José Francisco da Paixão, ou J. Paixão, era filho legitimo de Francisco José da Paixão e de dona Emília Francisca de Azevedo Paixão, ambos falecidos. Nasceu a 17 de outubro de 1868 na freguesia de São José da Boa Morte (hoje Cachoeiras de Macacu/RJ), em um lugar chamado Itinga, estado do Rio de Janeiro. Eram seus irmãos Francisco Paixão e Amélia da Paixão Rodrigues.
Aos nove anos, morando com a família em Niterói, matricula-se na escola pública do venerando professor Bráulio Jaime Muniz Cordeiro, tradutor da Casa Garnier e espírito esclarecido, autor de muitas obras.
Prof.º José Francisco da Paixão |
Dessa escola, por motivo de mudança de um extremo para o outro da
mesma cidade, passou a frequentar a escola do profundo filólogo
Felipe José Alberto, ornamento também do magistério publico do
Estado do Rio. Mais tarde, aos doze anos de idade, matriculou-se no
acreditadíssimo colégio Paixão, uma instituições de ensino pioneiras de Petrópolis, criada e dirigida por seu tio José Ferreira Paixão (1838-1908). Foi lá em Petrópolis, onde estudou
preparatórios, regressando, pouco antes do falecimento de seu
pai, para matricular-se na escola de medicina a qual já
cursava seu irmão Francisco José da Paixão que se destinava à carreira
médica. O pai morre inesperadamente e J. Paixão não chegou a
frequentar a escola, entregando-se logo ao magistério, sendo que
antes ele, a pedido do seu professor, o saudosíssimo William
Gravely Morrit, ocupava no referido Colégio, a cadeira de inglês -
cadeira de exame.
Contava J. Paixão, nesse tempo quinze anos incompletos. Amantíssimo,
desde que começou a ler, dos poetas e dos prosadores, muitas vezes
esquecia-se das tarefas escolares para se embriagar na leitura de
[Fagundes] Varela, Casimiro [de Abreu], Castro Alves e outros poetas
brasileiros. Obtidos os primeiros conhecimentos da língua francesa,
passava horas de inefável gozo lendo e relendo [François] Fenelon e
[François-René de] Chateaubriand, compêndios então adotados na
cadeira de francês. Tinha pelos escritores portugueses,
principalmente por Alexandre Herculano, verdadeiro fanatismo.
Escreveu dos 13 aos 15 anos muitos versos, que os perdeu todos e que
dariam um grosso volume. Muitos desses trabalhos mereceram olhar de
carinho de seu distinto professor de matemática, dr. Leonidas Detsi,
então lente abalizado dessa cadeira no Colégio Paixão.
Coração muito afetivo, era inclinado a meditações longas e
constantes, sendo fora desse estudo, um espirito assaz jovial e
brincalhão. Amante da música, como de todas as artes, chegou a
tocar, de ouvido, flauta, executando, por completo Joanne d'Arc,
Rigoleto e outras peças que executava a banda de música do
Colégio Paixão. Trocou depois a flauta pelo violão.
Neurastênico aos 18 anos, mudou-se para a Estação do Comercio,
onde, logo que se restabeleceu, continuou no magistério lecionando
aí no acreditado Colégio Sant'Anna, preparando uma turma de alunos
que alcançaram boas notas na Inspetoria Geral da Instrução Publica
do Rio. Fundando seu irmão, na estação da Aliança, em Vassouras,
o Internato Paixão, para aí se transferiu, ocupando as cadeiras de
francês e inglês. Voltou depois para Niterói continuando no
magistério particular, sendo então lente da cadeira de inglês no
conhecido Colégio Lettré, em São Domingos. Também foi ocupar as
cadeiras de francês e inglês no sempre lembrado estabelecimento de
ensino primário e secundário - Atheneu Fluminense, de propriedade e
direção do escritor e abalizado pedagogo Joaquim Leitão, ora lente
catedrático no Liceu de Humanidades, naquela cidade. Deixando o
Atheneu, fundou aí o "Externato Spencer" que mereceu
extraordinário acolhimento dos niteroienses, externato que
desapareceu com o bloqueio daquela cidade durante a revolta de
Setembro (1893).
