor no Distrito de Mar de Espanha (p 478).
z- Obreiros de Mar de Espanha, compilação em cópia única e não editada.
(*) Judith Alvarenga Passos e o Capitão João dos Passos foram pais de:
- - Afra dos Passos (Lolote) casada com Álvaro Gribel (pais de Norma Gribel)
- - Amir dos Passos
- - Primptéas dos Passos
- - Azamor dos Passos
- - Doctarso dos Passos
----------
O Juiz dr. Arnaud Gribel, nasceu em 15/4/1871 em Mar de Espanha e morreu em 8/3/1945 em Guarará, aos 73 anos vitimado por colapso cardíaco, à época já viúvo e aposentado. Era filho de André Gribel e dona Luiza Tereza Gribel (filha de Augusto e Carolina Egg). Ele era neto por parte de pai do migrante alemão Salomão Matheus Gribel e Margarida Maria, pais de André.
Os irmãos de Arnaud eram:
- Augusto Carlos Matheus Gribel (04/12/1854-17/5/1925).
- Arminda
- Andrelina Augusta Egg Gribel.
Arnaud fora casado com dona Alzira Vieira Gribel (1873-1923). O casal foi pai de:
- - Hermann Gribel - casado com Sebastiana de Araújo Gribel
- - Álvaro Gribel (1899-1969) - casado com Afra dos Passos (Lolote) (1908-1982) - (pais de Norma e Maria Helena Gribel)
- - Newton Vieira Gribel - casado com Amélia Ancêde Gribel
- - Arnaud Vieira Gribel (Arnozinho) - casado com Maria José Roque Gribel (filha de Paulo Roque)
- - Aquiles Vieira Gribel.
(*) Pedro Marçal da Costa era casado com Porcina Angélica de Jesus. Dentre suas propriedades estava a Fazenda Boa Vista ou Pouso Alto. Em testamento Pedro e esposa deixam esta fazenda ao liberto Domingos Marçal da Costa e esposa. Domingos Marçal da Costa, era natural da Costa da África, e a esposa Maria Luiza Angélica de Jesus, era natural de Minas Gerais. A viúva de Pedro Marçal, Porcina Angélica de Jesus, deixa para sua ‘liberta’ de nome Generosa, casada com Mariano José Gonçalves de Rezende, 10 alqueires de terras de 100 braças em quadra. (CAMPONESES NEGROS NA ZONA DA MATA MINEIRA (Juiz de Fora e Mar de Espanha, 1850-1920) Elione Silva Guimarães - Professora e pesquisadora do Arquivo Histórico de Juiz de Fora. Doutora em História Social pela UFF)
OBS: Tratando-se provavelmente da mesma Fazenda Boa Vista, consta em escritura de 20 de junho de 1887, que esta fazenda João José Bastos Pinto, deixara ao filho Dr. José Joaquim Monteiro Bastos e que naquele momento (20-6-1887) ele a vendia a João José Monteiro Bastos. Eram as seguintes as conforntações da fazenda: De um lado, confrontava com o Cap. Antônio José Bastos Pinto, do outro com Pedro José Pires e pelo outro com João Rabelo de Vasconcelos.
Necrologia
Só pranto, só dor! Desapareceu para sempre da face do mundo minha querida esposa Maria Amelia Carolina Alvarenga, após um ano de sofrimentos acerbos, sofrimentos que mofarão sempre da ciência médica, desapareceu com efeito a esposa sem par, a mãe carinhosa e amiga extremosa, deixando neste proceloso vale de lágrimas um menino do dois anos de idade, que ainda embalado no berço da inocência não chora a perda de sua mãe tão cara; porém, por ele chora seu esposo que coberto de dó jamais deixará de rogar ao Criador por ela, e assim seus ternos pais, amigos e parentes, que inconsoláveis ficam.
Sim foi o terrível dia 8 de abril de 1859 que conduziu para mim o luto, o pranto e a dor!... é mesmo hoje que desejando assinalar esse dia paru mim funesto, sirvo-me da débil pena, e com os olhos debulhados em lágrimas, umedecendo o triste papel em que escrevo, eternizo minhas penas.
