José Ribeiro de Oliveira e Silva, era filho do casal, o Capitão José Antônio de Oliveira (fazendeiro em Guarará) e
a esposa Libânia Angélica da Silva Oliveira. Eram seus irmãos Antônio
Ribeiro de Oliveira (também fazendeiro em Guarará); Ana Libânia de Oliveira (casada com Francisco
Eugênio de Andrade Goulart) e o Tenente-coronel Arlindo Ribeiro de Oliveira. (cf. escritura pública de 15/01/1889, lavrada
na Fazenda “Três Barras”, propriedade de José Ribeiro de Oliveira e Silva).
Arlindo, irmão de
José Ribeiro, era casado com Francisca
da Cunha Oliveira e pai de Irene, Maria, Célia, Julieta e Libânia da
Cunha Oliveira, esta última casada com Áureo de Assis, gerente do jornal “O
Guarará”. Arlindo foi Coletor Federal em Guarará entre os anos 1910 a 1924. Ele
havia sido nomeado para substituir Mário Horta, filho do ex-agente executivo Emílio
Luiz Rodrigues Horta, que havia morrido em 1910. Arlindo
tinha sua residência em Bicas, depois mudou-se para Juiz de Fora (por volta de 1921), lá ele se tornaria proprietário do Cine Teatro Paz, a casa de eventos de maior importância àquela época, onde transitariam grandes nomes e grandes eventos da cultura juizforana.
Voltando
ao Cel. José Ribeiro, quando da morte do pai, já octogenário, em 21 de dezembro
de 1912, era abastado fazendeiro em Bicas e, à época já residindo em Juiz de
Fora, onde era comerciante. (Jornal "Correio da Noite", terça
23 dezembro 1912)
O pai do Cel. José Ribeiro , morreu em 21 de dezembro de 1912, já
octogenário. Por essa época o coronel José Ribeiro era abastado fazendeiro em
Bicas e residente em Juiz de Fora, onde era comerciante.
Suas atividades
na lavoura e agricultura entre Guarará e Bicas, deu-se, segundo o carioca “Almanak Laemmert”, principalmente entre os
anos 1911 e 1926, mas muito antes disso ele já exercitava-se na política
municipal. Já em 1889 ele era um grande fazendeiro na região. Em 28 de julho de
1891, conforme os registros da Intendência Municipal, ele foi indicado para
substituir a vaga deixada na intendência pelo membro Dr. José Telles de
Menezes, que havia solicitado exoneração do cargo. (2)
Entre 1892 e 1898, ele foi vereador e Agente Executivo, período este um tanto
conturbado, como atesta os jornais da época.
Em 1892 era essa
a composição da Câmara de Guarará: Agente Executivo o Dr Antero Dutra de
Moraes, o Barão de Catas Altas (Antônio José Gomes Bastos) e os vereadores
eram: José Ribeiro de O. e Silva, (secretário), João Luiz Alves Viana,
Francisco Gonçalves de Souza, Antônio Francisco de Souza, Francisco José Bastos
de Campos, Silvestre Henriques Furtado, Francisco Carneiro e o Pe. Manoel José
Correa. (3) Todavia, em maio de 1893, ele e
Antônio Baião, fazem um requerimento à Comissão de Constituição, Legislação e
Poderes da Câmara dos Deputados, contra o ato ilegal da Câmara apuradora de
Guarará que os excluiu do número de vereadores eleitos.
Como Agente
executivo, ainda em 1892, Antero Dutra de Moraes encampa a ideia da construção
da "Estrada de Ferro Guararense", que pretendia facilitar a ligação
dos município sede com o deu distrito de Bicas, onde operava a "Estrada de
Ferro Leopoldina", o que facilitaria o transporte de pessoas e gêneros
diversos. Antero não concluiu seu projeto inteiramente.
Em 1894 José
Ribeiro de Oliveira e Silva organiza o Partido Constitucional Operário, em
Guarará, com a seguinte chapa, para as eleições próximas: Agente executivo
municipal: Capitão José Ribeiro de Oliveira e Silva; Vereadores especiais:
Francisco Nunes Coelho (Sede): Francisco Fernandes Padrão; (Bicas): Horácio
Furtado (Maripá); Vereadores gerais: Francisco Barnabé da Fonseca Barroso,
Antônio Rabelo Teixeira, José Pires de Mendonça e José de Faria Simões;
Conselho Distrital: Presidente: Francisco Afonso de Souza; Conselheiros: Adolfo
Falcão Ribeiro Bastos e João Antônio Batista; Juízes de Paz: Francisco de
Almeida Guimarães Modesto, Manoel Joaquim de Andrade, Ladislau Rabelo de
Vasconcelos.
Em setembro do
mesmo ano (1894), ele é eleito como Agente Executivo (para o triênio
1895/1897). Ao seu lado foram eleitos e empossados, como vereadores, o Major
Antônio Rabelo Teixeira. Padre Manoel José Corrêa, José Pires de Mendonça,
Alferes Francisco Barnabé da Fonseca Barroso, Cap. Antônio Alberto Gomes Baião,
faltando tomar posse o vereador geral Felício da Silva Cintra e o especial de
Maripá, Comendador François Firmin Alibert.
