domingo, 9 de setembro de 2012

ATO CÍVICO


UM ATO CÍVICO

No último dia 7 de setembro tive a oportunidade de estreitar o campo de minha visão sobre as efusivas comemorações cívicas, que invadiram em cores definidas a praça e as ruas centrais da cidade de Guarará, onde temos a nossa vida.
Todavia, ao mesmo tempo que em que assistia aos belos festejos, tive a felicidade de colher os objetos raros que nos proporciona qualquer evento ou advento quando a eles pomos um pouco de atenção.
Um deles está abaixo.


A bandeira brasileira sendo içada, alavancada, arremessada à frente pelas mãos nobres, gentis e inocentes de uma criança, de duas crianças, de várias crianças, que se projetam que se arremetem, que avançam, que irrompem, que abrem alas, que tencionam, projetam o corpo, os braços, os rostos, os olhos, os sorrisos, para o futuro, para frente, na esperança (talvez) de que bandeira, de que a pátria os siga, de que a pátria as siga. Elas abrem caminho, elas criam o caminho, elas fazem o caminho.
Feliz da pátria que respeitas aos seus “velhos” e forma as suas “crianças”, ela não se perde.
Mas, assim observando, sem nenhum conceito que objete, percebo que a bandeira assim está em boas mãos, está nas mãos de um pequeno cidadão. Pequeno sim, mas que tem seus direitos e deveres; tem direito a um lar, à educação, direito à cidadania, direito a ser e de ser “criança” e tem seus deveres; tem o dever de brincar, de sorrir, de aprontar, de errar, de falar as coisas que vem na cabeça, de se sujar, rolar na terra, se arranhar, enfim, tem o dever de ser “criança”. Parece que esta é a única idade onde direitos e deveres se confundem.
Mas, vendo a bandeira sendo içada, projetada à frente por um pequeno, que carrega um patrimônio maior que seu corpo promete suportar, me vem à cabeça uma indagação: o que é uma bandeira???
Bem... A bandeira representa tantas coisas, representa uma idelogia, uma facção, uma tendência, uma religião, uma formação étnica, uma nação, etc, etc, etc,. Então, e por isso, são várias as espécies e formatos de bandeiras existentes, como são diversos e diversas as características daquilo que elas representam. 
Todavia, fica claro que todas elas, à exceção de nenhuma, tiveram um único princípio; surgiram todas de um tecido alvo, branco e imaculado para então adquirir as cores do que representa, e como a nada é possível furtar-se à origem que têm, em nenhum momento ela pode escapar de sua origem de pano brando e puro que representa, como é sabido, A PAZ. 
Assim todas as bandeiras, defendam o que quiserem pretenderem defender, elas jamais poderão negligenciar a sua origem, a sua preexistência comum, sua irmandade universal; a cor branca da PAZ.
Então finalmente entendo porque uma criança se dá tão bem no desempenho deste papel afinal. Porque ambas são a mesma coisa, vivem e buscam a mesma coisa, porque a criança ainda não adquiriu as nosas cores ela ainda é um pano branco, o pano branco da PAZ.

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