MEIO SÉCULO DE VIDA AUTÔNOMA
Guarará completa boje meio século de vida autônoma, razão porque
nas rejubilamos de alma e coração com todos os guararenses.
A sua, historia é longa, cheia de vibrações; de sonoridade e vem
de longe. Vem de 1828, data da criação do povoado do Espirito Santo
e não pode ela ser aqui narrada no curto espaço que dispomos
Vamos apenas nos reportar, resumidamente, aos fatos históricos de
sua emancipação político-administrativa, como um preito de
gratidão, de respeito e de saudade á memória daqueles que
chefiaram o grande movimento cívico patriótico.
Corria o ano de 1896, a vida do arraial do Espirito Santo do Mar de
Hespanha se confundia com a de todos os povoados de Minas, era de
progresso e de prosperidade.
Em todos os recantos do Brasil, uma revolução moral se operava por
uma outra forma de governo.
Correu os anos cheios de rumores provocados pelas atividades
políticas que agitavam os partidos na campanha republicana. O
pequeno Espirito Santo vibrava de entusiasmo, pela causa da
nacionalidade.
Aí nasceu o patriotismo, a fé e os desejos de sua emancipação.
Terminada a campanha com a proclamação da Republica, os habitantes
do Espirito Santo de novo se arregimentaram, num só bloco, para a
grande tarefa. À frente desse movimento se postaram as figuras
inconfundíveis do Comendador Noronha e Silva e do Barão de CatasAltas.
Unidos, fundidos pelos mesmos sentimentos e pelas mesmas ideias,
bateram à porta do Palácio do Governo de Minas, em Ouro Preto,
levando uma representação coletiva.
Governava o Estado, o saudoso mineiro Dr. Chrispim Jaques Bias
Fortes. Este, estudando os dados estatísticos apresentados, a
possibilidade de enriquecer Minas com mais um município e atendendo
ainda as justas aspirações de um povo, comandado pelas duas nobres
figuras de batalhadores e sinceros republicanos que foram, assinou no
dia 5 de Dezembro de 1890, o decreto N.º 278, emancipando o antigo
Espirito Santo.
Realizado os sonhos desses dois mineiros a quem Guarará, rende hoje
as suas homenagens de gratidão, foi a Vila instalada a 1 de
fevereiro de 1891, com o nome de Espírito Santo.
Dois anos após, recebeu ela, pelo decreto n.º 343 o nome de
Guarará. Mais tarde, levantou se uma voz na Câmara Municipal
solicitando do Congresso Mineiro nova denominação. Atendida, a
Câmara Estadual votou a lei n. 84, de 6 de Junho de 1894, que foi
sancionada pelo saudoso governador Dr. Afonso Augusto Moreira Pena,
dando à localidade o nome de Vila do Espírito Santo de Guarará que
ainda conserva até os nossos dias.
Mais tarde, em 1922, Bicas evoluindo e progredindo também sonhou a
sua emancipação e foi o seu território desmembrado, ficando
Guarará constituído do distrito da sede e do distrito de Maripá.
Se Mar de Hespanha a quem tanto queremos, teve a glória de
enriquecer Minas com um município modelo, Guarará orgulha- se
também de ver brilhando na comunidade mineira como um município
próspero, um pedaço do seu coração.
Ao encerrarmos esta rápida nota, congratulamos efusivamente com o
ilustre e benemérito Governo Mineiro, na pessoa de seu criterioso
detentor, Exmo Sr. Dr. Benedito Valadares Ribeiro, com o honrado e
dinâmico prefeito local, Sr. Cel. Bertoldo Garcia Machado, com o
nosso prezado redator Cel. Afonso Leite, cidadão a quem Guarará
deve inestimáveis serviços, com os antigos administradores que por
aqui passou e finalmente com o povo municipal pelo registro hoje de
tão magna data.
Com justiça e saudade evoquemos, com toda veneração e respeito, a
grande obra dos pioneiros do belo feito, os quais bem souberam
interpretar o sentimento de um povo, levando tão alto como os cumes
os seus sonhos de independência e de progresso, virtudes que sempre
foram o apanágio da gente mineira.
Jornal “O Guarará” , ANO XXII, Nº 42
Guarará, 5 de dezembro de 1940







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