terça-feira, 10 de setembro de 2013

AUGUSTUS GRIBEL - COISAS DA VIDA III



COISAS DA VIDA...

O grande poeta D’Anunzzio pregava o dever de um homem não morrer no leito. E afirmava ser seu desejo perecer em desastre espetacular, ou mesmo por meio de um suicídio que ele chamava “glorioso”, projetando-se do alto, com um avião carregado de explosivos, para vir se espatifar, em voo a pique, de encontro ao solo.

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A fantasia do grande artista da Itália contemporânea, herói do Filme, não foi objetivada. D'Anunzzio morreu mesmo na cama, doente, na glória apenas, dos seus poemas imortais.
Kant o famoso filósofo alemão, que afirmava também, que os homens, para serem felizes, deveriam suicidar-se todos, andava armado para defender sua vida. A filosofia dele era para “uso externo”, para os outros...

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Um mardespanhense morreu há dias, vítima de um acidente de automóvel, quando, honrada e honestamente, provia o sustento próprio e o de sua família, constituída de esposa e cinco filhinhos menores. Tombou no campo da honra, teve morte heroica.
Sem saber e sem querer, foi, Armandinho, muito além da vontade do poeta D'Anunzzio e da filosofia comodista de Kant. Morreu, ele, sim, como um homem deve morrer, em plena luta e na mais honrosa atividade, que é a do homem de bem, a do homem simples do trabalho, que deseja viver á custa própria, do seu suor.
Nosso Salvador, que foi também, para o exemplo nosso, homem simples, do trabalho, sabe o que faz.
Mas bem que poderia ter tirado deste mundo, sem glória ou com ela, um outro desses muitos que andam por aqui a espoliar o próximo, a roubar seu semelhante, usando de todos os expedientes e ainda querem passar por santinhos, desses que não trabalham e ganham muito mais, que se apresentam com a pele do cordeiro e não passam do lobo espertalhão, cínico e salafrário. Tanta gente que precisava morrer, dessa que só desmerece a (ou será e) desonra este mundo e vai logo um chefe de família honrado e digno.

A. Gr. 


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