quarta-feira, 28 de maio de 2014

ESPÍRITO SANTO DO MAR DE ESPANHA 1886


DO CORRESPONDENTE DE O PHAROL

Espírito Santo do Mar de Espanha, 19 de fevereiro de 1886


 
Animal sumido

Desapareceu do arraial do Espirito Santo do Mar de Espanha, no dia 19 de fevereiro, um macho crioulo, acima do meio, muito marchador e andador, de cor vermelha; pouco gateado dos quatro pés, com uma pequena marca de ferro, parecendo ser no quarto direito.   

É arisco na ocasião de ser ferrado.

Gratifica-se com a quantia de 50$000 a quem der notícias certas ao dono, Antônio Francisco Leandro, no Espirito Santo do Mar de Espanha. 

 

Espírito Santo do Mar de Espanha, 21 de fevereiro de 1886

Bem difícil é sem dúvida neste momento a tarefa a que me impus e essa dificuldade sobe de ponto, agora principalmente, que a escassez de assunto é grande ; além disso, como folhetinista lenho obrigação de agradar a todos, o, os leitores sabem, isto de agradar a todos é coisa dificílima.
Entretanto, devo confessar que os habitantes deste bom lugar são razoáveis e de modo algum censurariam a imparcialidade de que sou dotado.
A fama assustadora de que goza o Espírito Santo do Mar de Espanha é injusta, posso assegurar; há um ano que aqui resido e tenho observado que é incontestavelmente um dos bons lugares de Minas.
É verdade que antigamente isto foi teatro de cenas sanguinolentas e, por dá cá aquela palha, as facas e pistolas eram utilizadas com a maior sans façon por uma horda de valentões que se ocupavam exclusivamente em puxar pela orelha da sola.
Hoje, acha-se transformado em todos os sentidos e tende a ser elevado a vila; tal é o progresso que nestes três anos tem tido o Espírito Santo do Mar de Espanha.
— Esteve aqui, há dias, a companhia de cavalinhos dirigida pelo Sr. Antônio dos Santos, que apenas pode dar quatro espetáculos, por causa do mau tempo.
Foi pena vir em tão má ocasião, visto as boas condições com que se acha, principalmente no que diz respeito à parte zoológica: os tais ophidianos são curiosíssimos e dignos de apreço.
— Acha-se hospedado em casa do Sr. José Alves de Oliveira Junior o Sr. Dr. Vieira Campos, que tem explorado certas minas auríferas existentes no Córrego do Ouro.
O resultado da primeira tentativa mostrou que o Sr. Dr. Campos pode conseguir um sucesso feliz, o que muito hei de estimar.
— Foi eleito presidente da mesa administrativa da festa do Mês de Maria o Sr. José Duarte de Souza Marques, que tão vantajosamente ocupou no ano passado o cargo de tesoureiro.
Por incapacidade... física foi dispensado de procurador da mesma festa, o conceituado negociante Francisco do Paula Retto.
— O Sr. Dr. José Augusto de Gouvêa, que tão precocemente se doutorou em medicina, tem praticado aqui curas muito importantes, firmando dest'arte o bem merecido conceito de que já goza em tão pouco tempo.
O Sr. José Marinho da Motta Bastos, que regressou da corte acometido de uma febre de mau caráter, deve o seu pronto restabelecimento ao Sr. Dr. Gouvêa; bem como o Sr. Horácio de Avelar, vítima de intensa febre perniciosa, escapou também de fazer a grande viagem, devendo a vida àquele verdadeiro discípulo de Hipócrates.
Além destes casos, há muitos outros que constituem seguras arras da idoneidade daquele médico.
Aceite, portanto, os meus sinceros parabéns.
— Estiveram hospedados na fazenda do Sr. Dr. Manoel José Monteiro da Silva, os Exmos. Srs. Comendador Gervásio e Elias Monteiro da Silva, que vieram especialmente visitá-lo.
— Há dois meses que se acha tomando ares na fazenda do Sr. Rodolfo Chagas, o Sr. João José Ribeiro Junior, importante negociante, que felizmente restabeleceu-se da enfermidade que o atormentava.
Os meus sinceros emboras.
— Faleceu ontem uma gentil menina, filha do Sr. comendador Luciano Martins de Oliveira.
Resigne-se com o que disse Jesus Cristo: sinite purvulos venire ud me.
— Foi ontem dia natalício da Exma. Sra. Dona Clotilde Georgina Álvares de Souza, que aqui se acha de passeio.
— Pelo Sr. João da Cunha, soube que o mandamismo do Mar do Espanha prepara uma sedição, que lerá lugar, quando certo protestante que lá se acha principiar a conferência anunciada. Deve ter graça.
— O nosso amigo Jorge de Mendonça foi no mês pretérito nomeado chefe de trem da Leopoldina.
Oxalá que brevemente seja elevado a agente; realmente o merece.

