PRÊMIO
E CASTIGO...
Todos os problemas, sejam de caráter
econômico, político ou exclusivamente sociológico, giram em torno de um abismo que
ninguém vê e que a ninguém adverte quem sabe, por estar demasiado perto de
nossos olhos, ou porque nos espanta reconhecer sua existência.
E esse abismo é precisamente a tragédia
moral em que nos debatemos, ao calor dos paixões pequeninas por falta de princípio
de responsabilidade, de amor próprio, de sentimento moral e cívico.
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O que ontem houvera sido desonra de toda
uma família é motivo de proscrição social, deixou de ser desonesto para a
consciência de multa gente hoje, deixou de merecer a repulsa moral que até
ontem infundia qualquer feito mesquinho e egoístico, qualquer ação punível e
infame...
*-*-*
Recordo-me de um eminente professor de
Direito, quando ensinava nas suas aulas da Faculdade, dizendo “que vivíamos num
país onde não existiam nem o prémio nem o castigo”.
*-*-*
Nem prêmio, nem castigo! Isto quer dizer
que a virtude não alcança jamais, o reconhecimento alentador de uma grandeza
moral. Menos ainda, a maldade, a fraude, a concupiscência com seu trágico
cortejo de misérias e de opróbios tem no espirito público a devida reprovação e
necessário castigo.
Muita gente deixa passar por alto o Bem
e o Mal, numa indiferença condenável, com a inação fatal de uma das mais
legítimas e sérias funções morais da sociedade, que é a de premiar e castigar,
de orgulhosamente terem seu convívio os filhos dignos e proscrever abertamente,
os maus, que não querem moderar pelo menos, a indecorosidade...
*-*-*
Eis ai as lições que tiramos da tragédia
moral que absorve muita gente neste nosso Mar de Espanha e em outras terras,
por falta de sentimento moral, de espírito cristão.
Nos “Irmãos Karamazov” está dito “não
basta ir à missa. O importante é seguir o que Ele pregou”...
Muita gente está endurecida,
impenitente. Vejam-se os resultados das últimas eleições neste Município. Está
ali a verdade...
A.
Gr.
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