Mudou-se então com a sua mãe para Juiz de Fora, afim de se reunir a
seu irmão, Francisco José da Paixão, na Rua Barão de Santa Helena nº 15.
Em Juiz de Fora, por esta mesma época, 1895/96, dadas as suas qualidades naturais de escritor e poeta, ele engrossa o grupo
de literatos, tais como José
Braga, Lindolfo Gomes, Francisco Lins, Dilermano Cruz, Padre Corrêa de
Almeida, Dr. Costa Sena, Assis Chagas, Nelson de Senna, Léon Renault,
Rodolfo Paixão e Estêvão de Oliveira, que fundariam, em Barbacena (a chamada Atenas Mineira), a Academia de
Letras do Estado de Minas. (O Pharol, 14 de agosto de 1904).
Em 1897, ele fez publicar "Adelfas", o seu segundo livro de versos, "Adelfas", aos quais seguiriam um folheto em alexandrinos sobre ''13 de Maio" e "Pensamentos", ambos publicados em 1903. Mais tarde viriam "O Orvalho e a lágrima" (crônica?) (data?), "Vinde para o Sol!", em 1933 e "Breviário de Santinha" (data ?). Mas sua produção literária teve início logo que chegou em Juiz de Fora, com a publicação de seu primeiro livro de versos "Gammas e Palhetas", o qual trouxera de Niterói.
Ainda em 1897, no dia 15 de setembro, ele, juntamente com Epaminondas de Souza, Félix Schmidt e Eloy de Araújo, lançam o o jornal o "Agricultor" (O Pharol, 11 de setembro de 1897) e, quase à mesma época, ele torna-se um dos diretores do Externato Moreira Pinto. (O Pharol, 29 de setembro de 1899).
Ainda pelos idos de 1897, ele é secretario do "Clube Musical", que tinha a sua à Rua Barbosa Lima (Salão Apolo). Este clube era presidido, à época, pelo Dr. Canuto de Figueiredo e tinha como regentes os Srs. Carlos José Alves e José Cândido Passos.
Por esta mesma época seu irmão Francisco José da Paixão lecionava português e literatura nacional na "Escola Normal" (inaugurada em 16 de fevereiro de 1894), que tinha a sua sede à Rua Mal. Deodoro, no Largo Municipal e depois seria transferida para a Rua Direita. Nesta mesma escola lecionava o Dr. Raimundo Tavares, nas disciplinas de pedagogia e francês. Nas salas de aula da "Escola Normal" também pisaria J. Paixão; que, em 14 de maio de 1895, se candidatara a uma vaga como professor adjunto à aula prática, do sexo masculino daquela escola. (O Pharol, 2 de maio de 1895).
Neste mesmo ano de 1895 ele participa, juntamente com o violonista e poeta Brant Horta, de uma série de exibições musicais. Assim narra o Pharol: “Foi verdadeiramente apreciado pelo público o concerto de violão pelo sr. Francisco Brant Horta, acompanhado pelo prof. J. Paixão. O sr. Francisco Horta, modesto como é, só ontem revelou em público a sua rara habilidade, executando naquele difícil instrumento, importantes trechos de suas composições”. (O Pharol, 3 de dezembro de 1895). Em 1909, por conta de uma série de atividades artísticas, ocorridas em Juiz de Fora, com apresentações no Clube Sete de Setembro; no Cinema Éden; no Hotel Rio de Janeiro e na Real Sociedade Auxiliadora Portuguesa, ele e o violonista Brant Horta, promovem um festival artístico, ocasião em que ele, J. Paixão, dá uma palestra cujo tema é a Esperança. (O Pharol, 10 de junho de 1911). O programa musical foi o seguinte:
“D. Carlos“ (marcha a violões) Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Valsa nº 1 (bandolim e violões) Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Pomone — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Soluços — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Gavota — Henrique Gusmão (violões) Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Barcarola (violões) Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Ária italiana (violões) Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Lucia di Lammermoor — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Sertaneja — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Zé Pereira — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Bumba! meu boi! — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Carnaval de Veneza — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel.
