quarta-feira, 31 de outubro de 2012

JOSÉ OCTAVIANO PADILHA

          José Otaviano Padilha, fora um dos ilustres e ilustrados cidadãos de Guarará desde a época de sua emancipação de Mar de Hespanha.
          No dia 01 de fevereiro de 1891, ele é um dos que assistem a posse da Intendência na casa do Barão de Cattas Altas e seu nome figura entre as assinaturas da referida Ata da Instalação da Vila de Guarará e a Posse da Intendência Municipal.
          No ano seguinte a Vila de Guarará passa a denominar-se simplesmente "GUARARÁ", através do Decreto 243 de janeiro (de 1892). As autoridades municipais são: (1)
          - Antônio José Gomes Bastos (Barão de Catas Altas) - Presidente da Câmara,
          - Dr Antero Dutra de Moraes - Agente Executivo

          Vereadores:
         - José Ribeiro de Oliveira e Silva,  (secretário),
         - João Luiz Alves Vianna,
         - Francisco Gonçalves de Souza,
         - Antônio Francisco de Souza,
         - Francisco José Bastos de Campos, Silvestre Henriques Furtado,
         - Francisco Carneiro e o
         - Pe Manoel José Correa;
       
           Padilha se torna uma figura eminente na imprensa da região, quer seja no "O Guarará", quer seja em "O Povo", de Bicas, com publicação semanal. Ao seu lado dentre outros nomes da imprensa, está o Cel Joaquim Fróes Vieira Pisco, redator chefe de "O Guarará". Na época também o jornal juizforano "Pharol" mantinha um correspondente na região. cujos artigos eram estampados naquele renomado jornal. Depois, "A Bússola", editado por Lopes Neves que também, conjuntamente com Francisco Batista de Alvarenga, criariam no município de Lavras, o jornal "O Rio Grande". (2)
       
           A IMPRENSA EM GUARARÁ
           Sobre o Jornal municipal "O Guarará", cabe dizer que, em 15 de maio de 1892, dois anos após  a criação do município, inciam as suas atividades. Ele fora fundado por Ladislau Rabello de Vasconcellos, José Octaviano Padilha e Theodolindo de Assis. Tempos depois, Joaquim Fróes Vieira Prisco adquire o jornal. Vieira Prisco se transfere para o Rio de Janeiro e o jornal permanecerá inativo até que, tempos depois, é formada uma associação para continuar a edição do jornal o qual ficaria a cargo do prof Irineu Cândido de Souza, cargo este que ocupará até 12 de abril de 1914 quando os irmãos Afonso e Pedro Leite adquirem o jornal, o primeiro fica como redator e o segundo como gerente. Em 15 de novembro Aureo de Assis passa a atuar como gerente de "O Guarará", substituindo ao Coronel Pedro Leite.
           Em 11 de abril de 1916 é suspensa a publicação de "O Guarará" e neste mesmo mês de abril, o coronel Joaquim José de Souza funda o semanário "A Gazeta Municipal", cuja direção será assumida, posteriormente, pelo filho deste, o Dr. José Maria de Oliveira Souza.
          Em 14 de julho de 1919, o Jornal "O Guarará", retoma as suas atividades, agora em sua quinta fase e volta a circular, tendo como diretor-proprietário o coronel Pedro Leite e como redator o irmão Afonso Leite.  O jornais de Guarará lembram a convivência e fundam a "Liga Guararense" contra o analfabetismo e fazem um apelo à população da vila, pedindo o seu concurso para a realização desse propósito. (3)
A partir de 1923 o jornal "O Guarará", tem na pessoa de Elcenor Leite o seu novo diretor-proprietário e mais à frente, a partir de 1929, Lymírio de Oliveira torna-se o gerente-proprietário de "O Guarará" que estava então no seu 37º ano de edição. Nesta nova fase surgem novos nomes, por assim dizer, no cenário municipal, para emprestar seus favores, penas e tintas à arte de Gutemberg, são eles: Antenor e Sócrates de Paula, Otto Dutra, Domingos Roque, que sucedem aos dignos colaborares que os precederam, como José Francisco da Paixão (J. Paixão), Luiz de Freitas Santos, etc.

