terça-feira, 28 de abril de 2015

JOSÉ RIBEIRO DE OLIVEIRA E SILVA, CEL

José Ribeiro de Oliveira e Silva, era filho do casal, o Capitão José Antônio de Oliveira (fazendeiro em Guarará) e a esposa Libânia Angélica da Silva Oliveira. Eram seus irmãos Antônio Ribeiro de Oliveira (também fazendeiro em Guarará); Ana Libânia de Oliveira (casada com Francisco Eugênio de Andrade Goulart) e o Tenente-coronel Arlindo Ribeiro de Oliveira. (cf. escritura pública de 15/01/1889, lavrada na Fazenda “Três Barras”, propriedade de José Ribeiro de Oliveira e Silva).
Arlindo, irmão de José Ribeiro, era casado com Francisca da Cunha Oliveira e pai de Irene, Maria, Célia, Julieta e Libânia da Cunha Oliveira, esta última casada com Áureo de Assis, gerente do jornal “O Guarará”. Arlindo foi Coletor Federal em Guarará entre os anos 1910 a 1924. Ele havia sido nomeado para substituir Mário Horta, filho do ex-agente executivo Emílio Luiz Rodrigues Horta, que havia morrido em 1910. Arlindo tinha sua residência em Bicas, depois mudou-se para Juiz de Fora (por volta de 1921), lá ele se tornaria proprietário do Cine Teatro Paz, a casa de eventos de maior importância àquela época, onde transitariam grandes nomes e grandes eventos da cultura juizforana.
Voltando ao Cel. José Ribeiro, quando da morte do pai, já octogenário, em 21 de dezembro de 1912, era abastado fazendeiro em Bicas e, à época já residindo em Juiz de Fora, onde era comerciante. (Jornal "Correio da Noite", terça 23 dezembro 1912)
O pai do Cel. José Ribeiro , morreu em 21 de dezembro de 1912, já octogenário. Por essa época o coronel José Ribeiro era abastado fazendeiro em Bicas e residente em Juiz de Fora, onde era comerciante.
Suas atividades na lavoura e agricultura entre Guarará e Bicas, deu-se, segundo o carioca “Almanak Laemmert”, principalmente entre os anos 1911 e 1926, mas muito antes disso ele já exercitava-se na política municipal. Já em 1889 ele era um grande fazendeiro na região. Em 28 de julho de 1891, conforme os registros da Intendência Municipal, ele foi indicado para substituir a vaga deixada na intendência pelo membro Dr. José Telles de Menezes, que havia solicitado exoneração do cargo. (2) Entre 1892 e 1898, ele foi vereador e Agente Executivo, período este um tanto conturbado, como atesta os jornais da época.
Em 1892 era essa a composição da Câmara de Guarará: Agente Executivo o Dr Antero Dutra de Moraes, o Barão de Catas Altas (Antônio José Gomes Bastos) e os vereadores eram: José Ribeiro de O. e Silva, (secretário), João Luiz Alves Viana, Francisco Gonçalves de Souza, Antônio Francisco de Souza, Francisco José Bastos de Campos, Silvestre Henriques Furtado, Francisco Carneiro e o Pe. Manoel José Correa. (3) Todavia, em maio de 1893, ele e Antônio Baião, fazem um requerimento à Comissão de Constituição, Legislação e Poderes da Câmara dos Deputados, contra o ato ilegal da Câmara apuradora de Guarará que os excluiu do número de vereadores eleitos.
Como Agente executivo, ainda em 1892, Antero Dutra de Moraes encampa a ideia da construção da "Estrada de Ferro Guararense", que pretendia facilitar a ligação dos município sede com o deu distrito de Bicas, onde operava a "Estrada de Ferro Leopoldina", o que facilitaria o transporte de pessoas e gêneros diversos. Antero não concluiu seu projeto inteiramente.
Em 1894 José Ribeiro de Oliveira e Silva organiza o Partido Constitucional Operário, em Guarará, com a seguinte chapa, para as eleições próximas: Agente executivo municipal: Capitão José Ribeiro de Oliveira e Silva; Vereadores especiais: Francisco Nunes Coelho (Sede): Francisco Fernandes Padrão; (Bicas): Horácio Furtado (Maripá); Vereadores gerais: Francisco Barnabé da Fonseca Barroso, Antônio Rabelo Teixeira, José Pires de Mendonça e José de Faria Simões; Conselho Distrital: Presidente: Francisco Afonso de Souza; Conselheiros: Adolfo Falcão Ribeiro Bastos e João Antônio Batista; Juízes de Paz: Francisco de Almeida Guimarães Modesto, Manoel Joaquim de Andrade, Ladislau Rabelo de Vasconcelos.
Em setembro do mesmo ano (1894), ele é eleito como Agente Executivo (para o triênio 1895/1897). Ao seu lado foram eleitos e empossados, como vereadores, o Major Antônio Rabelo Teixeira. Padre Manoel José Corrêa, José Pires de Mendonça, Alferes Francisco Barnabé da Fonseca Barroso, Cap. Antônio Alberto Gomes Baião, faltando tomar posse o vereador geral Felício da Silva Cintra e o especial de Maripá, Comendador François Firmin Alibert.
Caberá a ele concluir os trabalhos de construção da "Estrada de Ferro Guararense". Infelizmente a falta de prática administrativa (como atesta o jornalista F. S. Teixeira) e conhecimentos técnicos, acabam por incidir em uma série de irregularidades. A isto se soma as indenizações impetradas contra a municipalidade. Concluindo a Estrada de Ferro funciona não mais que dez meses, dentro do ano de 1897.
Em 1898 ele (ainda major) foi nomeado para o cargo de inspetor escolar de Guarará. (6) No final do mesmo ano (de 1898) ele adquire, do jornalista Francisco de Sequeiros Teixeira, o jornal "Gazeta de Guarará". O Jornal havia sido criado no final do ano anterior (1897). Teixeira permanece à frente do jornal como diretor e editor responsável e, no início de 1900, a gerência do jornal é confiada a Afonso Augusto Ferreira Leite. O jornal se firma como um audacioso órgão da situação política, que tinha, naquele período, o Cel. José Ribeiro como seu maior representante.
Em 1 de novembro de 1902 ele toma posse do cargo de delegado de polícia de Guarará.
Em 1904 ele se firma como o chefe político de maior representação eleitoral, à época como presidente do Partido Republicano Mineiro que, vencendo as eleições de 01 de novembro de 1900, elege o médico Dr. Emílio Joaquim Rodrigues Horta como Agente Executivo para o triênio subsequente e derrota nas urnas ao maior chefe político até então, o Barão de Catas Altas.
Ao P.R.M. pertenciam outros grandes nomes da política guararense, tais como o Dr. Antero Dutra de Moraes, Dr. Henrique Vaz, major Francisco Bianco, tenente-coronel Joaquim José de Souza, cap. Francisco de Paula Retto Junior, major Firmino Dias Tostes, cap. Antônio Ferreira Martins, tenente-coronel Arlindo Ribeiro de Oliveira, cap. Josino Ribeiro da Silva, etc. (8)
José Ribeiro casou por duas vezes, a primeira foi com Alcina Tostes que passou a assinar como Alcina Tostes de Oliveira e Silva. Os filhos do casal são: Libânia Ribeiro de Oliveira e Silva, Sebastiana Ribeiro de Oliveira e Silva, Ana Ribeiro de Oliveira e Silva, Áurea Ribeiro de Oliveira e Silva e José Ribeiro de Oliveira e Silva Júnior.
Em 19 de fevereiro de 1913 morre Alcina Tostes de Oliveira e Silva, (9) e tempos depois ele se casa com Marta Levy, que passa a assinar Marta Levy Ribeiro.
De suas atividades, além daquelas devotadas à vida pública e industrial, estava também a de agricultor. José Ribeiro era possuidor de uma importante propriedade agrária (provavelmente a Fazenda da Liberdade) a qual, em 1919, vendeu (por oitenta contos de réis) ao Cap. José Carlos Dutra de Moraes. (10)