A identificação de J. Paixão com Brant Horta era muito aproximada, além de músicos, ambos participariam, anos depois, da fundação da Academia Mineira de Letras, em Juiz de Fora.
J. Paixão ainda lecionaria na "Academia do Comércio", ocupando a
cadeira de inglês, no extinto Colégio Andrés, no Colégio Sagrado
Coração de Jesus, de propriedade da distinta educadora dona Perpetua
Vidal e em muitos outros estabelecimentos. Em relação à "Academia do Comércio", lá também seu irmão, seu irmão Francisco
José da Paixão, lecionara (pelos idos de 1898), em substituição ao professor Leonidas Detsi, nas disciplinas de aritmética e álgebra.
O irmão Profº Francisco José da Paixão |
Em 1897, ele fez publicar "Adelfas", o seu segundo livro de versos, "Adelfas", aos quais seguiriam um folheto em alexandrinos sobre ''13 de Maio" e "Pensamentos", ambos publicados em 1903. Mais tarde viriam "O Orvalho e a lágrima" (crônica?) (data?), "Vinde para o Sol!", em 1933 e "Breviário de Santinha" (data ?). Mas sua produção literária teve início logo que chegou em Juiz de Fora, com a publicação de seu primeiro livro de versos "Gammas e Palhetas", o qual trouxera de Niterói.
Ainda em 1897, no dia 15 de setembro, ele, juntamente com Epaminondas de Souza, Félix Schmidt e Eloy de Araújo, lançam o o jornal o "Agricultor" (O Pharol, 11 de setembro de 1897) e, quase à mesma época, ele torna-se um dos diretores do Externato Moreira Pinto. (O Pharol, 29 de setembro de 1899).
Ainda pelos idos de 1897, ele é secretario do "Clube Musical", que tinha a sua à Rua Barbosa Lima (Salão Apolo). Este clube era presidido, à época, pelo Dr. Canuto de Figueiredo e tinha como regentes os Srs. Carlos José Alves e José Cândido Passos.
Por esta mesma época seu irmão Francisco José da Paixão lecionava português e literatura nacional na "Escola Normal" (inaugurada em 16 de fevereiro de 1894), que tinha a sua sede à Rua Mal. Deodoro, no Largo Municipal e depois seria transferida para a Rua Direita. Nesta mesma escola lecionava o Dr. Raimundo Tavares, nas disciplinas de pedagogia e francês. Nas salas de aula da "Escola Normal" também pisaria J. Paixão; que, em 14 de maio de 1895, se candidatara a uma vaga como professor adjunto à aula prática, do sexo masculino daquela escola. (O Pharol, 2 de maio de 1895).
Neste mesmo ano de 1895 ele participa, juntamente com o violonista e poeta Brant Horta, de uma série de exibições musicais. Assim narra o Pharol: “Foi verdadeiramente apreciado pelo público o concerto de violão pelo sr. Francisco Brant Horta, acompanhado pelo prof. J. Paixão. O sr. Francisco Horta, modesto como é, só ontem revelou em público a sua rara habilidade, executando naquele difícil instrumento, importantes trechos de suas composições”. (O Pharol, 3 de dezembro de 1895). Em 1909, por conta de uma série de atividades artísticas, ocorridas em Juiz de Fora, com apresentações no Clube Sete de Setembro; no Cinema Éden; no Hotel Rio de Janeiro e na Real Sociedade Auxiliadora Portuguesa, ele e o violonista Brant Horta, promovem um festival artístico, ocasião em que ele, J. Paixão, dá uma palestra cujo tema é a Esperança. (O Pharol, 10 de junho de 1911). O programa musical foi o seguinte:
“D. Carlos“ (marcha a violões) Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Valsa nº 1 (bandolim e violões) Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Pomone — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Soluços — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Gavota — Henrique Gusmão (violões) Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Barcarola (violões) Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Ária italiana (violões) Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Lucia di Lammermoor — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Sertaneja — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Zé Pereira — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Bumba! meu boi! — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel;
Carnaval de Veneza — Brant Horta, J. Paixão, Euclides Pimentel.
