GUARARÁ — MG
Mapa Municipal, págs.186 a 191 da
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros - 25.°
Vol.
No dia 20 de julho de 1828,
Domingos Ferreira Marques e sua mulher, Dona Feliciana Francisca
Dias, perante as testemunhas João
Gomes de Oliveira e Laureano Rodrigues de Queiroz, doaram 40
alqueires, doaram 40 alqueires de
terras para a criação de um Curato, que se denominou do
"Espírito Santo". - Construiu-se, então, uma capela em
torno da qual, aos poucos, se foi desenvolvendo um arraial que, mais
tarde, se chamou Espírito Santo do Mar de Espanha.
Conquanto que o Guarará não
seja, ainda hoje, servido por via ferroviária, assegura a tradição
que, no passado, foi a aproximação dos trilhos da Estrada de Ferro
União Mineira, hoje Estrada de Ferro Leopoldina - o fator
preponderante no seu desenvolvimento. Chegados os trilhos ao local
denominado "Taboas", hoje distrito de São José das Bicas,
toda a região entrou em progresso. Com a evolução das localidades
vizinhas, os moradores de Espírito Santo de Mar de Espanha entraram
a pleitear o desmembramento do município de Mar de Espanha, o que
conseguiram, por influência do comendador Francisco Joaquim de
Noronha e outras pessoas de prestígio.) Realmente, com a proclamação
da República, nomeado pelo Governo Provisórios Sr. Crispim Jacques
Bias Fortes, pelo Decreto número 278, de 5 de dezembro de 1890, foi
criada a "Vila do Guarará", desmembrando-se de Mar de
Espanha e lhe sendo, agregados cinco distritos: Guarará, Forquilha,
Maripá (antigo Córrego do Meio), Bicas e Santa Helena.
Por inspiração e proposta do
vereador Padre Manoel José Corrêa, anos depois, a vila passou a
denominar-se vila do Espírito Santo do Guarará. O topônimo Guarará
é de origem indígena, significando, para uns, "tambor usado
pelos gentios"; para outros — como Basílio Caetano, citado
por Teodoro Sampaio — significa "manhoso",
"investigador". Não se tem memória das razões que teriam
determinado a escolha ou adoção desse nome para o local que surgiu,
oficialmente, pela primeira vez, em 1894, quando, pela Lei nº 84, de
6 de junho, ao invés de vila do Espírito Santo de Mar de Espanha,
passou a denominar-se Espirito Santo do Guarará. O topônimo atual é
Guarará, simplesmente, em virtude do Decreto estadual nº 343, de 22
de janeiro de 1.891.
FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA
- O distrito foi criado pelas Leis Provinciais nºs 1.466, de 1º de
janeiro de 1868, 2.034, de janeiro de 1873, e o município, com sede
no povoado de Espírito Santo de Mar de Espanha e com a mesma
designação, por efeito do Decreto estadual número 278, de 5 de
dezembro de 1890, com território desanexado de Mar de Espanha. A
instalação solene deu-se a 1º de fevereiro de 1891.
Na Divisão Administrativa de
1911, o município, com a denominação de Guarará, figura integrado
por três distritos: o da sede e os de Bicas e de Maripá. A mesma
divisão permanece, figurando no Recenseamento de 1º-IX-1920. Pelo
disposto na Lei estadual n.° 843, de 7 de setembro de 1923, que
estabeleceu a divisão administrativa do Estado, o município de
Guarará perdeu para o de Bicas, recém-criado, o distrito desse
nome. Assim, nessa divisão, bem como no quadro de divisão
administrativa relativo a 1933, contido no "Boletim do
Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio", nos de divisão
territorial datados de 31-XII-1936, e 31-XII-1937 e no Anexo ao
Decreto-lei estadual n.° 88, de 30 de março de 1938, o município
apareceu integrado por dois distritos, o de Guarará - sede - e o de
Maripá.