Espirito Santo do Mar de Espanha, 4 de março de 1886

É para satisfazer um obsequioso Convite e provar de um modo real e indisputável o meu reconhecimento, que continuo a escrever como simples correspondente, ou antes como obscuro colaborador deste ilustre órgão.
Intimamente convencido de que não possuo cabedal que me habilite a fazer parte integrante da talentosa e erudita redação do Pharol, muito menos alimento a pretensão de aquinhoar a sua glória.
Sou fraco lutador e por isso, na arena das gloriosas Olimpíadas, nunca vou disputar aos varões ilustres o prêmio das vitórias.
Reconheço bem fraco o contingente que posso dar e insignificantes quaisquer trabalhos intelectuais que possa produzir, mas também só tenho em vista, auxiliar àqueles poucos amigos que se entregam ao cultivo das letras pátrias neste século de metal.
À ilustrada redação do Pharol, oferecerei de vez em quando, o que neste caso me é dado oferecer, isto é, o meu pouco assíduo concurso, coisa de pouca monta – já se vê: Serei uma atalaia perdida no vasto campo das letras, porém sentinela impertinente para vigiar de perto o tesouro das liberdades pátrias e da civilização moderna.
Podem outros mais felizes brilhar com graça nas páginas do Pharol e dar viço e nova seiva ás flores delicadas do espírito; eu os felicito e abençoo na ramagem do progresso. Oxalá que estes espíritos tão bem fadados para tão nobres cometimentos, consigam com as suas luzes espancar as trevas
que cercam o nosso povo em sua noite de ignorância, e que, sacerdotes das mais puras crenças, possam levar a sua palavra ungida ao seio ardente das multidões e despertar o Morpheu que dorme nas regiões do poder.
Não gosto de fazer mesuras oficiais, nem sou Tartufo tampouco, pois tenho a coragem precisa para dizer as grandes verdades: no Brasil governos só cuidam de si e dos seus afilhados, pouco se importam com os homens de mérito, e muito menos ainda cuidam dos interesses gorais da população.
O povo morre na miséria à míngua de recursos materiais e por falta de socorros intelectuais marcha na retaguarda das demais nações da América.
O gasômetro governamental só dá luz aos favoritos e a mesa dos agaloados charlatães não deixa migalhas para o poviléo.
Pobres deles e pobres de nós todos!
Não quero ferir suscetibilidades e muito menos tocar nos louros que ornam a fronte veneranda de alguns cidadãos beneméritos, só quero que os homens incompetentes que figuram nas crises dolorosas da pátria, ouçam as vozes daquele que as convoca para a regeneração social da nação que confiou-lhes o seu destino.
Não sou deputado, nem senador, nem tenho pretensões aos altos cargos do país que deu-me o berço, mas sob o traje burguês que visto, palpita um coração leal, cheio de fé e novo ainda, que não se retrai nos atos de lisonja e servilismo.
O digno redator do Pharol e o arauto do progresso é o propugnador natural das letras e deve ser também o eterno pregoeiro da verdade e o desinteressado tutor do povo para pedir aos surdos aurigas do velho carro do estado, livros e simples livros para esses pobres sem número que vegetam em todo o solo brasileiro, sem consciência de si e do fim para que foram criados, por falta do óbolo sagrado da instrução.
A aurora que para toda a terra já surgiu ainda não surgiu para nós.
O Pharol é, graças à Deus, a promessa de uma grande aurora!

*-*-*

Realizou-se com toda a solenidade no Córrego do Meio, a festa de São Sebastião, cuja concorrência foi muito numerosa.
Incumbiu-se do panegírico ocupando a tribuna sagrada o distinto apologista, Revm. Sr. vigário Antônio de Paula Dias, que satisfez plenamente o auditório.
— Conforme noticiei na minha correspondência precedente, a exploração feita pelo Sr. Dr. Vieira Campos no Córrego do Ouro, deu um resultado muito satisfatório.
— Hospedaram-se em casa do Sr. capitão Francisco Joaquim de Noronha e Silva, os Srs. major Agostinho e José Antônio Monteiro da Silva, que aqui estiveram de passeio.
Ambos, além de subscreverem para as obras da matriz, vão reparar a expensas suas a igreja de São Sebastião, que se acha muito estragada.
Semelhante procedimento é digno de louvor; aceitem, pois, as minhas congratulações.
[o major Agostinho Fortunato Monteiro da Silva e o irmão José Antonio Monteiro da Silva, eram filhos do Capitão Gervásio Antonio da Silva Pinto e de dona Margarida Eufrásia Monteiro de Castro. Seus outros irmãos eram: Manoel José Monteiro da Silva (Fazendeiro em Bicas. Casado com Luiza Adelaide Nogueira da Gama Villas Boas), Maria do Carmo Monteiro da Silva e Francisca de Paula Monteiro da Silva.]
 — Vítima do um acidente imprevisto, o Sr. Josué de Medeiros, fraturou a perna direita no terço inferior da tíbia, mas com tanta infelicidade que foi preciso amputá-la.
Prestaram-se generosamente a fazer a operação, os hábeis e desinteressados médicos Srs. Drs. José Telles de Menezes e José Augusto de Gouvêa.
— Foi nomeado escrivão da subdelegacia e de paz desta freguesia, o Sr. José Alves de Oliveira Junior, que há dias entrou em exercício prestando juramento perante o Sr. capitão Francisco Joaquim de Noronha e Silva, subdelegado de polícia.
— Na fazenda do Sr. Rodolfo das Chagas Andrade, esteve há dias a Exma. Sra. dona Maria José das Chagas, que veio passar ali o dia natalício de sua interessante netinha Augusta.
 [O Sr Rodolfo, titular da "Rodolfo das Chagas Andrade & Comp", grande cafeicultor, saíra-se bem na 3ª Exposição de Café do Brasil, uma consequência, das Exposições de Amsterdã e Nice. Sua companhia recebeu o diploma de segunda classe, entre os expositores do país. Receberam menção honrosa, os mardespanhenses, Manoel José Monteiro da Silva, Dr Francisco de Assis Pereira de Andrade, Salatiel de Faria Lobato & Comp., Francisco Inácio de Andrade Goulart, Belchior Dutra de Moraes e o Dr Joaquim Barbosa de Castro.]
 O Sr. Antônio Francisco Leandro abre no dia 10 do corrente o seu hotel à rua do Rosário, onde os Srs. viajantes encontrarão inteira comodidade por preços assaz módicos.
Tive ensejo de ver e observar o asseio e boa ordem que ali reina, ficando certo o Sr. Leandro que terá o seu estabelecimento sempre frequentado.
— Os mesários da festa do Mês
de Maria elegeram o Sr. Jerônimo Dias Mendes para procurador da mesma festa a mesma festa, em substituição ao Sr. Paula Retto.
— Com toda pompa e esplendor, terão lugar nos dias 19, 20 e 21 do corrente, nesta freguesia, as festas do Divino Espírito Santo, de São Sebastião e bênção da Matriz.
— Acaba de surpreender-me a notícia de ter falecido, ontem, um inocente filhinho do nosso amigo Sr. Ladislau Rabelo de Vasconcelos.
Aceite as minhas condolências.