A execranda parca cortou mais um fio dessa vida preciosa, esquecendo-se da minha dor!... Sim terrível parca qual tua intenção? roubar dos braços do esposo, a esposa cara? por certo que nada mais pretendeste; porém eu te maldigo cruel flageladora dos viventes, pois continuamente das a morte a quem precisa de vida, qual a minha esposa, que estando na aurora de seus dias, contando apenas 18 anos de idade, tu inumana vieste feramente com essa sanguinolenta foice cortar a vida dessa tão necessária a este que hoje envolto na mais acerba tristeza chora e chorará para sempre sua perda.
Oh! dor! oh! apartamento. Estão cerrados com efeito para sempre no mundo com o véu negro da morte os olhos de minha sempre lembrada esposa, que só se abrirão na eternidade na presença de um Deus misericordioso para receber dele o prêmio que a esperava.
Restando somente agora irmos ao seu jazigo derramar nossas amargas lágrimas, e desfolhar nesse avaro túmulo que a encerra algumas saudades, em prova de nosso amor, enquanto não vamos vê-la na região celeste.
A terra lhe seja leve.
Mar de Espanha, 8 de abril de 1859.
Francisco Batista de Alvarenga.
Necrologia.
Mar de Espanha, 9 de abril de 1859.
Antonio Avelino da Costa.
7 - Jornal "Minas Gerais", ANNO I, Nº. 116 de 19/08/1892; - ANNO I, Nº. 129 de 01/09/1892; - ANNO I, Nº. 130 de 02/09/1892; - ANNO I, Nº. 166 de 09/10/1892; - ANNO IV, Nº. 055 de 28/02/1895.
7a- O Pharol, sexta-feira, 14 de setembro de 1900;
8 - A Ordem da Rosa, instituída pelo Imperador Pedro I, foi maiormente distribuída no reinado de Pedro II, entre os anos em que o Brasil guerreava contra o Paraguai, ou seja, entre 1867 e 1870, eram os seguintes os seus graus: (1) Grão-Cruz; (2) Grande Dignatário; (3) Dignatário; (4) Comendador; (5) Oficial e (6) Cavaleiro.
9 - Comando superior do Mar de Espanha criado por decreto N. 1157 de 15 de abril de 1857.
10 - Não foi ainda possível precisar o grau de parentesco entre os dois. João Batista Alvarenga depois, segundo o Almanak da Província de Minas Gerais para o ano 1869/1870 (p. 344), vai servir como Juiz de Paz no Distrito dos Cristais, conservando ainda a função de partidor no Distrito de Mar de Espanha (p 478).
z- Obreiros de Mar de Espanha, compilação em cópia única e não editada.
(*) Judith Alvarenga Passos e o Capitão João dos Passos foram pais de:
- - Afra dos Passos (Lolote) casada com Álvaro Gribel (pais de Norma Gribel)
- - Amir dos Passos
- - Primptéas dos Passos
- - Azamor dos Passos
- - Doctarso dos Passos
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O Juiz dr. Arnaud Gribel, nasceu em 15/4/1871 em Mar de Espanha e morreu em 8/3/1945 em Guarará, aos 73 anos vitimado por colapso cardíaco, à época já viúvo e aposentado. Era filho de André Gribel e dona Luiza Tereza Gribel (filha de Augusto e Carolina Egg). Ele era neto por parte de pai do migrante alemão Salomão Matheus Gribel e Margarida Maria, pais de André.
Os irmãos de Arnaud eram:
- Augusto Carlos Matheus Gribel (04/12/1854-17/5/1925).
- Arminda
- Andrelina Augusta Egg Gribel.
Arnaud fora casado com dona Alzira Vieira Gribel (1873-1923). O casal foi pai de:
- - Hermann Gribel - casado com Sebastiana de Araújo Gribel
- - Álvaro Gribel (1899-1969) - casado com Afra dos Passos (Lolote) (1908-1982) - (pais de Norma e Maria Helena Gribel)
- - Newton Vieira Gribel - casado com Amélia Ancêde Gribel
- - Arnaud Vieira Gribel (Arnozinho) - casado com Maria José Roque Gribel (filha de Paulo Roque)
- - Aquiles Vieira Gribel.
