segunda-feira, 2 de julho de 2012

RESUMO HISTÓRICO

GUARARÁ — MG
Mapa Municipal, págs.186 a 191 da
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros - 25.° Vol.

No dia 20 de julho de 1828, Domingos Ferreira Marques e sua mulher, Dona Feliciana Francisca Dias, perante as testemunhas João Gomes de Oliveira e Laureano Rodrigues de Queiroz, doaram 40 alqueires, doaram 40 alqueires de terras para a criação de um Curato, que se denominou do "Espírito Santo". - Construiu-se, então, uma capela em torno da qual, aos poucos, se foi desenvolvendo um arraial que, mais tarde, se chamou Espírito Santo do Mar de Espanha.
Conquanto que o Guarará não seja, ainda hoje, servido por via ferroviária, assegura a tradição que, no passado, foi a aproximação dos trilhos da Estrada de Ferro União Mineira, hoje Estrada de Ferro Leopoldina - o fator preponderante no seu desenvolvimento. Chegados os trilhos ao local denominado "Taboas", hoje distrito de São José das Bicas, toda a região entrou em progresso. Com a evolução das localidades vizinhas, os moradores de Espírito Santo de Mar de Espanha entraram a pleitear o desmembramento do município de Mar de Espanha, o que conseguiram, por influência do comendador Francisco Joaquim de Noronha e outras pessoas de prestígio.) Realmente, com a proclamação da República, nomeado pelo Governo Provisórios Sr. Crispim Jacques Bias Fortes, pelo Decreto número 278, de 5 de dezembro de 1890, foi criada a "Vila do Guarará", desmembrando-se de Mar de Espanha e lhe sendo, agregados cinco distritos: Guarará, Forquilha, Maripá (antigo Córrego do Meio), Bicas e Santa Helena.
Por inspiração e proposta do vereador Padre Manoel José Corrêa, anos depois, a vila passou a denominar-se vila do Espírito Santo do Guarará. O topônimo Guarará é de origem indígena, significando, para uns, "tambor usado pelos gentios"; para outros — como Basílio Caetano, citado por Teodoro Sampaio — significa "manhoso", "investigador". Não se tem memória das razões que teriam determinado a escolha ou adoção desse nome para o local que surgiu, oficialmente, pela primeira vez, em 1894, quando, pela Lei nº 84, de 6 de junho, ao invés de vila do Espírito Santo de Mar de Espanha, passou a denominar-se Espirito Santo do Guarará. O topônimo atual é Guarará, simplesmente, em virtude do Decreto estadual nº 343, de 22 de janeiro de 1.891.

FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA - O distrito foi criado pelas Leis Provinciais nºs 1.466, de 1º de janeiro de 1868, 2.034, de janeiro de 1873, e o município, com sede no povoado de Espírito Santo de Mar de Espanha e com a mesma designação, por efeito do Decreto estadual número 278, de 5 de dezembro de 1890, com território desanexado de Mar de Espanha. A instalação solene deu-se a 1º de fevereiro de 1891.
Na Divisão Administrativa de 1911, o município, com a denominação de Guarará, figura integrado por três distritos: o da sede e os de Bicas e de Maripá. A mesma divisão permanece, figurando no Recenseamento de 1º-IX-1920. Pelo disposto na Lei estadual n.° 843, de 7 de setembro de 1923, que estabeleceu a divisão administrativa do Estado, o município de Guarará perdeu para o de Bicas, recém-criado, o distrito desse nome. Assim, nessa divisão, bem como no quadro de divisão administrativa relativo a 1933, contido no "Boletim do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio", nos de divisão territorial datados de 31-XII-1936, e 31-XII-1937 e no Anexo ao Decreto-lei estadual n.° 88, de 30 de março de 1938, o município apareceu integrado por dois distritos, o de Guarará - sede - e o de Maripá.
Idêntica formação distrital apresentam as divisões territoriais do Estado, vigentes nos quinquênios 1939-1943, 1944-948 e 1954-1958 e fixadas, respectivamente, pelos Decretos-leis estaduais nº 148, de17-XII-1938, 1.058, de 31-XII-1943 e 1.039, de 12-XII-1953.