Espírito Santo do Mar de Espanha, 14 de março de 1886

Em Paraibuna, na casa do Sr. major Francisco Lopes Fogaça, hoje, tudo é festa e alegria !

Todos, ali, se expandem possuídos de legitimo júbilo, pelo aniversário natalício da Exma. Sra. dona Laudelina Fogaça, precioso escrínio de acrisoladas virtudes.

Felicitando-a por tão festivo dia, desejo-lhe mil venturas e parabéns ao Sr. major Fogaça e à Exma. Sra. dona Rita.

— É esperado aqui nesta semana, o Sr. Dr. Henrique Duarte da Fonseca, ilustrado médico, residente em Aventureiro e recentemente nomeado inspetor literário do município do Mar de Espanha.

S. s. vem especialmente visitar as escolas desta freguesia.

Seja bem-vindo.
[Henrique Duarte da Fonseca, vereador e inspetor municipal, deu início a uma campanha para a compra das águas do "Serrote" ao fazendeiro Cap. Salustiano José Ferreira, qua já as havia previamente oferecido à Câmara de Mar de Espanha, a fim de levar água potável para a abastecer a cidade. A planta e os levantamentos técnicos foram encomendados ao Engº Thomaz Wood. - O dinheiro para a obra fora, em parte, emprestado pelo médico, birilhante escravagista e então vereador Francisco Gomes de Carvalho Rocha, dois anos antes, em 1884. Outro que emprestara valores em moeda par conclusão da obra foi Camilo Teixeira Maria da Fonseca em 1886.]

— Recebendo a honrosa participação do casamento, felicito ao Sr. Dr. Procópio Pacheco de Castro e à Exma. Sra. dona Joana Cesária Côrtes pelo seu auspicioso consórcio, realizado no dia 27 do mês pretérito.

— Desapareceu nas trevas do túmulo, ainda no verdor dos anos, o Sr. Josué de Medeiros, vítima de doloroso padecimento.

Residindo aqui, há pouco tempo, soube catar a estima de todos que o conheceram.

À família de tão desventurado moço, envio os meus sinceros pêsames.

— Brevemente chegará a  esta freguesia, a companhia de cavalinhos dirigida pelo Sr. P. Serino, que pretende dar espetáculos aos dias da festa.

O programa que a precedeu não pode ser melhor, visto a grande quantidade de artistas, cavalos, macacos, etc.
Traz também quatro palhaços. Quod abundat non nocet.
— O Sr. Antônio Simões Corrêa, chefe de família numerosa, foi nomeado agente do correio da
estação de Bicas.
— No dia 25 do corrente, realizar-se-á em Bicas, a festa de
São José, constando de missa cantada, procissão e Te-déum,
Parabéns ao Sr. alferes Jerônimo Dias Mendes, que é, incontestavelmente, ótimo festeiro.

N. B.- Na nossa última carta dissemos ser a festa de São Sebastião e a bênção da matriz nos dias 19, 20 e 21, quando deve ser nos dias 20, 21 e 22 do corrente.


Espírito Santo do Mar de Espanha, 19 de março de 1886

Causou-nos tão agradável impressão a festa do dia natalício da Exma. Sra. dona Laudelina Fogaça, em Paraibuna, que de modo algum podemos furtar-nos ao desejo de manifestar aos leitores, o contentamento de que nos achamos possuídos.

Depois de um profuso copo de água, onde trocaram-se afetuosos e entusiásticos brindes, começou o sarau às 7 horas da noite, com grande animação, terminando às 4 da madrugada.

A perspectiva que oferecia o salão, onde o belo sexo ostentava-se donairoso, era de um efeito magnifico.

Em um dos intervalos das danças, fomos deliciosamente sensibilizados, ouvindo a maviosa voz da Exma. Sra. dona Francisca de Andrade, em um lindo romance de Paolo Tosti.

Penhorou-nos, grandemente, a inexcedível amabilidade com que os membros da família obsequiaram a todos.