A identificação de J. Paixão com Brant Horta era muito aproximada, além de músicos, ambos participariam, anos depois, da fundação da Academia Mineira de Letras, em Juiz de Fora.
*-*-*
Em 1902, no dia 26 de julho, morre sua mãe, Dona Emília Francisca de Azevedo Paixão,
Dona Olívia Vieira da Cruz |
José Francisco da Paixão Filho (J. Paixão Filho), falecido em 11/04/1926;
Maria José da Paixão;
Emília da Paixão (casada com Carlos Luiz Frechette Junior);
Hugo da Paixão.
Íris da Cruz Paixão
OBS: J. Paixão era concunhado do Dr João Pires Alves Júnior, chefe da Estrada de Ferro Juiz de Fora Piau. Sua esposa Olívia era irmã de Estefania da Cruz Pires Alves. Outros irmãos de sua esposa eram Estêvão Vieira da Cruz e Ernesto Vieira da Cruz.
Dona Olívia morre em 02 de fevereiro de 1933.(O Fluminense, 2 de fevereiro de 1934)
*-*-*
Anos
depois, em 1906, ele é dirige a Escola Noturna em Juiz de Fora (O
Pharol, 1 de novembro de 1906). No ano seguinte (1907) cria o Curso
Noturno de inglês prático (O Pharol, 14 de abril de 1907), meses depois,
em 3 de julho de 1907, inaugura a sua Escola Noturna, que funcionaria
das 6H00 às 10H00 da noite e atenderia a alunos de uma faixa etária
entre 13 e 30 anos. (O Pharol, 2 de julho de 1907).Em 1909, por conta de uma série de atividades artísticas, ocorridas em Juiz de Fora, com apresentações no Clube
Sete de Setembro; no Cinema Éden; no Hotel Rio de Janeiro e na Real
Sociedade Auxiliadora Portuguesa, ele e o violonista Brant Horta,
promovem um festival artístico, ocasião em que ele, J. Paixão, dá uma
palestra cujo tema é a Esperança. (O Pharol, 10 de junho de 1911).
J. Paixão permaneceria em Juiz de Fora até 25 de outubro de 1909, quando transferiria sua residência para a cidade de Oliveira, oeste de Minas, afim de ocupar o lugar de professor técnico do Grupo Escolar "Francisco Fernandes", dirigido pelo distinto advogado dr. Assis das Chagas, jornalista e escritor e seu amigo pessoal.
Mesmo assim, em detrimento de tantas e outras atividades, em 1912 ele se encontrava fazendo parte de uma pequena orquestra, composta pelos musicistas Jerônimo Silva, Elpídio Cruz (casado com Marieta Alves Pires), Alberto de Oliveira (conferente na Estrada de Ferro Juiz de Fora Piau), Alfredo Veloso, Joaquim Batista Toledo e João Pires Alves. Sendo que este último era o chefe da Estrada de Ferro Juiz de Fora Piau, tinha sua residência em Filgueiras, casado com Estefânia Pires, era pai do jovem João Marinho Pires e das senhoritas Mariata Alves Pires e Edith Pires Alves, aniversariante esta última em 9 de agosto (de 1912), para a qual o pai contratara a exibição da referida orquestra, conforma noticia o Pharol de 16 de agosto de 1912.
J. Paixão permaneceria em Juiz de Fora até 25 de outubro de 1909, quando transferiria sua residência para a cidade de Oliveira, oeste de Minas, afim de ocupar o lugar de professor técnico do Grupo Escolar "Francisco Fernandes", dirigido pelo distinto advogado dr. Assis das Chagas, jornalista e escritor e seu amigo pessoal.
Mesmo assim, em detrimento de tantas e outras atividades, em 1912 ele se encontrava fazendo parte de uma pequena orquestra, composta pelos musicistas Jerônimo Silva, Elpídio Cruz (casado com Marieta Alves Pires), Alberto de Oliveira (conferente na Estrada de Ferro Juiz de Fora Piau), Alfredo Veloso, Joaquim Batista Toledo e João Pires Alves. Sendo que este último era o chefe da Estrada de Ferro Juiz de Fora Piau, tinha sua residência em Filgueiras, casado com Estefânia Pires, era pai do jovem João Marinho Pires e das senhoritas Mariata Alves Pires e Edith Pires Alves, aniversariante esta última em 9 de agosto (de 1912), para a qual o pai contratara a exibição da referida orquestra, conforma noticia o Pharol de 16 de agosto de 1912.