FORMAÇÃO JUDICIÁRIA - Segundo os quadros da Divisão Territorial, datados de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, bem como o anexo ao Decreto-lei estadual n.° 88, de 30 de março de 1938, o município de Guarará é termo judiciário da comarca de Mar de Espanha.
Em razão do Decreto-lei estadual n.° 148, de 17 de dezembro de 1938, o termo de Guarará foi transferido para a comarca Bicas, alteração que permanece na Divisão Administrativa do Estado, fixada por esse Decreto-lei para o quinquênio 1939-1943, e na Territorial em vigor no quinquênio 1944-1948 e estatuída pelo Decreto-lei estadual número 1.058, de 31 de dezembro de 1943. Os distritos componentes são Guarará e Maripá.

ESCOLA RURAL

O clima é procurado pelas suas condições de salubridade, principalmente pelos portadores de doenças pulmonares, que dele se beneficiam sobremaneira. O ponto mais aprazível e que atrai sempre visitantes é o Pico da Serra Bonita, com 1.080 metros, de onde se descortinam amplos horizontes por sobre os municípios vizinhos. Localiza-se .no distrito de Maripá, na Fazenda da Serra
Outro recanto de atrações turísticas é o lago ou açude de Monte Cristo. Situado na Fazenda de Monte Cristo,, em Maripá, é deleitoso não por sua beleza natural como pela piscosidade e variação de suas plantas aquáticas debelo efeito ornamental. De aproximadamente mil metros de longo por cem de largo são suas dimensões. Também a cachoeira do rio Espírito Santo é local agradável, pelo belíssimo aspecto apresentado.
Dos festejos populares, os mais frequentes são as denominadas "fogueiras", realizadas com grande entusiasmo pela maioria da população, quando a par dos folguedos costumeiros, entoam-se, comumente cantos de improviso, ao som de violas, caixas, tambores, cavaquinhos, etc., enquanto a juventude dança o batuque ou o samba. Tais fogueiras surgem por ocasião das datas consagradas a Santo Antônio, São João e São Pedro-São Paulo, todas com as mesmas características.
No passado, distinguiram-se, na vida administrativa do município, o Barão de Catas Altas, um dos mais ardentes propugnadores pela criação da vila, e seu primeiro intendente municipal; o Dr. Antônio Dutra de Morais, senador; o Cel. José Ribeiro de Oliveira e Silva; o Cel. Álvaro Fernandes Dias; o Dr. Roiz Horta, médico; o Cel. Francisco de Paula Retto Júnior, Deputado Estadual; o Cel. José Joaquim de Souza, e outros.
A principal atividade econômica do município é a pecuária, notadamente a leiteira, notando-se, nos últimos tempos, a preocupação pela melhoria dos rebanhos, seja pelo cruzamento, seja pela veterinária preventiva ou melhoria nas rações do gado.
A comuna possui fábricas de aguardente de cana, de açúcar mascavo, serrarias, máquinas de beneficiamento de café, milho e arroz. Há 560.000 pés de café, sendo 90.000 novos.
Na sede há considerável número de ruas calçadas a paralelepípedos, além de uma praça ajardinada. Aí se encontra 1 médico assistindo à população, 1 cinema, 2 telefones e uma biblioteca, com 2.000 volumes, de caráter geral.
Compareceram às urnas em 3-X-1955, quando foram sufragados os 9 vereadores que constituem o Legislativo da cidade, 1.205 dos 2.002 eleitores inscritos.
(Organizado por Cesar do Oliveira Faria,
com dados fornecidos pelo Agente de Estatística
Geraldo Estêvam de Oliveira).

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