O
GUARARÁ RELEMBRA AOS SEUS LEITORES E AMIGOS DO PASSADO [E FAZ]
UMA
PÁLIDA HOMENAGEM AOS SAUDOSOS JORNALISTAS
LADISLAU RABELLO,
THEODOLINDO FERREIRA DE ASSIS, FRANCISCO DE SEQUEIROS TEIXEIRA, JOAQUIM FRÓES VIEIRA PISCO E JOSÉ OCTAVIANO PADILHA
O
"O Guarará"
27
de Janeiro de l895
Em
princípios de 1893, motivos de ordem política que deram causa á
renhida oposição que esta folha desenvolveu contra a Câmara
transata, fizeram nascer no espirito de amigos a necessidade da sua
mudança para a vizinha povoação de Bicas.
Essa
mudança fez-se e o titulo do periódico foi mudado.
Dissemos
nessa ocasião: "O Correio de Bicas vem substituir nas lides
jornalísticas ao ''O Guarará".
Não
faz programa porque isso é desnecessário, já o tem, é o mesmo
daquele que agora substitui.
Órgão
dos interesses do povo, será como foi o "O Guarará". o
seu intrépido defensor.
Cuidará
sem descanso dos interesses desta localidade, deste distrito, sem
contudo, esquecer- se do distrito do Guarará, sem desprezar os do
município.
Enfim,
para abreviar, este periódico é o próprio Guarará, apenas com o
nome mudado, seu redator é o mesmo, é o mesmo o seu corpo de
colaboração, são as mesmas as suas ideias, e procurará prestar os
serviços que prestou ao municio.
Contando
com o apoio público, não poupará esforços para bem cumprir sua
missão.
Eis
o que tem a dizer o "Correio de Bicas" ao atirar-se na
carreira espinhosa, fatigante e ingrata do jornalismo."
Pois
bem, esses motivos não existem mais, desapareceram e o periódico
volta a ser o que era, isto é, "O Guarará" entra hoje em
sua segunda fase, esperando continuar a merecer as mesmas
considerações e a proteção do público.
Nesta
segunda fase só faz uma alteração: procurará afastar-se o quanto
possível da política, deixando em paz os descalabros por que viu
atravessar o município e faz-se defensor dos seus interesses,
procurando engrandecer-lhe e honrar-lhe para corresponder ao apoio do
público.
Eis
o que tínhamos a dizer. Agora trabalhemos.
A
Nova Câmara
No
dia 1º do corrente tomou posse e entrou em exercício a nova Câmara
eleita a ?? de Setembro ultimo e que é composta dos cidadãos: Major
Antônio Rabello Teixeira. Padre Manoel José Corrêa, José Pires de
Mendonça, Alferes Francisco Barnabé da Fonseca Barroso, Cap.
Antônio Alberto Gomes Baião, faltando tomar posse o vereador geral
Felício da Silva Cintra e o especial de Maripá, Comendador François
Firmin Alibert. Tomou igualmente posse, nesse dia, o Cap. José
Ribeiro de Oliveira e Silva, Agente Executivo Municipal.
Marechal
Floriano Peixoto
Com
destino à Cambuquira, neste Estado, passou por esta Vila no dia 24
do corrente, o Marechal Floriano Peixoto com sua exma. família, que
ha tempos achava-se na fazenda de Santa Rita, de propriedade do sr.
Francisco Santiago, em busca de melhoras a seus padecimentos.
Melhoramentos
Consta-nos
que diversos cavalheiros vão organizar uma sociedade para levarem a
efeito na construção de uma linha de bondes, que nos ligue á
vizinha povoação de Bicas.
Eis
aí uma ideia digna de todo o apoio, e ela por certo não falhará
da, parte dos srs. capitalistas.
14
de fevereiro de 1895
De
Queluz, de S. Paulo, chegou a esta Vila, a Exma. Sra. d. Ismália
Muniz, com seus interessantes filhos Alice, Guaraciaba e Arthur.
14
de março de 1895
Ha
por aí quem não conheça o nosso amigo João Furtado? Impossível.
