sábado, 23 de junho de 2012

CHUVAS DE VERÃO EM GUARARÁ

I - VOICES D'ARTE
.
É esta chuva que não lava o pó
Deixando a tarde enegrecida
Que a tudo torna solitário e só
E faz o nada parecer ter vida.
.
É esse termo rebuscado e ermo
Que faz o mundo conspirar e ser
Na simbiose de seu proprio termo
O mundo seco que não vê chover.
.
É esse nome de algum momento
A estranha face que parece olhar
O sulco seco do estupor sedento
Que a chuva é sem querer molhar.
.
II - CLAUTRO
.
Nos encobertos, bem atrás do morro
Nada eu posso ver nem subtrair
É estrada velha que eu não percorro
É lugar distante que não posso ir.
.
E o suor da tarde pela minha testa
Na ferida imensa que o sol me faz
Lembra paisagem em alguma fresta
A visão eterna que não se desfaz.
.
Voltarei meus olhos para a luz distante
Mesmo que não veja no seu encoberto
Este homem novo que virá adiante
Quando um outro dia o fizer desperto.
.
III - ANÁTEMA
.


0 comentários:

Postar um comentário