         Em maio de 1993, o jornal "O Guarará" (em sua NOVA FASE) volta novamente à ativa, tendo à sua frente Dario Moraes de Oliveira, como Diretor Responsável, Adriano de Almeida Barbosa, como Diretor Adjunto e Marcelo Francisco Delecrode, como Diretor Secretário e em 2010 dá-se a primeira edição do Jornal "Voz de Guarará.

          Mas... Retomando o fio da meada, outro jornal "O Diabinho", editado, igualmente no município trazia noticias e artigos políticos e sociais. Outro jornal,  "O Autonomista", surgiu na imprensa de Guarará em 05 de março de 1893 sob a redação de Luiz Pinto, que brindava o público com artigos bem elaborados, além de um folhetim, poesias, noticiário e artigos outros. "Para festejar seu aparecimento e inaugurar a sua oficina, a redação do Autonomista convidou as principais famílias" da região "e grande numero de cavalheiros além da corporação musical local'. Para arrematar o evento o major Francisco Batista de Alvarenga, tomou a palavra e saudou e parabenizou a imprensa guararense e os redatores das duas folhas ali presentes. (4)
          Em 1897 tem início as edições aqui na então "Villa do Espirito Santo de Guarara", o semanário a "Gazeta de Guarará", a encargo do jornalista F. S. Teixeira (Francisco de Sequeiros Teixeira). Este era um órgão republicano e contrapunha-se abertamente contra os conservadores. Sequeiros um habilidoso estrategista dos "tipos", não media palavras para atacar aos que considerava inimigos da causa pública.
          Outro jornal guararense o "A Semana", saiu à público, impresso nas oficinas de "A Galhofa", teve uma publicação semanal, tinha como proprietário a J. da Cruz & C. e seu redator chefe foi, quem o sabe, o maior propugnados das artes escritas e impressas por esta região, era ele Joaquim Fróes Vieira Pisco. O semanário tratava de generalidades, e teve seu bom período em 1889.
          Mais tarde, em 23 e abril de 1920, viria o jornal "O Lírio" (5), fundado pelo prfº Luiz de Freitas Santos e  Elcenor Leite. Este jornal literário, era um órgão editado pelo Grêmio literário Carlos Góes, anexo da Escola Noturna, igualmente criados por Luiz de Freitas Santos.




A IMPRENSA EM BICAS
           Ao falar da "ARTE TIPOGRÁFICA", diz o "Bicas Jornal", de 18 de outubro de 1925:
           "Ao ser montada a papelaria e tipografia Bianco, tivemos intenções de aproveitar capacidades jornalísticas residentes no município, de dotar nossa prospera vila de um estabelecimento á altura do seu progressista comércio e fazer uma escola prática, onde pelo trabalho quotidiano aqui se formassem tipógrafos,
           O tipografo é uma criatura, que, pelo meio em que vive, pela composição de escritos corretos, pela copia de trabalhos valiosos, vai se amestrando e adquire conhecimentos úteis, capazes de faze-lo um grande jornalista, polemista, escritor, literato: ou homem de grande valor social e político como ha exemplo frizantes na nossa Pátria.
           Bicas é um centro populoso, denso, perto das cidades do Rio e Juiz de Fora, cidades por excelência cultas, adiantadas e como o indivíduo é criação do meio, o biquense é naturalmente inteligente e tem aptidões.
           Com o preparo tido no Grupo Escolar, no Liceu Operário, no Colégio São José, etc, há meninos de capacidade aproveitáveis.
           Como atravessamos a época do aproveitamento de capacidades ou de aptidões para o engrandecimento geral, exemplos edificantes dados pela tríade garantidora da grandeza do Brasil atual: Arthur Bernardes - Raul Soares - Melo Vianna, queremos ver se conseguiremos formar um corpo de tipógrafos ou compositores para irmos ampliando nosso estabelecimento e praza a Deus - torná-lo grandioso."
           