— No Pharol de 9 do corrente, veio uma reclamação feita pelos moradores da rua do Sapo, contra o procedimento irregular de um tal José Cardoso, que se dá ao vício da embriaguez, etc.

Havendo também, nesta freguesia, uma rua do Sapo e um José Cardoso, cabe-me o dever de dizer aos leitores daqui, que semelhante reclamação é feita às autoridades de Juiz de Fora e de modo algum se entende com o meu amigo e bom vizinho Sr. José Cardoso, cujo procedimento está acima de todo elogio.

Julguei conveniente fazer este esclarecimento, não obstante me parecer ocioso, porque aquele fato não deixou de impressionar a algumas pessoas daqui que o não Compreenderam bem.

— Sob a epígrafe Recebedoria do Paraibuna, tenho lido no Pharol uma declaração avisando aos Srs. negociantes e boiadeiros que por ali passarem, que venham prevenidos para pagarem os talões etc., etc.

Ora, se o ex-administrador Sr. major Fogaça, tivesse franqueado independentemente do pagamento de direitos, a passagem daquela barreira, semelhante declaração seria tão razoável, quanto se torna supérflua, por ter aquele ex-funcionário, cumprido sempre com inteira assiduidade, os deveres de administrador e escrivão daquela recebedoria.

Tão conceituado como é o Sr. major Fogaça, certamente, nenhuma importância ligará àquela declaração.
[O major Sr Fogaça, substituira o administrador aposentado João Pires Alves naquela recebedoria. João Pires Alves fora precedido pelos administrador Felicíssimo Pinto Monteiro e este por José Senra de Oliveira Junior.] 

Espírito Santo do Mar de Espanha,26 de março de 1886



 Conforme noticiámos realizaram-se aqui, as festas do Divino Espirito Santo e de São Sebastião, às quais afluíram, para mais de três mil pessoas.


Parece-nos que, se não estivesse aqui a companhia de cavalinhos do Sr. Paulo Serino, tudo teria corrido com mais frieza.
As procissões, embora fossem muito concorridas, estiveram mal organizadas e quase às escuras, surpreendendo-nos em demasia, o modo brusco de certas pessoas, que quando se aproximaram da Matriz, puseram-se em debandada afim de obter cada qual melhor lugar, abandonando o resto do préstito, que parecia mais uma serenata do que uma procissão.
Para conseguir-se que tais irregularidades não se reproduzam, torna-se necessário que as procissões tenham de 4 a 6 regentes ou diretores, dotados de energia, afim de poderem conseguir a boa ordem que deve-se observar em atos tão solenes.
O Sr. Antônio Coelho, procurador da festa, esforçou-se bastante para organizar as alas, o que teria conseguido, se fosse auxiliado por mais algumas pessoas diligentes como s. s.
A eleição de juízes, irmãos de mesa e mais festeiros, que tem de servir no ano vindouro, foi feita do modo seguinte:
Juízas.: as Exmas. Sras. donas. Gabriela Coelho de Noronha e Silva, e a professora Georgeta Alzira Dalle, Camila de Mendonça Neto e Clariana de Paula Retto.
Juízes, os Srs. João Padilha de Araújo, Francisco Barcelos Barbosa, Francisco Carneiro, Domingos Padula, Antônio Francisco Leandro e Camilo Gonçalves dos Santos.
Irmãs de mesa.: As Exmas. Sras. donas. Constança de São Thiago, Helena Guimarães Veloso, Ubaldina Alves de Oliveira, Flauzina da Silva Neves, Porcina Conrado, Maria José de Carvalho, Francisca Rosa da Silva, Maria Pereira de Loyola e Amélia da Silva.
Mordomos do mastro.: Os Srs.: Manoel José da Silva e Antônio Joaquim da Silva.
Procurador.: O Sr. José Duarte de Souza Marques.
Secretário.: O Sr. Francisco Dale.
— Estiveram entre nós os nossos distintos amigos Srs. Cândido Pereira de Noronha e Silva e Antônio Balbino de Lima, residentes em São João Nepomuceno.
Agradecendo a visita com que nos honraram, desejamos-lhes próspera viagem.
— O Sr. Paulo Serino, digno diretor da companhia de cavalinhos que aqui esteve, ao ter de retirar-se desta freguesia, entregou ao Revd. Sr. vigário Paula Dias a quantia de 100$000, para a igreja matriz.
Felicitamos, pois, ao Sr. Serino, que é digno de encômios.
— No segundo dia de festa os gatunos visitaram a farmácia do Sr. Fidelino Ferreira, e em vez de se utilizarem de uma garrafa de óleo de rícino ou de um pacote de salsaparrilha, prefeririam antes, um punhal de prata que pertencia a um hóspede do Sr. Ferreira.
— Faleceu na semana passada a Exma. Sra. dona Ana Mendonça, irmã do nosso amigo Sr. João Pires de Mendonça, fazendeiro residente neste distrito.
Apresentamos à s. s. os nossos pêsames.
— Segue brevemente para Juiz de Fora, a companhia de cavalinhos do Sr. Eduardo Pereira da Silva, que se acha em Bicas.
Podemos assegurar à s. s. que em Juiz de Fora auferirá ótimo resultado, em vista da sua bem montada companhia.
Recomendamos, portanto, ao público daquela cidade, o Sr. Eduardo, que é merecedor de apreço.
— Pretende residir temporariamente aqui, o nosso amigo Sr. Ladislau Rabelo de Vasconcelos, que foi negociante desta praça.
— Acha-se de novo entre nós, de volta da sua viagem a Santa Margarida, o Sr. Gustavo Rodrigues Pereira.
 