(**)
O
Almanak
da Província de Minas Gerais,
para o ano de 1864
(pg 310), aponta-o como escrivão do distrito do Mar de Espanha,
à mesma época que dona Mequilina
da Silva Catete
era professora de primeiras letras, eram vereadores, Pedro
Maria do Costa,
Agostinho
José Frederico de Castro,
Silvestre
Antonio Rotier Duarte,
Manoel
Caetano Ribeiro,
Joaquim
Henrique da Silva,
Rodolfo
Jose Antonio de Siqueira Francisco Justiniano de Siqueira,
Pedro
Marçal da Costa, (*)
e Jose
Teixeira Alves Costa,
o Dr Antonio Vespasiano de Albuquerque era o delegado de policía e o
subdelegado e partidor era e João
Batista de Alvarenga
(10)
era subdelegado e também partidor.
O
Almanak da Província de Minas Gerais,
para o ano de 1865
(pg. 440, 445, 446), aponta-o como tenente e cirurgião do exercito,
servindo à companhia designada para Mar de Espanha. Batalhão que
estava sob o comando do tenente coronel comandante Antonio
Augusto Frederico de Castro
(9),
ele atua no distrito, a um só tempo, como médico vacinador. Por
esta época, servia à 2ª companhia do mesmo batalhão (estacionado
no largo do distrito do Mar de Espanha)
o tenente comandante Joaquim José da Silva Ribeiro
e no largo da Igreja do Divido Espírito Santo do Mar de Espanha,
estava a 6ª Companhia, formada pelo comandante José
Joaquim Monteiro de Castro e Agostinho Fortunato Monteiro da Silva.
Em Mar de Espanha os vereadores eram: Dr Francisco Infante
Vieira, Capitão Domingos
Eugênio Pereira, José
Soares Valentim Vieira, José
Rodrigues da Costa, Dr M
J de C Monteiro Barros,
Francisco de Paula Galdino Leite
, José Gonçalves da Costa
e João Luciano Pereira
e o médico vacinador era o Dr Francisco Batista de
Alvarenga. Aqui no Espirito
Santo do Mar de Espanha, o subdelegado era Antonio Alves
Barbosa, o delegado vacinador
era Jose Rodrigues Costa
e os juízes de paz eram Manoel Pires, José Ferreira da
Fonseca e João
Antonio Tostes Junior, os Juízes de Paz da localidade...
O
Almanak da Província de Minas Gerais,
para o ano de 1872/1873
(pg. 277, 278, 281), aponta-o ainda como cirurgião do exercito,
agora servindo ao 58.º Batalhão, sob o comando de Comandante
Tenente-coronel Antonio Augusto Frederico de Castro.
Por esta época os vereadores no distrito do Mar de Espanha são: Dr
Joaquim Barbosa de Castro, Dr Francisco Leite de Magalhães Pinto,
João Martins da Costa Ramos, Francisco Cesario de Figueiredo Cortes,
José Rodrigues da Cosa, Caetano Rodrigues Gomes, João Luciano
Pereira e Francisco Joaquim de Noronha e Silva.
(*) Pedro Marçal da Costa era casado com Porcina Angélica de Jesus. Dentre suas propriedades estava a Fazenda Boa Vista ou Pouso Alto. Em testamento Pedro e esposa deixam esta fazenda ao liberto Domingos Marçal da Costa e esposa. Domingos Marçal da Costa, era natural da Costa da África, e a esposa Maria Luiza Angélica de Jesus, era natural de Minas Gerais. A viúva de Pedro Marçal, Porcina Angélica de Jesus, deixa para sua ‘liberta’ de nome Generosa, casada com Mariano José Gonçalves de Rezende, 10 alqueires de terras de 100 braças em quadra. (CAMPONESES NEGROS NA ZONA DA MATA MINEIRA (Juiz de Fora e Mar de Espanha, 1850-1920) Elione Silva Guimarães - Professora e pesquisadora do Arquivo Histórico de Juiz de Fora. Doutora em História Social pela UFF)
OBS: Tratando-se provavelmente da mesma Fazenda Boa Vista, consta em escritura de 20 de junho de 1887, que esta fazenda João José Bastos Pinto, deixara ao filho Dr. José Joaquim Monteiro Bastos e que naquele momento (20-6-1887) ele a vendia a João José Monteiro Bastos. Eram as seguintes as conforntações da fazenda: De um lado, confrontava com o Cap. Antônio José Bastos Pinto, do outro com Pedro José Pires e pelo outro com João Rabelo de Vasconcelos.