*-*-*
J. Paixão colaborou assiduamente em todos os jornais juizforanos, nomeadamente no
"Correio de Minas" e "Jornal do Comercio'', de cuja
redação fez parte. Com Joviano de Melo criou na cidade de Juiz de Fora "O Bandolim"
em que colaboraram os grandes literatos da época: Lindolfo
Gomes, José Rangel, Luiz de Oliveira e outros. Os jornais
fluminenses guardam muitas de suas produções, principalmente a
revista "Rua do Ouvidor". Além do mais, tem produzido
muitos trabalhos plásticos que têm sido expostos nesta cidade.
Colaborou no "Malho" como caricaturista, publicando nessa
revista a Galeria dos poetas mineiros, com os retratos feitos a pena,
de Belmiro Braga, Brant Horta, Heitor e Lindolfo Gomes, não
continuando depois por lhe faltar tempo.
Sabemos que vai reunir todos os seus trabalhos esparsos, tanto em
verso como em prosa, e publicá-los; os primeiros sob o titulo;
"Desfolhas", e os segundos sob o de "Pensamentos e
divagações". Membro eleito da Academia de Letras.
José Francisco da Paixão morreu no ano de 1949.
José Francisco da Paixão morreu no ano de 1949.
Jornal "O Pharol", ANNO XLV, N.º 111
Juiz de Fora, sexta-feira, 13 de maio de 1910
A ACADEMIA MINEIRA DE LETRAS
Em 1909, Juiz de Fora, chama de a "Manchester mineira", era o centro cultural da Minas Gerais, esta plena em sua manifestação cultural, social e econômica. Em todos os campos a arte era algo como quê um eflúvio natural, mormente as letras e a música. Os literatos em Juiz de Fora existiam aos cântaros, brotavam de entre a multidão, jorravam como as águas.
Em 1909, Juiz de Fora, chama de a "Manchester mineira", era o centro cultural da Minas Gerais, esta plena em sua manifestação cultural, social e econômica. Em todos os campos a arte era algo como quê um eflúvio natural, mormente as letras e a música. Os literatos em Juiz de Fora existiam aos cântaros, brotavam de entre a multidão, jorravam como as águas.
Os jornais traziam estampados seus textos, discursos, poesias, resenhas, teses, etc.
Tornou-se apenas natural então que, um grupo nada modesto de escritores, seguindo os passos do idealizador Machado Sobrinho, fundassem em 25 de dezembro de 1909, quando do centenário de nascimento do escritor Alexandre Herculano, lançassem a pedra fundamental de uma sociedade de beletristas, que teria em seu escopo, um seletíssimo grupo de cultores das letras, fossem, jornalistas, escritores, profissionais diversos, personalidades do cenário cultural e público, etc. Daí para o surgimento da Academia Mineira de Letras, foi um passo, consumado enfim em 13 de maio de 1910. A academia fora então composta por nomes tais como:
Albino Esteves (1884-1943), Aldo Delfino (1872-1945), Alphonsus de Guimarãens (1870-1921), Alvaro da Silveira (1867-1945), Amanajós de Araujo (1880-1938), Arduíno Bolívar (1873-1952), Avelino Fôscolo (1864-1944), Belmiro Braga (1872-1937), Bento Ernesto (1866-1943), Brant Horta (1876-1959), Carlos Góes (1881-1934), Carlindo Lelis (1879-1945), Carmo Gama (1860-1937), Costa Senna (1852-1919), Dilermando Cruz (1879-1935), Diogo de Vasconcelos (1843-1927), Eduardo de Menezes (1857-1923), Estevam Oliveira (1853-1926), Francisco Lins (1866-1933), Franklin de Almeida Magalhães (1902-1971), Gilberto de Alencar (1887-1961), Heitor Guimarães (1868-1937), Joaquim Silvério (1859-1933), João Lúcio (1875-1948), João Massena (1865-1957), José Eduardo da Fonseca (1883-1934), José Paixão (1868-1949), José Rangel (1868-1940), Lindolfo Gomes (1875-1953), Luiz de Oliveira (1874-1960), Machado Sobrinho (1872-1938), Mário Lima (1886-1936), Mário Magalhães (1885-1937), Mendes de Oliveira (1879-1918), Navantino Santos (1885-1946), Nelson Senna (1876-1952), Olímpio Rodrigues de Araújo (1860-1923), Paulo Brandão (1883-1928), Plínio Motta (1876-1953), Pinto de Moura (1865-1924).
