terça-feira, 10 de setembro de 2013

AUGUSTUS GRIBEL - COISAS DA VIDA II



COISAS DA VIDA

As nossas escolas sem cinema! O estudo da História e de Geografia devia ser feito na tela.
Não há propaganda mais necessária, na nossa terra, do que a propaganda do Brasil... no Brasil. Não há país que menos se ignore a si mesmo do que nós. O Norte vive afastado do Sul, não sabendo do que ocorre pelas nossas bandas, como também, desconhecemos, nós, sua realidade, a situação dos Estados nordestinos ou da Amazônia.

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Razão de sobra teve o escritor que afirmou não ter o brasileiro intimidade com a terra... Não fosse essa ignorância em que vivemos, não se diria, por aí, que o café é o grande mal do Brasil. O cinema é que pode popularizar o Brasil no Brasil.
Por que a imprensa não clama, a plenos pulmões, que precisamos inventar o nosso cinema? Só assim, como lembrou Monteiro Lobato, o Brasil deixará de vir de Hollywood (como está acontecendo agora) enlatado como goiabada...
A. Gr.

NOVO PROMETEU
Aí está o velho e centenário Mar de Espanha empenhado em recomeçar sua vida, enfrentando novas lutas para pagar dívidas.
“Quem comeu e bebeu já se foi deitar”, mas o Mar de Espanha ficou quase que liquidado, em falência moral, política e financeira.
Pobre e triste tem agora que recomeçar a vida, com o futuro prejudicado pelos “saques” de um grupo de aproveitadores e aventureiros sem entranhas. Teve a mesma sorte do lendário herói grego, o Prometeu, que Ésquilo imortalizou no cume de uma montanha, condenado, amarrado, com um abutre a lhe roer o coração.
O nosso Mar de Espanha pode ser representado do mesmo modo, amarrado pelas dívidas, sangrando, mas sem o abutre perto, pois que este se vê ao longe, tocado pelas pedradas cívicas do nosso povo que, com o voto de 3 de outubro, evitou que o urubu corroesse e matasse totalmente o Mar de Espanha. Restou um pouquinho de vida. E agora, doente, o Mar de Espanha precisa ser tratado com carinho e cuidados especiais de um doente grave.
Triste sina a tua, meu velho Mar de Espanha! Recomeçar uma nova existência, de sacrifícios e aperturas e ter de pagar as dívidas que não foram suas! “Quem comeu e bebeu já se foi deitar”...

A. Gr. 


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