terça-feira, 17 de julho de 2012

MEIO SÉCULO DE VIDA AUTÔNOMA

MEIO SÉCULO DE VIDA AUTÔNOMA

Guarará completa boje meio século de vida autônoma, razão porque nas rejubilamos de alma e coração com todos os guararenses.
A sua, historia é longa, cheia de vibrações; de sonoridade e vem de longe. Vem de 1828, data da criação do povoado do Espirito Santo e não pode ela ser aqui narrada no curto espaço que dispomos
Vamos apenas nos reportar, resumidamente, aos fatos históricos de sua emancipação político-administrativa, como um preito de gratidão, de respeito e de saudade á memória daqueles que chefiaram o grande movimento cívico patriótico.
Corria o ano de 1896, a vida do arraial do Espirito Santo do Mar de Hespanha se confundia com a de todos os povoados de Minas, era de progresso e de prosperidade.
Em todos os recantos do Brasil, uma revolução moral se operava por uma outra forma de governo.
Correu os anos cheios de rumores provocados pelas atividades políticas que agitavam os partidos na campanha republicana. O pequeno Espirito Santo vibrava de entusiasmo, pela causa da nacionalidade.
Aí nasceu o patriotismo, a fé e os desejos de sua emancipação.
Terminada a campanha com a proclamação da Republica, os habitantes do Espirito Santo de novo se arregimentaram, num só bloco, para a grande tarefa. À frente desse movimento se postaram as figuras inconfundíveis do Comendador Noronha e Silva e do Barão de CatasAltas.
Unidos, fundidos pelos mesmos sentimentos e pelas mesmas ideias, bateram à porta do Palácio do Governo de Minas, em Ouro Preto, levando uma representação coletiva.
Governava o Estado, o saudoso mineiro Dr. Chrispim Jaques Bias Fortes. Este, estudando os dados estatísticos apresentados, a possibilidade de enriquecer Minas com mais um município e atendendo ainda as justas aspirações de um povo, comandado pelas duas nobres figuras de batalhadores e sinceros republicanos que foram, assinou no dia 5 de Dezembro de 1890, o decreto N.º 278, emancipando o antigo Espirito Santo.
Realizado os sonhos desses dois mineiros a quem Guarará, rende hoje as suas homenagens de gratidão, foi a Vila instalada a 1 de fevereiro de 1891, com o nome de Espírito Santo.
Dois anos após, recebeu ela, pelo decreto n.º 343 o nome de Guarará. Mais tarde, levantou se uma voz na Câmara Municipal solicitando do Congresso Mineiro nova denominação. Atendida, a Câmara Estadual votou a lei n. 84, de 6 de Junho de 1894, que foi sancionada pelo saudoso governador Dr. Afonso Augusto Moreira Pena, dando à localidade o nome de Vila do Espírito Santo de Guarará que ainda conserva até os nossos dias.
Mais tarde, em 1922, Bicas evoluindo e progredindo também sonhou a sua emancipação e foi o seu território desmembrado, ficando Guarará constituído do distrito da sede e do distrito de Maripá.
Se Mar de Hespanha a quem tanto queremos, teve a glória de enriquecer Minas com um município modelo, Guarará orgulha- se também de ver brilhando na comunidade mineira como um município próspero, um pedaço do seu coração.
Ao encerrarmos esta rápida nota, congratulamos efusivamente com o ilustre e benemérito Governo Mineiro, na pessoa de seu criterioso detentor, Exmo Sr. Dr. Benedito Valadares Ribeiro, com o honrado e dinâmico prefeito local, Sr. Cel. Bertoldo Garcia Machado, com o nosso prezado redator Cel. Afonso Leite, cidadão a quem Guarará deve inestimáveis serviços, com os antigos administradores que por aqui passou e finalmente com o povo municipal pelo registro hoje de tão magna data.
Com justiça e saudade evoquemos, com toda veneração e respeito, a grande obra dos pioneiros do belo feito, os quais bem souberam interpretar o sentimento de um povo, levando tão alto como os cumes os seus sonhos de independência e de progresso, virtudes que sempre foram o apanágio da gente mineira.
 
Jornal “O Guarará” , ANO XXII, Nº 42
Guarará, 5 de dezembro de 1940

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