terça-feira, 10 de setembro de 2013

AUGUSTUS GRIBEL - ESCREVEI...



ESCREVEI...

Escrevei conterrâneos e conterrâneas...
Não há terra em que se dê menos trato à imaginação do que este Brasil. Agora um pequeno número de “stailites” e estes mesmos variando apenas de região, os escritores que colaboram em nossa imprensa, jornais e revistas se vêm obrigados a reeditar, para encher suas páginas, os contos de Artur de Azevedo.

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Falta de quem escreva. Por isso, esta crônica é um apelo a vós, conterrâneos o conterrâneas. Escrevei. Sois moços, viveis aqui esta vida serena e amável desta amável e serena cidade. Nada melhor do que encher os vossos ócios escrevendo. Como? Aí vão duas regras, mais do que suficientes: primeiro, estudar a língua, a ponto de se saber que “nós vai” é um erro, mas não a ponto de saber se o “se” é conjunção ou partícula apassivadora: segundo escrever tudo que vier na cabeça, e como vier.

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Isso feito, escrevei. Naturalmente as primeiras “coisas” hão de ser sobre o pôr do sol, a minha mãe, o luar, etc. Escrevei sobre tudo isso, mas rasgai. Isso é a primeira fase, são “provas”, que a gente não deve mostrar. O que aparecer depois, sim, mandai para a publicação. E quem é que pode dizer que em vós não está o gérmen de um escritor de grande envergadura...

A. Gr. 


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