Pois
também, o que talvez muito ignorem, é que ele agora possui uma
excelente lanterna mágica, e que nos tem dado magníficos
espetáculos: pois é exato, tem nos proporcionado horas
agradabilíssimas e novidades, apresentando diversos quadros da
revolta, e muitos outros.
O
publico não deve perder a ocasião de divertir-se, e ao mesmo tempo
corresponder ás amabilidades do nosso amigo João.
Manifestação
Tendo
sido empossado no cargo de Presidente do Conselho da Vila o Sr. José
Duarte de Souza Marques, a corporação Musical Espírito-santense de
que é o mesmo sr. Presidente, foi á noite á sua residencia
cumprimentá-lo pelo auspicioso fato.
Falou
o sr. Marcelino de Castro em nome da Corporação.
Agradecendo,
o sr. José Duarte, em belo improviso, ofereceu, em seguida, ás
pessoas presentes um copo de cerveja.
O
nosso redator saudou também o Presidente do Conselho, sendo
secundado pelo sr. João Viggiano em um belíssimo discurso.
E
assim com as mesmas alegrias que começou, terminou essa manifestação
digna deste registro.
15
de março de 1895
Hoje
o dia é de gala para nós!
Ha
três anos, neste dia, surgiu á luz da publicidade o primeiro número
deste periódico.
Há
três anos inaugurou-se neste município a instalação da imprensa.
O
que fomos, o que temos sido durante esse tempo, todos sabem; todos
conhecem as transformações porque temos passado; e quem se der
mesmo ao trabalho de percorrer as nossas coleções notará por certo
incoerência nas manifestações de ideias e desacordo manifesto
nestas.
Isso,
porem, explica-se pelas fases porque temos atravessado, os corpos de
redação que nos tem dirigido.
Fundado
como hebdomadário noticioso, industrial, comercial, agrícola e
recreativo, manteve-se nesse programa até que a renúncia da maioria
de membros da Câmara apresentada em 1892, tornando-o defensor da
fração "autonomista", então em organização.
Nessa
atitude pouco manteve-se pois que não foi além de sete o número de
folhas publicadas.
A
mesma causa, que originou a sua transformação para órgão
partidário, originou igualmente, com a eleição para preenchimento
das vagas abertas com a referida renúncia, a adaptação que tomou
de órgão do partido contrário que achava-se por essa ocasião
apeado do poder.
Estas
circunstâncias obrigaram-nos, como os leitores o sabem, à sua
substituição pelo "Correio de Bicas", que foi uma
continuação da terceira fase espiritual, assim como ele é hoje a
continuação do "Correio de Bicas", com a única diferença
de que só dedica-se aos interesses comuns do município, sem
enxergar cores políticas, sem incitar ódios, sem avivar paixões.
Eis
aí o que foi, e será este modesto, mas esforçado periódico;
modesto no seu formato, no seu corpo de redação, mas esforçado no
cumprimento do seu programa, no desempunho do seu "desideratum".
Hoje,
pois, que solenizamos o nosso aniversario, não podemos deixar no
olvido os nomes daqueles que foram os seus primeiros impulsionadores
não podemos esquecer os nomes de Ladislau Rabelo, a quem deve o
Guarará o ter imprensa sua, o homem a que tudo arroja-se e que tudo
vence, e cuidado unicamente em sua inquebrantável força de vontade;
de Theodolindo Ferreira de Assis o seu primeiro redator, e portanto o seu guia
nos primeiros passos pela espinhosa estrada; do saudoso Aurides
Rabelo, o cronista que tanto brilho lhe deu com os seus bem
elaborados artigos; de Pedro Arthur Guimarães, Luiz Pinto, Laudelino
Rabelo, Arthur Andrade e Ponte Cordeiro, que bastante por ele fizeram
com sua preciosa colaboração.
Saudações
pois a eles, e abraços fraternais aos nossos amigos e companheiros
atuais.
"Gazeta de Guarará"
20
de Fevereiro de 1897
PRESENTES
A
loirinha Elvira, essa encantadora Nhanhá, como lhe chamam, teve a
gentileza de mimosear-nos com uma bandeja repleta
de apetitosas uvas, figos, ameixas, etc, da chácara de seu paesinho,
que muito apreciamos.
