ESCREVEI...
Escrevei conterrâneos e conterrâneas...
Não há terra em que se dê menos trato à
imaginação do que este Brasil. Agora um pequeno número de “stailites” e estes
mesmos variando apenas de região, os escritores que colaboram em nossa
imprensa, jornais e revistas se vêm obrigados a reeditar, para encher suas
páginas, os contos de Artur de Azevedo.
*-*-*
Falta de quem escreva. Por isso, esta
crônica é um apelo a vós, conterrâneos o conterrâneas. Escrevei. Sois moços,
viveis aqui esta vida serena e amável desta amável e serena cidade. Nada melhor
do que encher os vossos ócios escrevendo. Como? Aí vão duas regras, mais do que
suficientes: primeiro, estudar a língua, a ponto de se saber que “nós vai” é um
erro, mas não a ponto de saber se o “se” é conjunção ou partícula apassivadora:
segundo escrever tudo que vier na cabeça, e como vier.
*-*-*
Isso feito, escrevei. Naturalmente as
primeiras “coisas” hão de ser sobre o pôr do sol, a minha mãe, o luar, etc.
Escrevei sobre tudo isso, mas rasgai. Isso é a primeira fase, são “provas”, que
a gente não deve mostrar. O que aparecer depois, sim, mandai para a publicação.
E quem é que pode dizer que em vós não está o gérmen de um escritor de grande
envergadura...
A.
Gr.
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