terça-feira, 10 de setembro de 2013

AUGUSTUS GRIBEL - TEMPO BÃO



TEMPO BÃO

Houve um tempo em que um tostão era um tostão mesmo. Comprova um pão enorme, que enchia a barriga de qualquer barrigudo... Naquele tempo tudo era barato, mas ninguém tinha dinheiro para comprar seja lá o que fosse. Um operário ganhava apenas para alimentação e tinha que andar maltrapilho e triste. E já naquela época a escola era gratuita para seus filhos e não haviam cinemas, sorvetes, “gibi”, Coca-Cola, etc., onde as crianças de hoje gastam bom dinheiro...

*-*-*

Enfim, houve de fato, esse tempo em que tudo era “dado”. Mas esse tempo não servia não...

*-*-*

Diziam os editais de uns 50 anos atrás, mais ou menos isto: “uma casa de vivenda, com cômodos para negócio coberta de telhas, com quatro portas, três janelas, avaliada em 700$000; uma outra casa anexa, com uma porta e duas janelas, coberta de telhas, assoalhada, com o respectivo terreno pelos fundos, avaliada em 400$000.”
O edital está publicado na “Imprensa da Mata”, grande jornal que circulou muitos anos nesta cidade, sob a redação de Agostinho Pereira e Nestor Massena, no seu n°. 259, de 5 de julho de 1908. E nesse mesmo número está um outro edital que diz:

“Dois alqueires de terra em mata virgem, avaliado a 125$000 - 250$000; vinte alqueires de cerra em pasto, cultura e cafezais falhados em diversos lugares avaliados a 70$000 o alqueire - 1.400$000; três mil cafeeiros de diversas idades, avaliados a 40rs.-120$; dez arrobas de café pendente em meação com Juvêncio Baldoino e Brandão, avaliadas a 2$000-20$000”.

Aí está o “tempo-bão” que não servia não...

A. Gr. 


0 comentários:

Postar um comentário