Espírito Santo do Mar de Espanha, 8 de abril de 1886



Completa hoje 55 anos de idade o Ilmo. Sr. Capitão Francisco Joaquim de Noronha e Silva.

Modesto e despretensioso, dotado de gênio paciente, é ele a simplicidade e delicadeza, sempre propenso ao bem, ao justo e ao honesto, quer nos atos da vida pública, quer no trato pessoal e particular.

Homem de bem, de caráter ilibado e de costumes austeros, tem pautado suas ações pela honra e pela dignidade.

De uma retidão inquebrantável, a justiça é o seu objetivo.

Cidadão que reúne às suas virtudes uma longa prática, tem exercido o poder público, revelando sempre a pureza de suas intenções benéficas e inofensivas.

Além das preciosas qualidades que ornam o seu caráter, cumpre-nos acrescentar que ele é piedoso, caritativo e esmoler sem ostentação, porque sua alma naturalmente benfazeja, não se vangloria pelo bem que faz em prol do próximo a quem ama por Deus e por si próprio.




*-*-*



Em Bicas teve lugar, há dias, a festa de São José, que correu com muita solenidade, conforme informou-nos o Sr. Alferes Jerônimo Dias Mendes.

Três bandas de música se acharam presentes, tocando alternadamente, o que muito abrilhantou aquela festividade.

Deduzidas as despesas da festa, ficou um saldo de 800$, que o Sr. alferes Mendes entendeu de aplicá-los na aquisição de ornamentos e alfaias para a igreja daquele lugar.

Já tivemos ocasião de dizer que o Sr. alferes Mendes interessa-se consideravelmente por tudo quanto diz respeito à religião, tornando-se cada vez mais saliente, como genuíno campeão da igreja.

E a propósito de igreja, precisamos olhar para a do Rosário, que se acha a desabar.
Ignoramos porque razão ainda não promoveram a sua reedificação, quando os Srs. José Pinto Soares, Joaquim Eleutério da Cruz Machado e outras pessoas, se propõe a auxiliar vantajosamente.
Compete, pois, aos mesários de Nossa Senhora do Rosário, providenciar de modo urgente, afim de obstar o desabamento e aproveitar-se alguma coisa do material.
Esperamos, portanto, que o nosso pedido seja tomado em consideração, e que em vez daquele casebre sem aspecto de igreja, tenhamos quanto antes um templo de que é digna a padroeira.
— A eleição de mesários, irmãos de mesa e juízes, que tem de servir na festa de São José, no ano vindouro é a seguinte: Juízes, os Srs.: capitão Antônio José Bastos Pinto, tenente Antônio José Bastos Barbosa e Antônio Ferreira Barbosa.
Juízas, as Exmas. Sras. donas.: Teresa de Castro, Teresa de Paula Rodrigues e Teresa Xavier de Gouvêa.
Irmãos de mesa, os Srs.: Alexandrino de Souza, Antônio Joaquim Braga, Antônio de Medeiros, José Bernardino da Cunha, Torquato Augusto de Carvalho, Gualter Cazaes, Quintino da Silva Teixeira, Domingos Julião, Jocundo Marques e José Pereira.
Irmãs de mesa, as Exmas. Sras.: donas: Elvira de Lima Viana, Maria Batista de Oliveira, Maria Pires de Mendonça, Ana Pires de Mendonça, Glicéria Tostes, Maria de Melo, Carlota Barroso, Francisca de Carvalho, Umbelina de Oliveira e Maria Luiza Humphrys.
Procuradores, os Srs.: Reginaldo José da Cunha e Augusto Dias da Silva Coelho. Mordomos do mastro, os Srs.: Manoel José da Cunha e Manoel Jacinto de Melo.
— Na nossa correspondência de 20 do passado, quando demos noticia das festas do Divino Espirito Santo e de São Sebastião, deixamos de declarar que a eleição de juízes, mesários e irmãos de mesa que publicamos, é inerente à festa de São Sebastião.
— Esteve entre nós o nosso patrício e amigo Sr. Francisco Justiniano de Figueiredo, gerente da importante casa comercial dos Srs. Rodrigues Fontes & Aguiar, da corte.
Saudando-o, desejamos-lhe feliz viagem.
Celebra-se este ano com muita pompa, a festa do Mês de Maria, cuja mesa se acha organizada do seguinte modo:
Presidente, o Sr. José Duarte de Souza Marques, tesoureiro o Sr. José Marinho da Motta Bastos, secretário, o professor Sr. Francisco Dalle, e procuradores, os Srs. alferes Jerônimo Dias Mendes e Domingos Padula.
[O Profº Francisco Dalle foi nomeado para o cargo de professor interino da freguesia no ano anterior, em 1885, ao mesmo tempo a sra  dona Georgeta Alzira Dalle foi nomeada para a cadeira do sexo feminino. Anteriormente ao prof Dalle, em 1879, havia sido transferido da freguesia de São Miguel do Cajurú para a paróquia do espírito santo, o profº Francisco de Paula Moreira da Rocha.]
— O Sr. Fidelino Ferreira, nos comunicou que o digno Sr. subdelegado de polícia conseguiu descobrir o punhal de prata que havia sido furtado de sua farmácia no dia 20 do passado.
Ainda bem!





