COISAS
ANTIGAS
No velho ano de 1898, quando dos nossos
homens atuais apenas uns poucos existiam, publicava-se “O Mar de Espanha”, o n°
2, no seu primeiro ano de existência, sob a orientação de Wantuil Lopes,
redator-chefe. Naquela época os jornais se faziam com outra orientação
intelectual. Publicavam quadrinhas e “Troças” como estas:
(ao pequeníssimo “plutão")
Miserável! Não bebeste
De certo chá em pequeno,
Creio porém, que comeste
E comerás ainda feno.
Os colaboradores assinavam: “Zé Flautim”, “Seu Aquele”, “O Capitalista
elétrico”, “Babel”, “Vergasta”, etc.
*-*-*
As casas comerciais do Mar de Espanha de
então tinham nomes pomposos como “A Notre
Dame”, de Afonso Moreira & Cia., “Pharmácia
União”, de Domingos Pedrosa Vieira, no Largo da Matriz, “Casa Comercial”, de Humberto Domingos
dos Santos, na rua dos Mineiros...
*-*-*
Para quem vive a nossa época, só uma
coisa pode causar espanto, do que está publicado naquele velho número do nosso
Jornal da terra. É um anúncio. Diz o seguinte:
"50:000$000 - Empresta-se até
esta quantia sob penhor de fruto pendente estando o mesmo livre de ônus. Preço
e mais condições combinados por escritura. Cartas nesta tipografia com as
iniciais A D.”
Cinquenta contos em 1898 devem
representar hoje uns cinco mil. E havia quem os oferecesse para empréstimo sob
garantia de fruto pendente! E por estranho que pareça, talvez não encontrasse
quem quisesse. Era preciso oferecer nos jornais...
A.
Gr.
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