TEMPO
BÃO
Houve um tempo em que um tostão era um
tostão mesmo. Comprova um pão enorme, que enchia a barriga de qualquer
barrigudo... Naquele tempo tudo era barato, mas ninguém tinha dinheiro para
comprar seja lá o que fosse. Um operário ganhava apenas para alimentação e
tinha que andar maltrapilho e triste. E já naquela época a escola era gratuita
para seus filhos e não haviam cinemas, sorvetes, “gibi”, Coca-Cola, etc., onde
as crianças de hoje gastam bom dinheiro...
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Enfim, houve de fato, esse tempo em que
tudo era “dado”. Mas esse tempo não servia não...
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Diziam os editais de uns 50 anos atrás,
mais ou menos isto: “uma casa de vivenda, com cômodos para negócio coberta de
telhas, com quatro portas, três janelas, avaliada em 700$000; uma outra casa
anexa, com uma porta e duas janelas, coberta de telhas, assoalhada, com o respectivo
terreno pelos fundos, avaliada em 400$000.”
O edital está publicado na “Imprensa da Mata”, grande jornal que
circulou muitos anos nesta cidade, sob a redação de Agostinho Pereira e Nestor
Massena, no seu n°. 259, de 5 de julho de 1908. E nesse mesmo número está um
outro edital que diz:
“Dois alqueires de terra em mata
virgem, avaliado a 125$000 - 250$000; vinte alqueires de cerra em pasto,
cultura e cafezais falhados em diversos lugares avaliados a 70$000 o alqueire -
1.400$000; três mil cafeeiros de diversas idades, avaliados a 40rs.-120$; dez
arrobas de café pendente em meação com Juvêncio Baldoino e Brandão, avaliadas a
2$000-20$000”.
Aí está o “tempo-bão” que não servia
não...
A.
Gr.
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