sexta-feira, 13 de junho de 2014

GERVÁSIO EVARISTO MONTEIRO DE REZENDE, CAP.


O Capitão [e depois major] Gervásio (OBS: há que se diferenciar este do outro de mesma alcunha o Capitão Gervásio Antônio da Silva Pinto, que deu nome a uma rua do município) residia em Maripá, era proprietário da fazenda Boa Fé no distrito de Maripá, distante de Guarará, uma légua e meia.
Gervásio foi o segundo dos 15 filhos do primeiro casamento do Comendador Domiciano Monteiro de Resende com Dona Maria José de Lara. (Domiciano casou-se uma segunda vez com Dona Maria do Carmo Lara, com a qual teve três filhos) 
Gervásio, nasceu em 26 de outubro de 1869 e morreu, no município de Chiador, em 25 de março de 1952, aos 82 anos. Era casado com Ana Lara de Resende e tiveram 8 filhos. Fazendeiro e pertencente a uma família de tradições na região, ele enveredou-se pela vida pública e foi eleito vereador por três legislatura: 1901-1904, 1913-19161917-1920 e, para a legislatura seguinte 1921-1924, foi eleito agente executivo (uma espécie de prefeito) do município, todavia, ao transferir sua residência do município Guarará para o distrito de Santo Antônio do Chiador, tornou-se incompatível com o cargo e, em 23 de setembro de 1922, tanto ele como outro vereador, o vereadores cap. Francisco Pinto Ferreira foram exonerados e foram convocados os suplentes Cel. Joaquim José de Sousa e o Cap. Bertholdo Garcia Machado, tendo este tomado posse. Como, porém, era o major Gervásio Evaristo Monteiro de Resende ocupava o cargo de presidente da Câmara e agente executivo municipal,  tornava-se necessária a eleição de novo presidente e agente executivo, para o desempenho das funções até a posse da futura administração para o exercício de 1923 a 1926. 
Para exercer esse cargo foi escolhido o Cônego Ângelo Resende, por unanimidade de votos dos presentes à sessão. Ficou a Câmara então composta pelos vereadores: José Vieira Camões,  Emídio Braz dos Santos, Luis de Fabris, Victor Belfort de Arantes, Francisco de Paula Retto Júnior, Bertholdo Garcia Machado e pelo Cônego Ângelo Resende, sendo este último escolhido para exercer o cargo de Presidente e Agente Executivo da Gamara Municipal, no tempo ainda restante para o término daquele mandato.  

(Jornal "O Guarará", Ano VI, N.º 166, de 24 de setembro de 1922)

Gervásio não foi (ao dizer do jornal) muito feliz em sua administração como chefe do executivo municipal, não conseguiu sustentar uma "administração criteriosa e fecunda" teve sim, como atesta o editorialista, um governo pálido e desdioso, caracterizado, sobretudo, pelo descaso, em questões fundamentais como higiene (saúde) e obra públicas.

*-*-*

Transcorreu no dia 26 do corrente o aniversario natalício do ilustre cidadão, cujo nome serve de epigrafe a estas linhas, de que ora nos servimos para patentearmos ao distinto amigo e leal correligionário a homenagem que merece de nossa parte, bem como do povo deste município, de cujo progresso é um dos esforçados colaboradores.
Agricultor inteligente, chefe de família honrado, exemplo do trabalho e da probidade, amigo sincero, cidadão completamente avesso às manifestações da vaidade, o ilustre aniversariante reúne todas estas incontestáveis qualidades, que se transformam em égide acérrima onde resvalam galhardamente os golpes dos invejosos (em numero de meia dúzia) que debalde ensaiam o descrédito do distinto conterrâneo na presidência na Câmara Municipal de Guarará.
É na investidura desse cargo que desempenha a contento geral do município, que se tem mostrado homem de rija tempera, fazendo uma administração brilhante, com admirável presença de espirito e independência de caráter; com as atenções voltadas tão somente para o engradecimento desta terra, sem as preocupações da politiquice lamacenta a que alguns tipos procuram agarrar-se para ostentar um patriotismo falso — em proveito de estultas vaidades — único elemento em que se apoiam a verem se conseguem colimar o fim desejado.
Perdoe-nos o sr. major Gervásio esta ligeira digressão, ao noticiarmos o seu natalício, pois sabemos que por sua modéstia não suporta elogios; antes sentir-se-ia bem em viver tranquilo no lar de sua adorada família, cuidando de seu trabalho honrado, do qual não foi s. Excia. que saiu, mas foi o povo do município que dali o tirou para pô-lo à frente da administração dos seus sagrados interesses na Câmara Municipal, conceito da capacidade e tino administrativo de s. Excia.
Ficam, pois, nesta ligeira noticia as nossas efusivas felicitações ao distinto amigo, com sinceros votos de longa vida para a felicidade de sua exma. família e do povo deste município, que muito o estima e acata.  

(Texto extraído do Jornal "Gazeta Municipal" Ano V, N.º 21829 - Bicas, 30 de outubro de 1921)

0 comentários:

Postar um comentário