Espírito Santo do Mar de Espanha, 19 de maio de 1886

Esquecemo-nos de incluir na nossa correspondência, publicada no Pharol de 16 do corrente, o programa da festa do Mês de Maria; apressamo-nos, pois, em submetê-lo à apreciação dos leitores.
No dia 30, à noite, iluminar-se-á, a giorno, o frontispício da matriz, e depois do leilão; a banda de música percorrerá as principais ruas do arraial.
No dia 31, haverá missa cantada, às 11 horas, pregando ao Evangelho o Revm. Sr. vigário Antônio de Paula Dias.
Às 4 horas da tarde, sairá a procissão, efetuando-se com muita solenidade a coroação da Santíssima Virgem, no largo da matriz.
Findo este, terá lugar no largo da matriz, um esplêndido fogo de vistas, constando, de diferentes e importantes peças.
A diretoria da festa pede, a todos os devotos, que compareçam afim de que se observe a maior pompa e brilhantismo.
Serve-se de oportuno ensejo, para antecipar o seu agradecimento ao Exmo. Sr. comendador Modesto Cassiano P Coelho da Cunha que, graciosamente, se presta, a auxiliar a orquestra, executando, como distinto amador, o predileto instrumento de Sertorius.
Por iniciativa da diretoria, mandou-se preparar um rico estandarte, tendo no centro, a sagrada efígie da Santíssima Virgem.
A bênção do mesmo se realizará, na ocasião da missa cantada.

AGÊNCIA DO CORREIO DE BICAS

Ao Sr. diretor geral dos correios desta província têm sido dirigidos por diversas vezes, pedidos do agente de Bicas no sentido de lhe serem remetidos objetos que faltam àquela agência, como sejam: balança, carimbo, instruções, etc.
O atual agente é novo e às vezes se vê em embaraços de resolver dificuldades que traz a falta de tais objetos.
Levamos hoje o pedido ao Sr. diretor geral dos correios.




Espírito Santo do Mar de Espanha, 10 de julho de 1886.

Dona Maria Lanrier e o comendador Firmino François Alibert, viúva e tio do finado Pierre Lanrier, convidam aos parentes e amigos do mesmo finado para assistirem ás missas que por sua alma mandam rezar, hoje 10 do corrente [julho de 1886], ás 9 horas, na igreja de São Francisco de Paula, na corte, e na igreja da freguesia do Espírito Santo do Mar de Espanha. (Jornal “O Paiz”, 10 de julho de 1886)


Espírito Santo do Mar de Espanha, 14 de julho de 1886


Na opinião geral dos povos adiantados, nada há que mais interesse aos justos reclamos da grande família social, do que o incremento e impulso da instrução, porque é esse o farol que mostra à humanidade a trilha do bem, e indica-lhe o progresso não só moral como material de um país.

Naquele, porém, como o Brasil, em que o governo manda fechar escolas e cria casas de detenção, num país em que arrebata-se o livro das mãos do menino, é o mesmo que entregar-se-lhe o bacamarte, o punhal, a gazua, finalmente, todos os instrumentos da arte e mostrar-lhe a propriedade alheia.
Cresce o menino, faz-se homem, e como tal tem de tomar parte nos negócios e destinos de sua pátria; porém, como fazê-lo?
Ele não é o homem necessário, não é o cidadão preparado para a luta, porque, materializado pelos maus princípios, tem de fazer sua rotação marcada pela instrução que teve; girará sempre dentro de um círculo vicioso e aí teremos o perverso, o ladrão, o assassino, em lugar de homem criterioso e útil.
O governo que se identifica com as necessidades de um povo, persuada-se de que com a instrução, não se gasta dinheiro, é um empréstimo que opera para receber juros superiores ao capital.
Seja a escola frequentada por este ou aquele número de alunos, ele deve compreender apenas que um homem que se educa é um diamante que se lapida, é um elemento de prosperidade que o país adquire, é um obreiro do progresso, um homem útil a si e a todos.
Estabeleçam se as escolas por classes relativas à frequência de maior ou menor número, nas diversas localidades; mas não se prive sua população do principal motor de sua felicidade, pelo simples fato de não poder mandar à escola a porção de alunos que lhe está marcada por um regulamento ditado em horas em que as ideias retrogradas ocupavam o espirito de seu autor.
Se há dinheiro para empregar se em superfluidades, coisas que em nada aproveitam, verbas estas que se escoam pelos ralos dos eventuais, faça o governo com que a instrução não seja uma enjeitada, veja nela uma filha legítima.
— Completa hoje 15 primaveras a Exma. Sra. dona Etelvina Amália Álvares de Souza, a quem temos o prazer de saudar, desejando-lhe inteira felicidade.
— Penhoradíssimos, enviamos ao nosso distinto amigo, Sr. Alferes José Soares Lopes Jordão, os nossos sinceros agradecimentos, pelos imerecidos obséquios que nos dispensou, durante os dias em que nos achamos em Ouro Preto.
— Foi nomeado ajudante do preparador de física da faculdade de medicina da corte, o nosso simpático amigo Dr. Joaquim Custódio Guimarães, que soube salientar-se no exame de concurso a que se submeteu.
Congratulando-nos com s. s. apresentamos-lhe os nossos sinceros parabéns.
— Para as escolas desta freguesia, que muito precisam de mobília, arranjou o Ilmo. Sr. Francisco Joaquim de Noronha e Silva, diversos bancos e uma grande mesa.
Cheios de prazer agradecemos s. s. mais essa prova da sua nunca desmentida generosidade.
— Foi plenamente aprovado no exame de farmácia a que se submeteu, o Sr. Antônio de Lima e Silva.
Enviamos-lhe as nossas cordiais felicitações.
— O Sr. José Thomaz Pimentel Barbosa, representante de distrito na assembleia provincial arranjou para a matriz a quantia de 500$000, bem como 2:000$000 para consertar o prédio em que funciona a escola pública de Santo Antônio do Aventureiro.