TEXTOS ADICIONAIS
Necrologia
Só pranto, só dor! Desapareceu para sempre da face do mundo minha querida esposa Maria Amelia Carolina Alvarenga, após um ano de sofrimentos acerbos, sofrimentos que mofarão sempre da ciência médica, desapareceu com efeito a esposa sem par, a mãe carinhosa e amiga extremosa, deixando neste proceloso vale de lágrimas um menino do dois anos de idade, que ainda embalado no berço da inocência não chora a perda de sua mãe tão cara; porém, por ele chora seu esposo que coberto de dó jamais deixará de rogar ao Criador por ela, e assim seus ternos pais, amigos e parentes, que inconsoláveis ficam.
Sim foi o terrível dia 8 de abril de 1859 que conduziu para mim o luto, o pranto e a dor!... é mesmo hoje que desejando assinalar esse dia paru mim funesto, sirvo-me da débil pena, e com os olhos debulhados em lágrimas, umedecendo o triste papel em que escrevo, eternizo minhas penas.
A execranda parca cortou mais um fio dessa vida preciosa, esquecendo-se da minha dor!... Sim terrível parca qual tua intenção? roubar dos braços do esposo, a esposa cara? por certo que nada mais pretendeste; porém eu te maldigo cruel flageladora dos viventes, pois continuamente das a morte a quem precisa de vida, qual a minha esposa, que estando na aurora de seus dias, contando apenas 18 anos de idade, tu inumana vieste feramente com essa sanguinolenta foice cortar a vida dessa tão necessária a este que hoje envolto na mais acerba tristeza chora e chorará para sempre sua perda.
Oh! dor! oh! apartamento. Estão cerrados com efeito para sempre no mundo com o véu negro da morte os olhos de minha sempre lembrada esposa, que só se abrirão na eternidade na presença de um Deus misericordioso para receber dele o prêmio que a esperava.
Restando somente agora irmos ao seu jazigo derramar nossas amargas lágrimas, e desfolhar nesse avaro túmulo que a encerra algumas saudades, em prova de nosso amor, enquanto não vamos vê-la na região celeste.
A terra lhe seja leve.
Mar de Espanha, 8 de abril de 1859.
Francisco Batista de Alvarenga.
Jornal "O Paraíba", quinta-feira, 21 de abril de 1859
Necrologia.
A morte acaba de ceifar mais uma vida preciosa! Desapareceu do teatro do mundo a Exa. Sra. D. Maria Carolina Alvarenga, sua morte prematura foi um golpe fatal para seu querido esposo e para os hoje inconsoláveis e amantes pai.
Contava a Exa. Sra. D. Maria Carolina Alvarenga apenas 18 anos de idade, e assim na primavera da sua existência, quando seu porvir raiava brilhante e cheio de esperanças, sucumbe depois de terríveis e longos sofrimentos. Ela desapareceu, como o meteoro e a exalação, um momento depois de haver brilhado.
E assim se aniquila quem ainda há pouco era contemplada por seu esposo como o poeta contempla a virgem a quem consagra seus cantos. Seu coração benfazejo deixou já de palpitar; e seu corpo envolto em crepe mortuário jaz desanimado e coberto com a lousa do sepulcro - Sic transit gloria hujus mundi.
O que resta pois daquela esposa virtuosa, da extremosa mãe que ainda ha pouco era as delicias do seu inocente filhinho a quem afagava? O que nos ficou daquela alma nobre e caritativa que com mãos benignas enxugava as lágrimas dos desvalidos? Apenas nos resta a sua memória, porque essa nem o correr do tempo, nem o silencio do gelado túmulo riscara dos corações de quantos a conheceram, e puderam apreciar suas virtudes.
Deus de misericórdia! recebei em vosso seio a alma cândida e pura da Exa. Sra. D. Maria Carolina Alvarenga, e fazei que ela descanse em uma das mansões de vossos escolhidos.
Sil tibi terra levis.Mar de Espanha, 9 de abril de 1859.
Antonio Avelino da Costa.
Jornal "O Paraíba", quinta-feira, 21 de abril de 1859
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