COISAS
DA VIDA...
O grande poeta D’Anunzzio pregava o
dever de um homem não morrer no leito. E afirmava ser seu desejo perecer em desastre
espetacular, ou mesmo por meio de um suicídio que ele chamava “glorioso”,
projetando-se do alto, com um avião carregado de explosivos, para vir se
espatifar, em voo a pique, de encontro ao solo.
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A fantasia do grande artista da Itália
contemporânea, herói do Filme, não foi
objetivada. D'Anunzzio morreu mesmo na cama, doente, na glória apenas, dos seus
poemas imortais.
Kant o famoso filósofo alemão, que
afirmava também, que os homens, para serem felizes, deveriam suicidar-se todos,
andava armado para defender sua vida. A filosofia dele era para “uso externo”,
para os outros...
*-*-*
Um mardespanhense morreu há dias, vítima
de um acidente de automóvel, quando, honrada e honestamente, provia o sustento
próprio e o de sua família, constituída de esposa e cinco filhinhos menores.
Tombou no campo da honra, teve morte heroica.
Sem saber e sem querer, foi, Armandinho,
muito além da vontade do poeta D'Anunzzio
e da filosofia comodista de Kant. Morreu, ele, sim, como um homem deve morrer,
em plena luta e na mais honrosa atividade, que é a do homem de bem, a do homem
simples do trabalho, que deseja viver á custa própria, do seu suor.
Nosso Salvador, que foi também, para o
exemplo nosso, homem simples, do trabalho, sabe o que faz.
Mas bem que poderia ter tirado deste
mundo, sem glória ou com ela, um outro desses muitos que andam por aqui a espoliar
o próximo, a roubar seu semelhante, usando de todos os expedientes e ainda
querem passar por santinhos, desses que não trabalham e ganham muito mais, que
se apresentam com a pele do cordeiro e não passam do lobo espertalhão, cínico e
salafrário. Tanta gente que precisava morrer, dessa que só desmerece a (ou será
e) desonra este mundo e vai logo um chefe de família honrado e digno.
A.
Gr.
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