SOLANGE
No dia 17 do corrente, pelas 4 horas da tarde, fechou
para sempre os seus lindos olhos a inocente SOLANGE, amada e graciosa
filhinha do nosso distinto amigo Afonso Bressane de Araújo e
de sua virtuosa e dedicada esposa, dona Inah Camões Bressane.
Morreu Solange na fase mais interessante da vida, aos 16
meses de idade, quando seus lábios pronunciavam já as primeiras
palavras, com que as criancinhas inebriam de alegria e risonhas
esperanças o coração de seus estremecidos pais.
A notícia da morte de Solange, florzinha que se fechou
na Terra para novamente se abrir no Céu, correu célere pelos quatro
cantos desta Vila, surpreendendo amargamente a todos nos, dado o
desenlace inesperado, repentino e fatal.
Realizou-se o enterro às 3 horas do dia imediato,
saindo o féretro da honrada casa de residência de seus adorados
pais.
Bonito foi o acompanhamento, que se fez ao caixãozinho,
todo branco e coberto de flores, notando-se a presença de grande
número de crianças e senhorinhas, exmas senhoras e cavalheiros
desta e da vizinha sociedade de Bicas.
Ao baixar Solange à sepultura, a banda de música
local, composta de meninos, assistidos por seus hábeis professores
Theodolcino Antonio Bertho e Antonio de Pádua Rabelo e Campos,
tocou, festivamente, linda peça musical, que foi o derradeiro adeus
dirigido àquele pequenino ser, hoje pequenina estrela que, do Céu
onde lampeja, iluminará a alma de seus saudosos pais, pedindo a Deus
lhes dê o consolo e a resignação de que necessitam no amargo
transe por que acabam de passar.
Ao Bressane e à sua extremosa esposa, dona Inah Camões,
a expressão mais sincera do nosso pesar.
Jornal
"O Guarará", ANNO VI, N.º 256
Guarará,
22 de Junho de 1924
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