Elvirita,
muchas gracias.
"Gazeta de Guarará"
25
de setembro de 1895
Contando
cerca de 130 anos, faleceu nesta Vila o popular Pai Antônio.
Era
africano, natural de Moçambique, e vindo para o Brasil, escravizado,
teve sucessivamente onze senhores, sendo o ultimo Joaquim Alves
Villas Bôas, que o abandonou, quando ele já não tinha força para
trabalhar.
Trabalhou
na construção da nossa Igreja Matriz e dizia ter visto o
levantamento de quase todos os prédios que compõem esta Vila.
O
GUARARÁ em tempos publicou o retrato desse pândego macróbio, que
percorria esta Vila, enquizilando-se sempre que ouvia pronunciar
estas três palavras: — Guarará, Republica e Maçonaria. e que
morreu com a doce esperança de que ainda veria a monarquia no
Brasil.
—
Paz á sua alma.
"Gazeta de Guarará"
1º
de janeiro de 1899
BONDES
EM GUARARÁ
No
dia 28 deram entrada na linha férrea um bonde e um wagon para carga,
que devem funcionar com a regularidade que o horário determinar,
após a chegada de mais um bonde que ainda falta e ainda não deve
demorar.
O
bonde e o vagonete vieram cheios desde Bicas a esta Vila, entre as
quais notamos o digno sr. Agente Executivo, o ilustre clinico Dr.
Emílio Horta.
O
sr. Paschoal Lamoglia. contratante dos bondes ofereceu cerveja às
pessoas presentes. Em seguida, dirigindo-se as mesmas pessoas ao
ponto dos bondes, seguiu o bonde para -Bicas, cheio, em experiência
da linha e do Bonde, que provou, ao se procederem alguns reparos na
linha e no aperto das rodas do bonde, pode funcionar perfeitamente.
A
viagem de ida e volta, fez-se sem acidentes dignos de nota.
"A
Semana"
21 de dezembro de 1899
HOMENAGEM
Esplendida
e brilhante foi a homenagem que a banda de musica "Nossa Senhora
do Rosário" rendeu, a 4 do corrente, ás belas e simpáticas
filhas da formosa Euterpe. as Exmas. Sra. D. D. Maria, Carmosina e
Judith de Alvarenga.
Orgulhamo-nos
de dizer que a galanteria da banda sob a regência do Sr. Liberalino
Mendes, deu causa a uma grata e saudosa "soirée".
O
Major Francisco Batista de Alvarenga, em nome de suas amáveis e
diletas filhas, agradeceu, em belas palavras, ao sr. Liberalino
Mendes e aos seus dignos discípulos e amigos a espontânea e
amistosa manifestação.
"Correio Municipal"
20
de Abril de 1903
Solenizaram-se
este ano, nesta Vila, com descomunais pompa e brilhantismo os
tocantes atos da Semana Santa.
O
programa foi rigorosamente observado, sendo ainda acrescentados
alguns atos. pregando os sermões da ressurreição o Pe João de
Castro e o Cônego Ciryllo o sermão do encontro.
A
corporação musical desta Vila, com o concurso de cantores de Mar de
Hespanha e Santa Barbara, desempenhou-se galhardamente, deixando
agradável impressão em todos que tiveram a ventura de assistir a
essas emocionantes solenidades, sendo também digna de menção a
gentil senhorinha Cacilda de Oliveira, a Verônica, pelo modo que se
conduziu. Como já o dissemos, foram brilhantes as solenidades; por
isso é digna dos maiores elogios a comissão que os promoveu e
efetuou, comissão composta dos srs. Padre José Juvêncio, Miguel
Picorone e José Pinto Soares Júnior.
"O
Povo"
24
de Novembro de 1907
Do
sr. Tte. Pedro Afonso Ferreira Leite e exma esposa recebemos
delicada participação do nascimento de sua filhinha Maria das
Dores.
Desejamos
que......
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