O DISTRITO DE BICAS
A "Fazenda da Liberdade" estava situada no distrito de Bicas, onde também estavam as fazendas "Três Tombos.", dos herdeiros do major Firmino Dias Tostes: a "Fazenda do Campestre", de dona Margarida Bastos; a "Fazenda dos Cristais", de Manoel Honório de Campos; a "Fazenda dos Cristais", de Augusto Barbosa de Castro, e ainda a "União da Serra" de Antônio Ferreira Martins; a "Fazenda Pedra Branca", de Jacomo Fresi; ainda a do comendador Firmin François Alibert e outras menores. (11)

REFERÊNCIAS
1 - Jornal "Correio da Noite", terça 23 dezembro 1912;
2 - Jornal "A Ordem", ANO II, N. 121 - Ouro Preto, 22 de agosto de 1891;
3 - RODRIGUES, José Luiz Machado, Maripá de Minas e Região: subsídios históricos e outras lembranças, Maripá de Minas – MG - s.d.,2003
4 - Jornal "Minas Gerais", ANO II, N. 138, pg 5 - Ouro Preto, terça-feira, 23 de maio de 1893;
5 - Jornal, "Pharol", Juiz de fora, quinta-feira, 16 de agosto de 1894
6 - Jornal "Minas Gerais", ANO VII, N. 41, pg 3 - Ouro Preto, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1898;
7 - Câmara municipal de Guarará, Temos de Posse:1907-1947;
8 - Jornal "Gazeta de Guarará", ANO IV, N. 122 de 4 de novembro de 1900 (O então gerente editorial da Gazeta de Guarará era Afonso Augusto Ferreira Leite);
9 - Jornal "O País", quinta-feira, 27 de fevereiro e 1913 e Jornal "A Noite",sábado, 4 de abril de 1914;
10 - Jornal "O Guarará", ANO III, N.º 23, pg 1. Guarará, 14 de dezembro de 1919;
11 - PRATES, Carlos A., - A lavoura e industria da Zona da Mata. Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, 1906 - 139 páginas.

1 comentários:

Alla Leopoldina disse...

XXIV Concurso Nacional de Poesias Augusto dos Anjos. Edital disponível em http://zip.net/btrpBf
www.academialeopoldinense.net

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