Espirito Santo do Mar de Espanha, 26 de julho de 1886.

A profissão de educador da mocidade é um sacerdócio tão elevado como o dos cultos do cristianismo, para os quais não basta a vocação e saber das coisas santas, mas se exigem também, a dedicação que vai até ao sacrifício, a honestidade que vai até a pureza.
E, para ser educador, é preciso também mais uma coragem que se não quebranta aos primeiros embates, um estudo que se não sacie às primeiras investigações, estudo que deve abranger o método que se abandona e o que se abraça, a sociedade que passa e a que desponta.
É inegável que a instrução nacional tem ganho muito terreno, mas também não é menos inegável que a educação tem perdido também muito do seu antigo brilho, brilho real e não fictício como hoje se observa até nas camadas mais elevadas da nossa sociedade.
Preparado para estudos superiores, um moço vê-se obrigado ás vezes a interrompê-los no meio do curso e quantos no fim, e é então que ele tem de lançar mão do que sabe, como meio de vida.
Dotado de uma instrução muito apreciável, quantas vezes, para um bom emprego, falta-lhe um predicado insignificante — uma boa letra.
A caligrafia já foi objeto de maior atenção do que hoje é em nossas escolas; na Inglaterra forma ela um dos ramos mais cultivados do ensino, por isso nação alguma levava-lhe a palma a tal respeito; o mais modesto dos empregados dos escritórios e repartições inglesas é um calígrafo insigne. Entre nós dá-se justamente o contrário, funcionários públicos há, cuja letra é impossível decifrá-la à primeira vista.
No meio desse estado de coisas, o melhor sistema de ensino é aquele que visa a um tempo, além de instruir e educar, guiar também o espírito do aluno ao caminho do dever, inocular-lhe o amor ao trabalho, à ordem e à economia; elevar-lhe a alma à prática do bem, despertar-lhe o sentimento por tudo quanto é belo, nobre e generoso; fazê-lo amar a arte, afeiçoar-se às indústrias e a tudo quanto é útil e bom; ensiná-lo enfim — a estudar, pensar e trabalhar.
— De visita à sua família, esteve alguns dias entre nós o Ilmo. Sr. Inácio Maurício Álvares de Souza, empregado na Inspetoria Geral de Higiene, seguindo ontem para Juiz de Fora.
— O Sr. Francisco Barcelos Barbosa, reuniu ontem em sua casa muitos amigos, afim de festejar-se a véspera de Sant'Anna e ofereceu-lhes um opíparo jantar, cujo menu não podia ser melhor.
Estiveram presentes, além de outras pessoas, os Srs. Drs. João Américo Soares Batista e Francisco Medeiros, Capitão Francisco Joaquim Noronha e Silva, José Duarte Ferreira Marques, farmacêutico Fidelino Ferreira, Inácio Maurício Alves de Souza e Honório Cardoso.
Em um bem feito discurso, o Sr. Dr. Medeiros, saudou o belo sexo; bem como, ao nosso anfitrião sendo respondido por nós a pedido do Sr. José Duarte, que também falou saudando a todos os convivas.
— Seguiu ontem para São João Del Rei o nosso amigo Sr. Dr. João Américo Soares Batista, que pretende fixar residência nesta freguesia.
As habilitações o provado merecimento moral do Dr. Batista, garantem que ele vem preencher com grande vantagem a falta que sentíamos de um médico, pelo que felicitamos os habitantes dessa freguesia.
— Faz anos amanhã a Exma. Sra. Dona Mariana Carolina Dalle a quem enviamos os nossos sinceros parabéns.
— Acha-se nesta freguesia a Companhia dramática, dirigida pelo ator Machado, que pretende dar aqui alguns espetáculos.
O elenco da companhia é abundante, sobressaindo nele o distinto amador, Sr. Francisco Lannes, cuja inteligência está acima de todo o elogio.



Espírito Santo do Mar de Espanha, 29 de julho de 1886


Na Gazeta de Notícias de 20 do mês findo, lemos e apreciamos bastante uma bem escrita correspondência sob a epígrafe Oeste de Minas.

O ilustrado escritor 6 digno de todos os encômios, pela imparcial apreciação que fez da cidade de São João Del Rei, a Nápoles de Minas, conforme disse o nosso poeta Bernardo Guimarães, de saudosíssima memória.