Caberá a ele
concluir os trabalhos de construção da "Estrada de Ferro Guararense".
Infelizmente a falta de prática administrativa (como atesta o jornalista F. S.
Teixeira) e conhecimentos técnicos, acabam por incidir em uma série de
irregularidades. A isto se soma as indenizações impetradas contra a
municipalidade. Concluindo a Estrada de Ferro funciona não mais que dez meses,
dentro do ano de 1897.
Em 1898 ele
(ainda major) foi nomeado para o cargo de inspetor escolar de Guarará. (6) No final do mesmo ano (de 1898) ele adquire, do
jornalista Francisco de Sequeiros Teixeira, o jornal "Gazeta de
Guarará". O Jornal havia sido criado no final do ano anterior (1897).
Teixeira permanece à frente do jornal como diretor e editor responsável e, no
início de 1900, a gerência do jornal é confiada a Afonso Augusto Ferreira
Leite. O jornal se firma como um audacioso órgão da situação política, que
tinha, naquele período, o Cel. José Ribeiro como seu maior representante.
Em 1 de novembro
de 1902 ele toma posse do cargo de delegado de polícia de Guarará.
Em 1904 ele se
firma como o chefe político de maior representação eleitoral, à época como
presidente do Partido Republicano Mineiro que, vencendo as eleições de 01 de
novembro de 1900, elege o médico Dr. Emílio Joaquim Rodrigues Horta como Agente
Executivo para o triênio subsequente e derrota nas urnas ao maior chefe
político até então, o Barão de Catas Altas.
Ao P.R.M.
pertenciam outros grandes nomes da política guararense, tais como o Dr. Antero
Dutra de Moraes, Dr. Henrique Vaz, major Francisco Bianco, tenente-coronel
Joaquim José de Souza, cap. Francisco de Paula Retto Junior, major Firmino Dias
Tostes, cap. Antônio Ferreira Martins, tenente-coronel Arlindo Ribeiro de
Oliveira, cap. Josino Ribeiro da Silva, etc. (8)
José Ribeiro
casou por duas vezes, a primeira foi com Alcina Tostes que passou a assinar
como Alcina Tostes de Oliveira e Silva. Os filhos do casal são: Libânia Ribeiro
de Oliveira e Silva, Sebastiana Ribeiro de Oliveira e Silva, Ana Ribeiro de
Oliveira e Silva, Áurea Ribeiro de Oliveira e Silva e José Ribeiro de Oliveira
e Silva Júnior.
Em 19 de
fevereiro de 1913 morre Alcina Tostes de Oliveira e Silva, (9) e tempos depois ele se casa com Marta Levy, que
passa a assinar Marta Levy Ribeiro.
De suas
atividades, além daquelas devotadas à vida pública e industrial, estava também
a de agricultor. José Ribeiro era possuidor de uma importante propriedade
agrária (provavelmente a Fazenda da Liberdade)
a qual, em 1919, vendeu (por oitenta contos de réis) ao Cap. José Carlos Dutra
de Moraes. (10)
O
DISTRITO DE BICAS
A
"Fazenda da Liberdade" estava situada no distrito de Bicas, onde também estavam
as fazendas "Três Tombos.", dos herdeiros do major Firmino Dias
Tostes: a "Fazenda do Campestre", de dona Margarida Bastos; a
"Fazenda dos Cristais", de Manoel Honório de Campos; a "Fazenda
dos Cristais", de Augusto Barbosa de Castro, e ainda a "União da
Serra" de Antônio Ferreira Martins; a "Fazenda Pedra Branca", de
Jacomo Fresi; ainda a do comendador Firmin François Alibert e outras menores. (11)
REFERÊNCIAS
1 - Jornal "Correio da Noite", terça
23 dezembro 1912;
2 - Jornal "A Ordem", ANO II, N. 121 -
Ouro Preto, 22 de agosto de 1891;
3 - RODRIGUES, José Luiz Machado, Maripá de
Minas e Região: subsídios históricos e outras lembranças, Maripá de Minas – MG
- s.d.,2003
4 - Jornal "Minas Gerais", ANO II, N.
138, pg 5 - Ouro Preto, terça-feira, 23 de maio de 1893;
5 - Jornal, "Pharol", Juiz de fora,
quinta-feira, 16 de agosto de 1894
6 - Jornal "Minas Gerais", ANO VII, N.
41, pg 3 - Ouro Preto, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1898;
7 - Câmara municipal de Guarará, Temos de
Posse:1907-1947;
8 - Jornal "Gazeta de Guarará", ANO
IV, N. 122 de 4 de novembro de 1900 (O então gerente editorial da Gazeta de
Guarará era Afonso Augusto Ferreira Leite);
9 - Jornal "O País", quinta-feira, 27
de fevereiro e 1913 e Jornal "A Noite",sábado, 4 de abril de 1914;
10 - Jornal "O Guarará", ANO III, N.º
23, pg 1. Guarará, 14 de dezembro de 1919;
11 - PRATES, Carlos A., - A lavoura e industria da
Zona da Mata. Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, 1906 - 139 páginas.
1 comentários:
XXIV Concurso Nacional de Poesias Augusto dos Anjos. Edital disponível em http://zip.net/btrpBf
www.academialeopoldinense.net
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