Idêntica formação distrital
apresentam as divisões territoriais do Estado, vigentes nos
quinquênios 1939-1943, 1944-948 e 1954-1958 e fixadas,
respectivamente, pelos Decretos-leis estaduais nº 148,
de17-XII-1938, 1.058, de 31-XII-1943 e 1.039, de 12-XII-1953.
FORMAÇÃO JUDICIÁRIA -
Segundo os quadros da Divisão Territorial, datados de 31-XII-1936 e
31-XII-1937, bem como o anexo ao Decreto-lei estadual n.° 88, de 30
de março de 1938, o município de Guarará é termo judiciário da
comarca de Mar de Espanha.
Em razão do Decreto-lei
estadual n.° 148, de 17 de dezembro de 1938, o termo de Guarará foi
transferido para a comarca Bicas, alteração que permanece na
Divisão Administrativa do Estado, fixada por esse Decreto-lei para o
quinquênio 1939-1943, e na Territorial em vigor no quinquênio
1944-1948 e estatuída pelo Decreto-lei estadual número 1.058, de 31
de dezembro de 1943. Os distritos componentes são Guarará e Maripá.
ESCOLA
RURAL
O clima é procurado pelas suas
condições de salubridade, principalmente pelos portadores de
doenças pulmonares, que dele se beneficiam sobremaneira. O ponto
mais aprazível e que atrai sempre visitantes é o Pico da Serra
Bonita, com 1.080 metros, de onde se descortinam amplos horizontes
por sobre os municípios vizinhos. Localiza-se .no distrito de
Maripá, na Fazenda da Serra
Outro recanto de atrações
turísticas é o lago ou açude de Monte Cristo. Situado na Fazenda
de Monte Cristo,, em Maripá, é deleitoso não por sua beleza
natural como pela piscosidade e variação de suas plantas aquáticas
debelo efeito ornamental. De aproximadamente mil metros de longo por
cem de largo são suas dimensões. Também a cachoeira do rio
Espírito Santo é local agradável, pelo belíssimo aspecto
apresentado.
Dos festejos populares, os mais
frequentes são as denominadas "fogueiras", realizadas com
grande entusiasmo pela maioria da população, quando a par dos
folguedos costumeiros, entoam-se, comumente cantos de improviso, ao
som de violas, caixas, tambores, cavaquinhos, etc., enquanto a
juventude dança o batuque ou o samba. Tais fogueiras surgem por
ocasião das datas consagradas a Santo Antônio, São João e São
Pedro-São Paulo, todas com as mesmas características.
No passado, distinguiram-se, na
vida administrativa do município, o Barão de Catas Altas, um dos
mais ardentes propugnadores pela criação da vila, e seu primeiro
intendente municipal; o Dr. Antônio Dutra de Morais, senador; o Cel.
José Ribeiro de Oliveira e Silva; o Cel. Álvaro Fernandes Dias; o
Dr. Roiz Horta, médico; o Cel. Francisco de Paula Retto Júnior,
Deputado Estadual; o Cel. José Joaquim de Souza, e outros.
A principal atividade econômica
do município é a pecuária, notadamente a leiteira, notando-se, nos
últimos tempos, a preocupação pela melhoria dos rebanhos, seja
pelo cruzamento, seja pela veterinária preventiva ou melhoria nas
rações do gado.
A comuna possui fábricas de
aguardente de cana, de açúcar mascavo, serrarias, máquinas de
beneficiamento de café, milho e arroz. Há 560.000 pés de café,
sendo 90.000 novos.
Na sede há considerável número
de ruas calçadas a paralelepípedos, além de uma praça ajardinada.
Aí se encontra 1 médico assistindo à população, 1 cinema, 2
telefones e uma biblioteca, com 2.000 volumes, de caráter geral.
Compareceram às urnas em
3-X-1955, quando foram sufragados os 9 vereadores que constituem o
Legislativo da cidade, 1.205 dos 2.002 eleitores inscritos.
(Organizado por Cesar do
Oliveira Faria,
com dados fornecidos pelo
Agente de Estatística
Geraldo Estêvam de Oliveira).
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