J. Paixão era titular da cadeira de número 27 da Academia.
Não passou-se muito e em 1912, ele fora convidado, juntamente com a família a residirem no município de Guarará para dirigir um ginásio, idealizado pelas autoridades locais, nos moldes dos mais conceituados estabelecimento de ensino de então.
O "Ginásio Delfim Moreira", como seria chamado, funcionaria como internato e externato.
Por esta mesma época, seu irmão Francisco José da Paixão, que também atuaria como Inspetor Literário (O Pharol, 20 de setembro de 1923), juntamente com o Dr. Raimundo Tavares, fundam o Ginásio São Salvador em São João Nepomuceno. (O Pharol, 17 de maio de 1913)
EM PEQUERI
O HOMEM
FONTES E REFERÊNCIAS:
2- Jornal "O Guarará", ANNO III, N.º 8, de 31 de agosto de 1919.
Por esta mesma época, seu irmão Francisco José da Paixão, que também atuaria como Inspetor Literário (O Pharol, 20 de setembro de 1923), juntamente com o Dr. Raimundo Tavares, fundam o Ginásio São Salvador em São João Nepomuceno. (O Pharol, 17 de maio de 1913)
EM PEQUERI
Em Pequeri, pelos idos de 1919, J. Paixão lecionou no grupo escolar "Dr Antero Dutra", (2) quando então era diretor daquela escola o poeta e professor Lycidio Paes.
O HOMEM
Como todo Homem culto, J. Paixão era, antes de tudo, um humanista, homem sensível e de raro talento, devotado às coisas sublimes. Seus olhos nasceram voltados para o belo, para o indelével.
São de seu bisneto materno, Alex Flechette, as palavras a seguir: DIÁRIO DE AFETOS - afeto nº 44 - "Tenho em minhas mãos
um exemplar de um livro que data de mais ou menos 1934 de autoria de
um bisavô materno. Ouvi falar dele algumas vezes e sei que tem
muitos outros trabalhos publicados além desse “Breviário de
santinha” que trata de poemas sobre sua esposa que na época já
havia falecido. Conta de forma sensível e romântica a maneira pela
qual o amor mútuo se deu, desde o primeiro encontro que parecia
desimportante na infância até o cruzamento definitivo das almas no
casamento. Ele, J. Paixão teve um filho" José, nascido em 28 de abril de 1903 e "que morreu em acidente de
bonde. J. Paixão Filho como era conhecido, segundo um outro antigo
recorte de jornal encontrado lá em casa foi ceder seu lugar no bonde
para uma senhora e essa hora perdeu o equilíbrio e caiu no rio
Alcântara onde “pereceu afogado” conforme anotações do jornal
que aproveitou o ensejo e publicou três de seus poemas no dia do
velório. Em “Breviário de santinha” inclusive consta um poema
desse rapaz e outro da própria homenageada do livro, Olívia Cruz da
Paixão, a santinha."FONTES E REFERÊNCIAS:
2- Jornal "O Guarará", ANNO III, N.º 8, de 31 de agosto de 1919.
4 comentários:
Sem problemas Thais...
As informações que vc me passou são muito boas...
Sou Grato
Bom dia. Seria possível conhecer mais dados biográficos sobre o professor Bráulio Jaime Muniz Cordeiro? Descendo de um professor de nome João dos Santos Cordeiro, nascido no Rio de Janeiro em 1813, cujo irmão tinha exatamente o mesmo nome do prof. Bráulio. Atenciosamente. Henrique Bon
Postar um comentário