Imensamente satisfeitos por vermos tão elevada a nossa pátria, apressuramo-nos em engradecer ao distinto correspondente da Gazeta de Notícias, a sua primorosa e imparcial descrição, que deve ser lida por todos os Sanjoanenses: tal é a naturalidade com que foi escrita.

— Há tempos fizemos uma reclamação, relativamente à falta de carimbos e mais pertences que sente a agência do correio desta freguesia e dissemos que não voltaríamos a tratar de tal assunto, porquanto estávamos certos de que o administrador dos correios daria as providências que o caso requeria. Tendo decorrido quase três meses, sem que tenha sido sanada tão grande falta, pedimos de novo ao Sr. Capitão Baeta Neves, que providencie de modo urgente, não só relativamente ao carimbo, como, sobre as malas que servem aqui, cujo estado é assaz deplorável.

— Acha-se residindo há tempos, neste município, com sua Exma. família, o nosso patrício e distinto amigo Sr. Francisco de Paula Lara, cujo caráter é ornado de virtudes acrisoladas.

Enviamos a s. s. e sua Exma. família os nossos sinceros cumprimentos.

— Chamamos a atenção do Sr. diretor geral dos correios para as irregularidades que se tem dado no serviço postal da estação de Bicas para esta freguesia.

Por diversas vezes, a mala da corte, que aqui chega ás 2 horas da tarde, tem chegado ás 7 horas da noite, causando grande transtorno aos interessados.

— Começaram, há muitos dias, as obras da capela de Nossa Senhora do Rosário, cuja mesa é, incontestavelmente, esplêndida e está constituída do modo seguinte: presidente, o Revm. Sr. padre Manoel José Corrêa, vice-presidente, o Sr. José Duarte de Souza Marque, tesoureiro, o Sr. José Pinto Soares, procurador, o Sr. capitão Francisco Joaquim de Noronha e Silva, secretários, os Srs. José Otaviano Padilha e José Alves de Oliveira Júnior, procurador-fiscal, o Sr. Joaquim Eleutério da Cruz Machado.



Espírito Santo do Mar de Espanha, 22 de agosto de 1886



Quando pode concorrer para o engrandecimento e prosperidade desse lugar, onde residimos, não nos pode ser estranho: por essa razão regozijamo-nos assaz, aplaudindo a feliz ideia que teve a ilustrada câmara municipal, de promover a exposição industrial, que deve realizar-se no dia 12 de setembro vindouro.


Estas exposições, já iniciadas em outras localidades, além do estímulo que desenvolvem entre os industriais, esforçando-se cada qual pela apresentação de belos produtos, são de alcance grandioso e resultado muito profícuo.

A ideia, nova na província, constitui um cometimento digno de ser imitado pelos outros municípios, em vista dos seus benéficos, e infalíveis resultados.

O que temos em vista com estas despretensiosas linhas, é, tão somente, enviar, da nossa obscuridade, uma dupla e sincera felicitação à câmara municipal de Juiz de Fora, pela inspirada lembrança e brilhante exemplo que vai dar, de vitalidade e progresso.

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— Faleceu, há dias, na corte, a Exma. Sra. dona Francisca da Silva Villas Boas, extremosa esposa do nosso amigo Sr. Dr. Eduardo Villas Boas.
Conhecemos bem de perto os dotes desse coração generoso, caritativo e onde aninhavam os puros Sentimentos de uma amizade sincera.
Os belos ornamentos do seu caráter granjearam-lhe geral estima.
Dirigindo nossas condolências ao seu desventurado esposo, esmagado sob o peso do mais doloroso golpe, endereçamos ao Eterno ferventes orações, para que lhe conceda os dons da bem aventurança.
— O Sr. José Duarte escreveu-nos pedindo que retificássemos a notícia, que demos na nossa última correspondência, sobre a eleição dos mesários de N. S. do Rosário: presidente, o reverendíssimo Sr. padre Manoel José Corrêa; vice-presidente, o Sr. José Duarte de Souza Marques; tesoureiro, o Sr. Miguel Rodrigues Pereira; lº secretário, o Sr. José Otaviano Padilha; 2º secretário, o Sr. José Álvares de Oliveira Junior; 1º procurador, o Sr. capitão Francisco Joaquim de Noronha e Silva; 2º procurador, o Sr. José Pinto Soares; 3º procurador, o Sr. Joaquim Alexandre de Souza; 4º procurador, o Sr. Fortunato Pacheco da Silva; procurador-fiscal, o Sr. Joaquim Eleutério da Cruz Machado.
Por incômodo de saúde, o Sr. Miguel Rodrigues Pereira pediu exoneração do cargo de tesoureiro, ficando eleito para substitui-lo, o Sr. José Pinto Soares, que acumulará os dois cargos, sem nenhuma incompatibilidade.
— Esteve alguns dias entre nós o Ilmo. Sr. Cel. José Joaquim Monteiro de Castro, digno tio do nosso prezado amigo, Dr. Manoel José Monteiro da Silva.
Agradecendo a visita com que nos honrou, desejamos-lhe feliz viagem.
— Acaba de fixar residência em Bicas, o nosso amigo Sr. Irineu de Moura Costa, formado pela escola de Farmácia de Ouro Preto.
Apresentamos os nossos parabéns ao povo de Bicas, pela ótima aquisição que acaba de fazer.


Espírito Santo do Mar de Espanha, novembro de 1886


Está na cidade do Mar de Espanha a Companhia do João Minhoca

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