ESCRITURA
DE DOAÇÃO FEITA POR
DOMINGOS
FERREIRA MARQUES
“Dizemos
nós abaixo assinados, eu o Capitão Domingos Ferreira Marques e
minha mulher, Dona Feliciana Francisca Dias, moradores no termo da
nobre e muito Leal Vila de Barbacena que somos possuidores de uma
porção de terras dentro da demarcação do Bispado da Corte do Rio
de janeiro, nas cabeceiras de um córrego que deságua no ribeirão
denominado do Espirito Santo; e passa por elas na estiada que segue
para o Registro do Mar de Espanha, e partem por baixo com o rumo da
sesmaria de Dona Maria Vitória e, subindo córrego acima, da parte
direita parte pelo rumo da sesmaria de João de Araujo Moreira; e
pelas vertentes das cabeceiras partem com terras de José Antonio de
Oliveira e Maria Joana Ribeiro; cujas terras dentro das confrontações
declaradas as doamos de nossa livre vontade ao bem de edificar uma
Capela com a devoção do Divino Espirito Santo e, destas terras, as
que ficaram de fora do adro e largo e, necessárias para o cômodo e
festejo do Santo da mesma Capela, servirão para se atender os povos
com a obrigação de comprarem as braças que lhes sejam necessárias
para suas casas e quintais pelo preço que a lei marcar de cada braça
e como ao presente não tem procurador com provisão que possa
vender, cobrar e para empregar todo este rendimento em aumento da
mencionada Capela e, como se acha hábito por mim e os mais aplicados
que se acham reunidos a bem da edificação da dita Capela, a
conservação dela a José Antonio de Oliveira pelo conceito que
formamos dele e, as suas ações o tem mostrado, o autorizamos nesta
que para ele possa vender as ditas terras, as
braças, e passar o escrito de venda e cobrar e empregar todo o
rendimento nas obras da dita capela e para assim o poder fazer se
tratará com os aplicados na dita Capela, sendo eles satisfeitos,
poderá dispor destes rendimentos para a Capela e mostrando a sua
conta aos mesmos aplicados ainda bem do abono da sua pessoa e havendo
procurador de provisão que o povo assim o queira, este poderá
servir na melhor forma; e como a lei lhe marcará e para firmeza de
todo referido pedimos as justiças de S. M.. E deem a esta escritura
todo vigor como nela se contem e caso aqui falte algum ponto de
direito que faça dúvida o demos por expresso como se dela
fizéssemos menção. E pedimos a José Joaquim Queiróz que esta,
por nós, escrevesse, assinasse e, por minha mulher não saber
escrever, mandou ao nosso filho Antonio Ferreira Marques que
fizesse em seu nome e também se assinasse. Bom Sucesso, 20 de julho
de 1828.”
Domingos
Ferreira Marques
Assino
arrogo de minha mãe
Antônio
Ferreira Marques
Testemunha:
João Gomes de Oliveira
Laureano
R. Debaicos
Testemunha
que este fiz
José
Joaquim Queiróz
OBS: texto escrito em português arcaico e revisto ortograficamente com alguma margem de erro aproximada.
créditos à fonte de origem
Jornal "O Guarará"
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