           No dia 26 de julho de 1925 surgia o "Bicas-Jornal", gerenciado por Gil Manso de Souza e
tendo coo redator chefe Dr Maurilio Ernesto Correa.
           A 11 de novembro de 1951 surge jornal "O Biquense", órgão independente, dirigido Por Achilles Francisco de Paula.
           Em 20 de agosto de 1957 viria aos ares públicos o jornal "Folha de Bicas", ele tinha a sua oficina à rua Floriano Peixoto, 166, em Bicas e era impresso pela "Tipografia Brasil" em Mar de Espanha. O jornal tinha como presidente e redator Sebastião Costa Moura e tinha como superintendente Antero Dutra Marques. Era de caráter eminentemente político.
           Em 15 de dezembro de 1958, vem a público o jornal "A Tribuna de Bicas", tendo como Diretor responsável Hélio Monteiro da Silva, auxiliado por Antônio de Moraes. O jornal surge com a seguinte proposta:
           "Bicas passa a ter de hoje em diante mais um quinzenário. Fundado para pugnar por um ideal de progresso para nossa terra, lutará também pela manutenção e aprimoramento de nossos processos políticos, Não foi criado tendo como objetivos ataques pessoais e achincalhes da honra alheia. Criado, sim, para exercer condignamente o papel que cabe àqueles que militam na Oposição - uma vigilância incessante e uma critica construtiva. E saímos, já neste número, com uma campanha visando igualdade e justiça nos lançamentos dos impostos. Depois iremos pedir a cooperação de todo o povo numa campanha em prol do reaparelhamento e remodelação de nosso Hospital. E como iremos bater por boas causas, tudo nos leva a crer que teremos aceitação e compreensão.

           Temos confiança no futuro e Bicas tem agora probabilidades de entrar numa fase acerelada de desenvolvimento. O atual Prefeito, Dr. José Maria de Oliveira Souza, eleito Deputado Estadual, poderá carrear vultosas verbas para nossas obras públicas essenciais além de auxílios e subvenções para nossas organizações sociais. Nilson Batista Vieira, honesto e de boa vontade, só irá encontrar dificuldades com seus próprios "amigos", pois a Oposição visa apenas o bem estar comum da família biquense. Nós aqui estaremos perguntando, reclamando, criticando e aplaudindo tudo aquilo que se refere à interesse público.
           Deixamos aqui consignado uma saudação especial aos órgãos de imprensa da cidade: "O Município" e "A Folha de Bicas".
À todos os nossos amigos e leitores desejamos um feliz Natal e um Próspero Ano Novo.
A REDAÇÃO




A IMPRENSA EM MAR DE ESPANHA
           Em 24 de setembro de 1953 surge o "Gazeta de Mar de Esanha, sob a direção de Arnaud Silveira Louro.

*-*-*           

           Dentre as qualidades literárias de Padilha, estava o esmero pela confecção de sonetos parnasianos de esmero cuidado e riqueza de imagens, senão vejamos:

O MEU BEM

Posto-me a teus pés em profunda adoração;
Mas ah! Lamento que me negasse a natura
Estro para bem exprimir minha gratidão,
A ti, pelos néctares os momentos de ventura.

Só quero, pois, depôr um beijo com doçura
Nessa tua pequena e assentida mão,
E enlaçar esse teu corpinho com ternura,
Envolvendo-o nos eflúvios da paixão.

Meu Deus! Como teu olhar é belo, laminante,
Tal como eu já vi a estrela do Levante
A fitar-me na serenidade da Aurora.

Tu és o meu anjo tutelar - o meu bem,
O meu bem a guiar-me aqui, ali e além,
Por toda a parte, a cada instante, a toda hora.

Guarará, 15 de março de 1893
José Octaviano Padilha.

1 - RODRIGUES, José Luiz Machado, Maripá de Minas e Região: subsídios históricos e outras lembranças, Maripá de Minas – MG - s.d.,2003;
2 - Jornal "A União", Fev de 1889;
3 - Jornal "O Pharol", ANNO LIV, N. 183 - quinta-feira, 07 de agosto de 1919.
4 - Jornal "O Guarará", ANNO II, N. 41 - 16 de março de 1893;
5 - Jornal "O Guarará" de 01/10/1939, pg.2.
6 - Jornal "O Guarará" (NOVA FASE) ANO 1, Nº 1, maio de 1993

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