terça-feira, 10 de setembro de 2013

AUGUSTUS GRIBEL - COISAS ANTIGAS



COISAS ANTIGAS

No velho ano de 1898, quando dos nossos homens atuais apenas uns poucos existiam, publicava-se “O Mar de Espanha”, o n° 2, no seu primeiro ano de existência, sob a orientação de Wantuil Lopes, redator-chefe. Naquela época os jornais se faziam com outra orientação intelectual. Publicavam quadrinhas e “Troças” como estas:

(ao pequeníssimo “plutão")
Miserável! Não bebeste
De certo chá em pequeno,
Creio porém, que comeste
E comerás ainda feno.

Os colaboradores assinavam: “Zé Flautim”, “Seu Aquele”, “O Capitalista elétrico”, “Babel”, “Vergasta”, etc.

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As casas comerciais do Mar de Espanha de então tinham nomes pomposos como “A Notre Dame”, de Afonso Moreira & Cia., “Pharmácia União”, de Domingos Pedrosa Vieira, no Largo da Matriz, “Casa Comercial”, de Humberto Domingos dos Santos, na rua dos Mineiros...

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Para quem vive a nossa época, só uma coisa pode causar espanto, do que está publicado naquele velho número do nosso Jornal da terra. É um anúncio. Diz o seguinte:

"50:000$000 - Empresta-se até esta quantia sob penhor de fruto pendente estando o mesmo livre de ônus. Preço e mais condições combinados por escritura. Cartas nesta tipografia com as iniciais A D.”

Cinquenta contos em 1898 devem representar hoje uns cinco mil. E havia quem os oferecesse para empréstimo sob garantia de fruto pendente! E por estranho que pareça, talvez não encontrasse quem quisesse. Era preciso oferecer nos jornais...

A. Gr. 


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